A Viradouro foi a segunda escola a pisar na Marquês de Sapucaí na noite deste sábado. Seu enredo reverenciou as Ganhadeiras de Itapuã, escravas que atuaram até o final do século XIX na Bahia fazendo “lavagem de ganho”. O terceiro carro da escola, intitulado como “Joias de Crioula – A arte Metal e o Ganho da Sorte”, fez alusão às joias e adornos produzidos e utilizados por essas mulheres. Feitos à base de metal, as peças tinham o objetivo de enfeitar de trazer sorte.
A alegoria da agremiação vermelha e branca de Niterói era toda prateada, com muitas pedrarias, flores e elementos espelhados. Brincos, cordões e anéis metálicos, joias conhecidas como balangandãs, pendiam de várias partes da estrutura do carro. Na frente, uma grande escultura de uma mulher enfeitada com alguns desses acessórios feitos de metal.
Nas laterais, uma enorme escadaria abrigava componentes vestidos com coloridas fitas do Senhor do Bonfim, além de um chapéu com uma figa, conhecida por ser usada como proteção para maus agouros. A integrante venezuelana Maria Alejandra Castro, que desfilou pela primeira vez na Viradouro, ficou encantada com o a grandiosidade da alegoria.
“O carro retrata os balangandãs. Minha fantasia representa o amuleto, aquilo que traz sorte para a escola. Está tudo maravilhoso, as cores foram bem combinadas”, disse.
No meio da alegoria estava um grande recipiente, contendo miçangas metalizadas e ladeado por enormes figas. Os pequenos detalhes do carro eram impressionantes. Luiz Cláudio Neves, de 48 anos, acha que a composição foi muito bem elaborada e revelou que estava admirado com a minuciosidade dos carnavalescos. Oriundo da ala de passistas, o componente ficou muito feliz em ter sido convidado para fazer parte de uma alegoria tão imponente e chamativa.