No último domingo, a Mocidade Independente de Padre Miguel realizou a semifinal de seu samba-enredo para o Carnaval 2026. Cinco composições foram apresentadas na voz do intérprete oficial da escola, Igor Vianna, com duas eliminações. As parcerias de Franco Cava e de Santana deixaram a disputa, enquanto as demais avançaram para a final, que acontece no próximo sábado, na quadra da Avenida Brasil. Os sambas classificados receberam aprovação semelhante por parte da torcida presente, com todas as passadas consistentes. Confira abaixo a análise do CARNAVALESCO sobre o desempenho de cada obra classificada.
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Parceria de Jefinho Rodrigues: O samba de Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau, Xande de Pilares, Marquinho Índio, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Lauro Silva, Cleiton Roberto e Cabeça do Ajax abriu a noite da semifinal mostrando porque chegou como um dos favoritos. A apresentação mobilizou a comunidade, que respondeu com um canto forte em versos como “Mocidade êêê…” e “se joga comigo, no céu, no mar, na rua, na Vila Vintém”. As alusões às músicas de Rita Lee seguem como ponto alto, trazendo identificação imediata do público. Desde as eliminatórias, a obra se destaca por manter trechos de fácil assimilação, já na ponta da língua da torcida.
Parceria de Paulinho Mocidade: A obra de Paulinho Mocidade, Sandra Sá, Gabriel Teixeira, Lico Monteiro, Gabriel Simões, Rodrigo Feiju, Tamyres Alves, Christiane e Trivella conquistou boa aceitação, principalmente entre setores tradicionais da escola, como a ala das baianas. A melodia busca unir o rock da homenageada ao samba, além de rechear a letra de referências marcantes. O refrão “eu não sou puta, nem sou freira, Santa profana, a padroeira, desculpe o auê, ardente o querer, agora só falta você” foi um dos momentos mais fortes da noite, cantado em coro por grande parte da quadra. A performance credencia a parceria como candidata de peso à grande final.
Parceria de Paulo César Feital: A composição de Paulo César Feital, Dudu Nobre, Claudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rozário, Carlinhos da Chácara, Julio Alves, Marcelo Casa Nossa, Anderson Lemos e Leo Peres apresentou versos que evocam a irreverência e a poesia de Rita Lee: “é som obsceno que beira a loucura, um tanto divino, metade animal, num frasco pequeno: veneno e doçura, beber bossa nova é viver carnaval”. A apresentação contou ainda com uma intérprete caracterizada como Rita, que performou e envolveu o público com presença cênica marcante. O refrão “por toda menina da Vila Vintém, na luta pela liberdade, independente não teme ninguém” ganhou força, principalmente entre os mais jovens, com destaque para a participação vibrante das mulheres. O resultado reforça a disputa acirrada que a Mocidade levará para a final.