O CARNAVALESCO conversou com o coreógrafo da comissão de frente do Salgueiro, Paulo Pinna, que falou sobre o acolhimento da escola e a parceria com o carnavalesco Jorge Silveira. Ele também adiantou detalhes de seu trabalho para o desfile oficial. Parte da nova geração de criadores do carnaval, que vem trazendo novo frescor à folia carnavalesca, Pinna tem formação em balé clássico, contemporâneo, jazz, sapateado, hip-hop e dança afro.Ingressou no Carnaval como bailarino das comissões de frente de Claudia Motta, que lhe sugeriu, em 2020, que comandasse a comissão do Império Serrano. Desde então, o coreógrafo conquistou o título de 2023, com a Porto da Pedra, e, em 2024, conduziu a comissão da Mocidade.
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A performance na escola de Padre Miguel foi um sucesso ao levar Carmem Miranda para a arquibancada, em uma experiência interativa com o público da Sapucaí. A boa repercussão lhe rendeu o convite para que colaborasse com o Salgueiro em 2025.
“Trabalhar com escola de samba é trabalhar em família, mas o Salgueiro de fato é uma escola diferente, em que eu sinto um acolhimento muito gostoso. A escola inteira está unida, do primeiro segmento até o último, diretoria, profissionais que trabalham o ano inteiro no barracão. Eu estou muito feliz, muito confiante do trabalho que a gente vai apresentar”, disse.
Em 2025, a Academia do Samba leva à avenida o enredo “Salgueiro de corpo fechado”, sobre as superstições do povo brasileiro na busca pela proteção espiritual.

“Todo mundo tem uma simpatia, uma crença, acende uma vela, usa um cordão, usa um terço, uma guia. Todo brasileiro tem essa cultura enraizada dentro de si, nessa cultura que é nossa de se proteger, seja em qual religião for. ‘Salgueiro de corpo fechado’ é uma vitrine do que o carioca é, do que o brasileiro é. O povo que tem suas crendices, sua fé e quer acreditar naquele que tá lá em cima, que é Deus e todas as religiões”, explicou o artista.
Paulo Pinna, porém, não é o único reforço salgueirense deste ano. Após conquistar a quarta colocação em 2024, em seu melhor momento desde 2018, a escola da Tijuca decidiu contratar o carnavalesco Jorge Silveira, conhecido no carnaval carioca por passagens pela Viradouro e São Clemente. Foi no Carnaval de São Paulo, no entanto, que o artista fez história, ao conquistar o bicampeonato pela Mocidade Alegre (2023 e 2024).
“O Jorge é um profissional que eu admiro já não é de hoje. Não é falácia. Eu já tinha vontade de trabalhar com ele e tive a sorte e a honra de poder estar junto esse ano. É um cara que é super profissional, super parceiro. É um carnavalesco que veste a blusa, está sempre disposto a ajudar e agregar no nosso trabalho. Eu estou realmente muito à vontade com um grande amigo que o Carnaval me deu”, elogiou o coreógrafo.
No ensaio, a comissão de frente da vermelho e branco brincou com as crenças do bando de Lampião, que guardava o diabo na garrafa para poder se proteger das balas da polícia, num verdadeiro pacto satânico.
Sobre as surpresas, Paulo adiantou: “Este ano, a iluminação especial vai ser o ponto máximo da nossa coreografia e do nosso trabalho”.
A interação com a arquibancada, tão elogiada no ano passado, no entanto, não deve ser aguardada.“Este ano, a ligação vai ser enérgica. As pessoas vão se arrepiar junto conosco como se estivessem na comissão”, revelou.
O artista também comentou sobre o tripé que acompanhará a performance, que, segundo ele, terá um tamanho reduzido. O pedido partiu do próprio coreógrafo.