Segunda escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial, a Portela, maior campeã do carnaval carioca, apresentou o enredo “Igi Osè Baobá”, abordando a tradicional árvore sagrada africana. No desfile, a tradicional Velha-Guarda da escola estava presente na quinta alegoria, “Ancestralidade do samba”.
No carro alegórico, além da escultura de Monarco, que faleceu ano passado, a escola trouxe imagens de tradicionais baluartes, como Natal da Portela. Além disso, os carnavalescos Márcia e Renato Lage apostaram em uma bela imunização azul para a alegoria.
Em entrevistas ao Site CARNAVALESCO, componentes da Velha-Guarda falaram sobre o sentimento de representar Monarco, no primeiro desfile da Azul e Branco sem sua presença. Carregando 48 anos de experiência na Portela, Aimoré foi taxativo ao falar sobre a importância do baluarte para a escola.
“A gente vem fazendo essa homenagem a esses grandes baluartes da Portela, a grande maioria já se foi. É um sentimento de muito orgulho, a gente tinha um sentimento muito grande por eles, aprendemos muito com eles, o Monarco principalmente e, com esse aprendizado, a gente também ensina a garotada nova, que amanhã será a Velha-Guarda. A escola está lindíssima, alegorias muito bem feitas, com brilhantismo, o samba é muito aguerrido, comunidade cantando muito e a gente vem para as cabeças”, comentou emocionado.
Os estreantes na Velha-Guarda Luiz Antônio e Caetano, apesar da pouca experiência na ala, também enaltecem a figura de Monarco para a escola. Ansiosos pela estreia, ambos confiam no vigésimo terceiro título da Azul e Branca.
“Essa homenagem representa muita coisa para nós da Velha-Guarda da Portela, o Monarco era só nosso mestre. Eu, inclusive, nem sei como meu coração vai aguentar. A expectativa está enorme”, disse o eletricista Caetano.
“É uma honra muito grande homenagear nosso Mestre Monarco, ainda mais que, este ano, é minha estreia na Velha-Guarda da Portela. É extraordinário e espetacular. A expectativa é muito grande.”, concluiu o representante comercial Luiz Antônio.
Também muito emocionada, a costureira Dayse Linares reforçou o sentimento do portelense para com Mestre Monarco. “É muito emocionante homenagear o Monarco. Para mim, estar aqui hoje, representar estar viva porque eu poderia não estar aqui hoje, mas Deus me deu essa chance. O Monarco era um símbolo da escola e vai ser emocionante para todos representá-lo”, afirmou.