A Unidos do Viradouro realizou a gravação do seu samba oficial no último dia 2 de outubro, no Estúdio Century, localizado na Barra Olímpica. A escola levou diversos integrantes para participar da gravação, e foi com alguns deles que o CARNAVALESCO conversou para saber mais sobre as impressões do dia e sobre a obra que a agremiação levará para a Avenida.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Roberto Migans, de 31 anos, cavaquinista profissional, toca na Viradouro desde 2011, mas sua história com a escola começou ainda na infância, na agremiação mirim. Ele contou que ficou emocionado ao participar da gravação e destacou como a letra do samba se conecta à sua própria trajetória no mundo do samba.

“O coração fica a mil, a ansiedade toma conta de ver o resultado. Antes de mais nada, quero agradecer ao diretor musical Hugo Bruno por confiar no meu trabalho, à direção da escola, à diretoria e aos presidentes. Pode ter certeza de que essa gravação vai se eternizar, como tantas outras obras da Viradouro que ficaram marcadas na história.
Quando o samba diz ‘Lá onde o samba fez berço no alto do morro’, chega a arrepiar, porque, assim como o Ciça, eu também vim da comunidade do Martins, próxima à Viradouro, e cheguei até a escola. E aquela parte final, ‘Um furacão que nunca vai ter fim’, é pura verdade. Isso nunca vai se acabar. Estão chegando novos músicos, vemos isso na nossa escola mirim, com nossas crianças e cantores, que vão manter essa chama acesa”, disse, emocionado.

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Roberto Migans, de 31 anos, cavaquinista profissional, toca na Viradouro desde 2011

A cantora Débora Cruz, de 44 anos, integrante do carro de som da Viradouro, participou como uma das vozes de coro na gravação oficial. Filha de Acyr Marques e sobrinha de Arlindo Cruz, Débora destacou a emoção de homenagear um ícone do samba e ressaltou como o enredo e o samba tocam profundamente quem vive essa arte.

“Convivo com o carnaval desde pequena, e ter a chance de gravar esse samba em homenagem a um mestre que está na ativa até hoje é uma honra surreal. A emoção que todos nós, do carro de som e da escola inteira, vamos sentir em 2026 será algo especial. Dois trechos mexem muito comigo: o refrão ‘Se eu for morrer de amor, que seja no samba’ e a parte ‘Se a vida é um enredo’. Nosso dia a dia é árduo, uma luta constante, especialmente no mundo do samba. Cada um de nós escreve sua história a cada dia. Esse enredo, a gente vai escrever até o último dia de nossas vidas”.

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Cantora Débora Cruz, de 44 anos, integrante do carro de som da Viradouro

Os diretores de bateria Bia Tinoco e Marquinho Passos, de 33 e 37 anos, também participaram da gravação. Bia começou na bateria da Viradouro sob o comando de Ciça, em 2008, tornando-se diretora com ele pouco tempo depois. Já Marquinho chegou à “Furacão Vermelho e Branco” em 2015 e retornou à função em 2023, a convite do próprio mestre.

“Acredito que todos os diretores ritmistas estão muito emocionados. Eu, especialmente, porque comecei com o Ciça. Foi ele quem me deu a primeira oportunidade como ritmista e depois como diretora. A responsabilidade é ainda maior por eu estar à frente do mesmo naipe que ele comandou. Tem uma parte do samba que me toca profundamente: ‘Ciça, gratidão pelas lições que eu pude aprender’. Acho que todo mundo que passa por ele aprende algo novo a cada dia”, contou Bia.

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Diretores de bateria Marquinho Passos e Bia Tinoco

“Eternizar uma faixa é sempre uma emoção muito grande. Num enredo que fala do Ciça, do tamanho que ele tem para o carnaval e para nós, ritmistas, tudo ganha uma dimensão ainda maior. É algo que toca fundo. Essa gravação vai entrar para a história da escola e de cada um que participou. É um samba que realmente representa o sambista Ciça. Ele é mais que um mestre de bateria. É um símbolo do carnaval. Um trecho que me emociona é ‘Não esperamos a saudade para cantar’. Essa parte mexe demais comigo”, completou Marquinho.

Em 2026, a Viradouro apresentará o enredo “Pra cima, Ciça!”, do carnavalesco Tarcísio Zanon, que homenageia a vida e o trabalho do mestre Ciça, atual comandante da “Furacão Vermelho e Branco”.