A Vila Isabel emocionou o público do minidesfile no último domingo pelas surpresas que a bateria “Swingueira de Noel” preparou para os componentes e o público da Cidade do Samba. Durante a apresentação, os rimistas comandados pelo mestre Macaco Branco vieram à frente da escola, logo depois do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, e também realizaram uma paradona para que os componentes cantassem uma passagem inteira do samba-enredo de 2026, tomando o local com um coro uníssono.
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“Amei o minidesfile. Foi muito vibrante, uma amostra do que a gente está preparando para apresentar na avenida, uma explosão de alegria. A paradona é fantástica, porque a bateria para e vem a comunidade. A Vila Isabel consegue segurar o samba. O público interagiu com a gente e gostou muito do que viu”, contou a baiana Ana Conegundes, de 61 anos, que acumula 18 carnavais pela escola de Noel.

Encantando diferentes gerações, Cecília Barbosa, de 22 anos e em seu segundo ano desfilando pela Vila, também aprovou a paradona.
“O samba vai pegar na avenida. Vai dar bom. Antes mesmo de ser escolhido como oficial, na disputa, ele já estava na boca de todo mundo. Já deu tempo de a comunidade aprender o samba, e quem não é da escola também está cantando”, avaliou a jovem.
O mestre de bateria Macaco Branco explicou que a ousada proposta de silenciar os instrumentos por um período mais longo do que o usual veio do diretor de carnaval da escola, Moisés Carvalho.
“Ele veio com essa ideia e, como tudo que ele pede, a gente sentou e pensou mil vezes para não ter nada errado. Tudo que a Vila faz é muito pensado, com muita estratégia, para fazer nosso componente brincar e pular o carnaval. Quando se para para a galera gritar (não é cantar, é gritar) o verso ‘Para você, Heitor’, reverenciamos esse cara que foi um marco no carnaval, que criou tanta coisa, mas acabou esquecido com o tempo”, relatou o musicista.

O resultado final agradou o idealizador, que ressaltou o empenho e a animação da comunidade.
“Estou feliz com o que a gente fez, feliz que a comunidade comprou nossa ideia e que todo mundo cantou muito bem o samba. Isso é fruto de um trabalho, fruto do que a gente vem construindo desde o lançamento do enredo na Pedra do Sal, em maio”, recordou Moisés.
O diretor de carnaval da Vila Isabel também é creditado como o responsável pela inserção da bateria à frente do minidesfile.
“Nenhuma escola colocou a bateria na frente. Normalmente, todo mundo fecha com a bateria. A gente geralmente discute muito, briga muito, sempre em prol da Vila, e aí surgiu a ideia de trazer a bateria na frente, atrás do casal, e fazer um recuo de bateria no meio do desfile. Serve para valorizar a festa e para motivar a escola que vem atrás”, esmiuçou Moisés Carvalho.
“Deu muito certo. A bateria saiu logo no primeiro setor da escola e veio esquentando a comunidade, o público presente, fazendo a paradona e o público cantando a plenos pulmões. Depois, fizemos um recuo para o restante da escola ficar nessa pulsação do coração da escola de samba que é a bateria da Vila Isabel”, detalhou Macaco Branco.
Calcada no canto da comunidade e no primor técnico, a Vila se destacou com um dos melhores minidesfiles da temporada 2025 para 2026 e consolidou-se como uma das favoritas, após um amargo oitavo lugar no carnaval passado.

“A Vila está focada no título. Está tentando inovar a qualquer custo, testar coisas novas para conseguir o título de 2026. Se Deus quiser, vamos conseguir”, finalizou Cecília, confiante.









