A Unidos do Viradouro lançou a sinopse do enredo “Pra Cima, Ciça” para o Carnaval 2026, no evento realizado na noite da última sexta-feira, na quadra da Estácio de Sá. O local não foi escolhido por acaso: foi ali que Moacyr da Silva Pinto, o Mestre Ciça, estreou na função de comandante de bateria, em 1989. Prestes a completar 70 anos, em 2026, Ciça receberá na Sapucaí um tributo inédito. Ele será o primeiro mestre de bateria a desfilar como enredo de uma escola de samba.
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Antes da leitura, o Grupo Mandiola cantou clássicos do samba carioca, com direito a participação especial de Lucas Machado e de Wandinho, filho do intérprete oficial da Viradouro, Wander Pires. Na entrada da área reservada para os componentes da Estácio e da Viradouro, os pavilhões da Estácio, Viradouro, Grande Rio, União da Ilha e Unidos da Tijuca – todas as agremiações que já tiveram Ciça no comando de bateria – saudaram o mestre. * LEIA AQUI A SINOPSE DA VIRADOURO
Visivelmente emocionado, Ciça falou ao CARNAVALESCO logo após a leitura. “O sentimento é de orgulho. Valeu a pena tudo o que fiz há 37, 38 anos. Esse reconhecimento da Viradouro é maravilhoso. Dos títulos que ganhei, esse foi o maior: ser enredo de uma escola de samba. É um campeonato”, resumiu.
Responsável pelo texto, o enredista João Gustavo Melo explicou que a narrativa cruza os 70 anos de Ciça com os 80 anos que a Viradouro completará em 2026. O penúltimo setor, adiantou, trará o “bonde do caveira”, como são conhecidos os ritmistas de Ciça, em referência ao apelido “Caveira”, que carinhosamente deram ao mestre. “Bateria é arte. Ritmistas são artistas. É uma forma de agradecer a esse segmento que toca e embala o nosso corpo, e escreve no tambor a poesia”, declarou o enredista.
O carnavalesco Tarcísio Zanon reforçou a ideia de simplicidade sofisticada. “O Ciça é uma escola de samba inteira”. Ele destacou que, pela primeira vez, “um quesito vai passar na Avenida como enredo”.
Já o presidente de honra da Viradouro, Marcelo Calil, lembrou o retorno do mestre em 2019, ano em que a agremiação voltou ao Grupo Especial. “Para essa escola voltar a ser grande, precisávamos trazer o Ciça de volta”, disse, pedindo aos compositores que escrevessem “o samba mais lindo da vida deles”.
O encerramento ficou por conta da bateria “Medalha de Ouro”, da Estácio, que subiu ao palco com os intérpretes Tiganá e Wandinho para alternar sambas históricos das duas escolas, selando o reencontro de Ciça com a batucada que o revelou.
Próximos passos
A disputa de samba-enredo da Viradouro já tem data para começar. A escola divulgou que a entrega dos sambas concorrentes acontecerá no dia 05 de agosto e o início da disputa será no dia 09 do mesmo mês. Já a final de samba está prevista para o dia 26 de setembro. Com o calendário definido, a Viradouro afina os tambores e inicia a contagem regressiva rumo a um desfile que promete incendiar a Sapucaí ao grito de “Pra cima, Ciça!”.