Por Gustavo Lima e foto de Fábio Martins
A X-9Paulistana levou o Nordeste para o Anhembi. O desfile se destacou pelo visual colorido que se viu, claramente algo alegre que a comissão de carnaval quis passar para o público. A comissão de frente, executando as danças típicas do Nordeste também merece um adendo especial. Todo o visual foi caprichado, as fantasias além de belas, davam conforto aos componentes e, por fim, as alegorias deram tom na apresentação. A X-9 Paulistana foi a sexta escola a desfilar, com o enredo “Nordestino Sim, Nordestinado Jamais”, assinado por uma comissão de carnaval.
Comissão de frente
Comandada pelo coreógrafo Jaime Arôxa, a ala desfilou apresentando a escola significando as “Danças Nordestinas”. Como o nome já diz, a coreografia incorporava bailados da região, como o forró e xaxado. A mensagem da comissão era clara: Passar alegria ao público, que era a missão do desfile. Na dança, os bailarinos sempre formavam um casal de homem e mulher para representar tais atos.
Todos os componentes desfilaram com chapéus e roupas iguais, mas cada casal tinha cores diferentes, como tons marrom escuro, claro, cor vinho e bege.
Ainda dentro da ala, havia outro componente que vestia um chapéu de cangaceiro e segurava uma espécie de caixa. Este integrante circulava solto no ato da comissão de frente.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Igor Sena e Julia Mary, casal oficial da verde e vermelho da Zona Norte, representou o “Coração Nordestino” em sua fantasia. Em todos os módulos, observou-se que a dupla executou a dança com segurança, optando por giros horário e anti-horário do que propriamente a coreografia dentro do samba. Entretanto, mesmo com o sucesso obtido, há de se ressaltar certa dificuldade da porta-bandeira nos giros, que por vezes era lento, muito provavelmente pela fantasia.
Enredo
A verde e vermelho da Zona Norte apresentou ao Anhembi um enredo nordestino em uma homenagem ao artista Patatitva de Assaré. Intitulado “Nordestino Sim, Nordestinado Jamais”, X-9 quis passar uma visão de um nordeste alegre, com danças e demais coisas citadas pelo poeta ao seu amado local. Além de toda essa energia positiva, a bravura e o trabalho do povo nordestino foram citados.
Alegorias
O abre-alas, simbolizando o “Nordestino Relicário”, entrou com um colorido forte e esculturas, com destaque para as esculturas de mulher negra, nordestinos com enxadas e, na parte de trás, esculturas de sanfoneiros com chapéus de cangaço.
A segunda alegoria desfilou pela pista com o “Populário Nordestino” e com uma figura branca e preta de Patativa de Assaré. Também havia uma iluminação bem forte de luzes coloridas. Também havia bastante detalhes dourados e vermelhos. Sem dúvidas, o carro destaque da escola no desfile.
Fantasias
A X-9 levou uma paleta de cores muito variadas, puxando bastante para o colorido. Tal jogo de cores era visto o tempo todo, claramente casando com a estratégia das alegorias. As vestimentas estavam em bom estado e não atrapalharam o componente ‘xisnoveano’. Todos puderam evoluir com tranquilidade.
Harmonia
A escola teve certa dificuldade com o canto em algumas alas. Alguns componentes não conseguiam acompanhar a letra de forma correta e optava por só evoluir, voltando a cantar apenas nas partes de seu conhecimento. Realmente um desempenho não satisfatório no volume do canto da X-9. Entretanto, vale ressaltar que os refrões de cabeça e do meio, os componentes conseguiam cantar forte. Também tem a questão da característica do samba, que oscila em sua melodia. Ora era lento e ora explodia, como no refrão de cabeça.
Samba-enredo
A obra, composta por Cláudio Russo e Fadico, nitidamente passava uma alegria nos componentes e público do Anhembi. Vale destacar o grande desempenho que os estreantes Hélber Medeiros e Daniel Collete executaram. O primeiro fez a sua estreia como cantor principal na escola e o segundo volta para a sua terceira passagem na agremiação da Zona Norte.
Evolução
A evolução da X-9 foi satisfatória. Não houve problemas com buracos e demais coisas negativas que poderiam prejudicar. Vale lembrar que no único ensaio técnico realizado, a escola deixou muito a desejar no quesito, ficando bastante atrapalhadas nas questões citadas acima. Entretanto, foi corrigido e alas desfilaram compactas entre os setores. As fileiras também vieram corretas.
Outros destaques
Ala das baianas, vieram vestidas com uma bela fantasia tendo como significado a “Mulher Rendeira”. A bateria “Pulsação Nota 1000”, regida pelo mestre Adamastor, executou poucas bossas. Foi estratégica. Optou por marcar o samba de forma correta.
A madrinha de bateria, Valéria de Paula, desfilou com costeiros no tipo de asas e nas cores de vermelho, amarelo e laranja.