A União da Ilha, através das redes sociais, prestou homenagem para a carnavalesca Maria Augusta, que faleceu nesta sexta-feia. A artista fez história na agremiação insulana. Veja o texto abaixo.

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“A União da Ilha se solidariza com parentes, amigos e admiradores pela partida de Maria Augusta, carnavalesca, comentarista, jurada do Estandarte de Ouro e ícone do Carnaval Carioca. Não existiria União da Ilha como nós a conhecemos sem Maria Augusta – esse é o exato tamanho de sua importância para nossa história.

Essa relação essencial começou quando nossa escola ainda era uma jovem agremiação do antigo grupo 2, sonhando em chegar à elite do samba pela primeira vez. “A Festa da Cavalhada” (72) e “Y Juca Pirama” (73) foram seus dois primeiros enredos na tricolor.

Maria Augusta voltou a assinar um desfile insulano, a Ilha já estava em seu segundo ano n 1ª divisão, 1976. O desfile “Poemas de Máscaras e Sonhos” seguiu uma linha mais tradicional, com as cores da escola predominando ao longo da apresentação, inovação essa adotada definitivamente.

O momento mais glorioso da história de amor entre União da Ilha e Maria Augusta, porém, veio mesmo em 1977. Existe um Carnaval antes e depois daquele dia ensolarado em que uma grande escola de samba se apresentou para o mundo. Ela empreendeu uma revolução temática que imprimiu à nossa escola, para sempre, a sua identidade, sua marca registrada. Em vez de um enredo folclórico, ela preferiu a simplicidade e decidiu provar que o dia da semana dedicado ao descanso poderia ser o tema de uma apresentação de escola de samba. “Domingo” foi um desfile objetivo, evidente, próximo ao real, sem qualquer luxo, mas sem deixar de ser “carnavalizado”. O estilo jovial e comunicativo se estampou a partir dali, alçando da Ilha à disputa do título – que não veio, restando o 3° lugar, embora até hoje haja quem diga que o Carnaval seria diferente se a “sutileza do amanhecer” estivesse no topo do pódio. O sucesso seria repetido com “O Amanhã”, quarto lugar em 1978, mantendo o estilo transparente e comunicativo, mas excursionando pelo terreno conceitual do mistério e da humana com o futuro.

Neste dia de despedida, a União da Ilha só pode dizer: obrigado, Maria Augusta! Nosso amanhã sempre estará iluminado por aquele domingo de outrora, colorido pelo Sol. Maria Augusta conquistou com a União da Ilha uma glória maior que o campeonato: a eternidade”.