728x90
InícioSérie OuroUnião de Maricá abre caminhos no Carnaval com homenagem a Exus e...

União de Maricá abre caminhos no Carnaval com homenagem a Exus e celebração da cultura afro-brasileira no abre-alas

Pedindo proteção e caminhos abertos para a sua passagem na maior encruzilhada do mundo, a União de Maricá fez de seu abre-alas uma casa de Exus, conhecida no universo das umbandas como tronqueiras. A alegoria exibiu diversas esculturas de entidades exusíacas e uma estética de pontos riscados com predominância do vermelho e preto, desenvolvida pelo carnavalesco Leandro Vieira, que uniu o sagrado ao profano para atravessar a Marquês de Sapucaí.

O CARNAVALESCO conversou com os componentes do abre-alas da Maricá sobre a importância de celebrar Exus e Pombagiras no desfile, a representatividade da cultura afro-brasileira, a luta contra o racismo religioso e a energia que essas entidades trazem para a abertura de caminhos. Os entrevistados destacaram como a alegoria da tronqueira, com suas cores rubro-negras e pontos riscados, simboliza proteção, resistência e a conexão entre o sagrado e o profano. Além disso, falaram sobre a homenagem a Seu 7 da Lira, a celebração da igualdade religiosa e a esperança de que a energia de Exu possa guiar a escola rumo ao título da Série Ouro.

“Abrir o desfile com Exus, Pombagiras, trazer o povo de rua é muito importante, porque é caminho. Não tem como ter nada sem Exu para abrir caminhos”, declarou Ester Domingos, de 25 anos, destaque central da alegoria da Maricá, que, em meio à imensidão rubro-negra, vestiu uma fantasia branca para representar a pureza e a energia positiva dos guardiões.

Se a tronqueira é o espaço estrategicamente localizado na entrada das casas para combater as energias negativas, a alegoria, para Ester, é também uma prece que a Maricá faz ao homenageado, Seu 7 da Lira. “Tomara que Exu possa abrir todos os caminhos para que a gente possa ganhar esse título”, afirmou a figurinista, que se sente fortalecida com o desfile em homenagem ao Seu Sete da Lira.

Ester Marica mar

Quem também se sente fortalecido é o estudante de Educação Física Paulo Barbosa, de 32 anos, que defendeu que a escola trouxe na alegoria uma celebração da igualdade religiosa. “É uma celebração da igualdade. Estamos falando de representatividade da cultura afro, da cultura do povo de rua, da malandragem que cuida de mim e abre todos os caminhos da minha vida, como Seu Tranca-Rua e Dona Maria Padinha, meu pai e a mulher da minha vida”, disse o estudante de Educação Física. Ele afirma que a escolha da agremiação de celebrar o sagrado na festividade profana do carnaval é uma astúcia para driblar o racismo religioso.

“Precisamos mostrar muito mais sobre a nossa religião, a nossa cultura, de onde a gente vem, para possibilitar mais troca e tolerância entre diferentes crenças”, afirmou.

Paulo Barbosa Marica

Já Vanessa Moraes, de 32 anos, afirmou que a tronqueira da Maricá energizou as pessoas para seguir adiante. “Esse carro é para as pessoas se energizarem mesmo e acreditarem que Exu é caminho e verdade. Não é uma coisa ruim, é algo pra cima. É algo positivo, é algo para a abertura de caminhos, mesmo para essa passagem do ano que a gente está fazendo para o começo do ano, logo depois do carnaval”, concluiu.

A União de Maricá, ao levar para a avenida uma homenagem a Exus e Pombagiras, transformou seu desfile em um ato de resistência, celebração e representatividade. A alegoria da tronqueira, com suas cores vibrantes e simbolismo sagrado, não apenas abriu caminhos para a escola na Marquês de Sapucaí, mas também reforçou a importância da cultura afro-brasileira e da luta contra o racismo religioso.

Ao unir o sagrado e o profano, a agremiação enviou uma mensagem poderosa de igualdade, tolerância e respeito às diversidades religiosas. Com a energia de Exu como guia, a agremiação não só honrou Seu 7 da Lira e as entidades exusíacas, mas também inspirou esperança e fortalecimento para todos que acompanharam seus próximos passos.

- ads-

Voando alto no Anhembi, Gaviões da Fiel realiza o seu melhor desfile e sonha com título

Os Gaviões da Fiel realizaram o seu melhor desfile após 13 anos, quando na oportunidade fazia um enredo sobre Dubai. Agora, com um tema...

Mocidade Alegre traz linda estética e conta com grande atuação do casal de mestre-sala e porta-bandeira

Atual bicampeã do carnaval paulistano, a Mocidade Alegre foi a terceira agremiação a desfilar no sábado de carnaval no Grupo Especial. Esteticamente, a escola...

Comissão de frente criativa e instrumentos de sopro na bateria marcam desfile do Império de Casa Verde

O Império de Casa Verde desfilou neste sábado pelo Grupo Especial de São Paulo no carnaval de 2025. A criativa comissão de frente, a...