O CARNAVALESCO analisou a eliminatória da chave A dos sambas da Portela para o Carnaval 2025. Abaixo, você confere os textos das parcerias classificadas. * OUÇA OS SAMBAS CONCORRENTES DA PORTELA
Parceria de Celso Lopes: o primeiro samba da noite foi assinado pelos compositores Celso Lopes, Charlles André, Marcos Laureano, Roberto Fármaco, Gadinele, Serginho Pavuna e Serginho Jurado. A torcida marcou presença e mostrou que o samba está na ponta da língua. Nino do Milênio conduziu muito bem, sendo um dos destaques da apresentação. Foi uma boa apresentação, impulsionada pelo refrão de cabeça “Vai na ginga tabajara//Toca Milton Nascimento//Pra família Portelense festejar na quarta feira//Consagrando esse momento”. Outro ponto de destaque da apresentação foi na variação melódica na primeira parte em “Encontrar o sol, sentir o dom”. O refrão de meio também passou de forma competente.
Parceria O Poeta do Rio: o segundo samba da noite foi assinado por um único compositor, o Poeta do Rio. Os poucos torcedores que compareceram estavam animados. Tem-Tem foi bem na condução da obra. A apresentação foi animada, principalmente, pelo refrão de cabeça, que teve uma boa comunicação com o público. A construção poética da obra fica aquém ao comparar com outras obras na disputa. A letra também é simples. O que não faltou para a apresentação foi a animação de quem estava assistindo, impulsionado pelo refrão principal, que é uma alusão a uma das músicas de Milton Nascimento.
Parceria de Samir Trindade: o terceiro samba da noite foi assinado pelos compositores Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. A torcida deu um show do início ao fim e foi um dos vários destaques da apresentação. O intérprete da Vila Isabel, Tinga, foi um “monstro” na condução do samba mais uma vez. Foi o primeiro grande momento da noite e a obra mais uma vez teve um rendimento ótimo na quadra. O refrão de cabeça foi berrado pela torcida “Iyá chamou Oxalá Preto Rei pra sambar//Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar//Anjo negro é o sol que faz a Portela cantar//Anjo negro é o Sol na minha Portela”. Assim como no refrão principal, o refrão de meio passou muito bem na quadra “Nessa estrada, é sonho, é poeira//Passa o trem azul, sigo em paz//Feito Rio.. Só me leva//Pra Deus filho de Maria//Tantos mares em um cais”. Além dos dois refrãos, outros destaques apareceram na apresentação: a cabeça do samba, onde a obra começa muito bem, no verso “Quem acredita na vida não deixa de amar”, e na chamada para o refrão de cabeça “Onde Candeia é chama//Brilha Milton Nascimento”. Foi possível observar a emoção dos compositores no palco durante a apresentação.
Parceria de Marcello Luz: a obra assinada pelos compositores Marcello Luz, Edynel, Fred Lima, Felipe Quirino, Márcio Oliveira, Marcelo Teixeira e Luiz Silveira, foi o quarto samba a se apresentar na noite de eliminaria da chave branca. A torcida compareceu de forma tímida, mas os poucos que estavam presentes deram conta do recado. O intérprete Guto conduziu de forma segura o samba. Foi uma apresentação regular da parceria. O refrão de meio passou bem na quadra “Clamor que bate na cabeça alumia//É luz da consciência inspiração do pensador// O povo unido… um só coração//O sonho infindo ao som da canção”. Outro destaque é a variação melódica na segunda parte do samba “Crescente lua a clarear … Opaxorô lufã Oxalá”. O refrão de cabeça que fica um pouco aquém, pois ele não emplaca.
Parceria de Phabbio Salvatt: o quinto samba da noite foi assinado pelos compositores Phabbio Salvatt, Gerson PM, Alexandre Valle, Sérgio Oliveira, Rico Teixeira, Luiz Rangel e Darcy Maravilha. A torcida veio bem reduzida mas isso não desanimou os intérpretes e o os compositores que estavam no palco. Victor Cunha e Rogerinho tiveram uma boa sintonia no palco e conduziram bem a obra. O grande destaque da apresentação foi o refrão de meio “Na boca da noite, um gosto de sol resiste//A esperança de um novo arrebol existe//Na calmaria, me embale Maria Maria”. Por mais que tenha uma rima que não seja rica “Resiste e Existe” foi o momento do samba que mais rendeu na quadra. Assim como na parceria anterior, o refrão principal poderia ser um pouco melhor, porém não comprometeu.
Parceria de Luiz Carlos Máximo: o sexto samba da noite foi assinado pelos compositores Luiz Carlos Máximo, Manu da Cuíca, Buchecha, Belle Lopes, Ximeninho, Régis e Heitor César. A torcida fiel e apaixonada cantou muito do início ao fim. Marquinho Art Samba foi muito bem na condução do samba. A obra teve um bom rendimento na quadra, mas tem potencial para crescer ainda mais. Os poetas capricharam muito na letra, sendo uma das melhores da disputa. A melodia foi ousada, mais uma vez, e os compositores colocaram alguns versos de efeito que ajudam a jogar o samba para cima: “Diz Maria diz Maria “, “Voai por nós minha águia”. O refrão principal foi um dos grandes destaques da apresentação “Tá que tá caindo flor//Senhora do Rosário//Vem benzer nosso griô”. Outro destaque foi no início da segunda parte do samba “Ô, ô, ô, ô, ô, quando o céu enlameou”. Uma boa apresentação da parceria.
Parceria de Tião Sapê: a obra assinada pelos compositores Tião Sapê, Hebinho, Bita da Portela, Luizinho da Light, Zé Maria, Marcelo Vai-Vai e Ricardo Simpatia, foi o sétimo samba da noite de eliminatória Portelense. A torcida marcou presença e foi um dos grandes trunfos da parceria. Wantuir foi o responsável por conduzir o samba e foi muito bem. A apresentação foi boa e contou com alguns destaques. Repetição do “Ava canoeiro, ava canuê//Vão seguindo a romaria//Para ver o sol nascer”. Refrão de cabeça teve um bom rendimento “Solto a voz, sou Portela//Amigo eu vim te encontrar//O canto da cigarra traz no vento//O sol a brilhar é Milton Nascimento”. Outro ponto do samba que teve um bom rendimento foi a primeira do samba. Já na segunda do samba, tem uma quebra melódica que fica evidente “Vem a lua teceu o cálice da noite//Estrelas no breu”.
Parceria de Toninho Gerais: nono samba da noite foi assinado pelos compositores Toninho Gerais, Eli Penteado, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Paulo César Feital, Juca e Juninho Luang. A torcida compareceu em um bom número e se manteve animada do início ao fim. A obra contou com o trio de intérpretes Bruno Ribas, Emerson Dias e Chitão Martins, e foi sem dúvida um ponto de desequilíbrio da apresentação. O rendimento da obra foi ótimo e levantou a torcida. Os compositores estavam bem inspirados quando fizeram esse samba, pois capricharam tanto na letra, quanto na melodia. A chamada para o refrão de cabeça foi um dos grandes destaques “Já dizia Elis, se Deus tivesse voz//Seria a voz de Milton Nascimento”. Outro grande destaque foi o refrão de cabeça que foi muito cantado pela torcida “O meu samba é oratório//Que Sebastião clareia//Mil tons geniais, e os tambores das Gerais//Na Escola de Candeia”. É possível notar que a obra possui uma riqueza melódica e isso fica evidente no verso “Enquanto um coração de estudante bater”. Ótima apresentação da parceria.
Parceria de Poly da Portela: penúltima parceria da noite a obra foi composta pelos compositores Poly da Portela, Paulo César, Guaracy Lenda Viva, Robinho Portela, Krysshow Portella, Norma Portela e Licio Pádua. A torcida marcou presença de forma reduzida, mas cantaram do início ao fim. O intérprete Climagia com a sua bela voz contribuíram para a boa apresentação da parceria. O samba tem uma levada de samba antigo e isso fica evidente logo na primeira parte do samba. Um dos grandes destaques da apresentação foi a variação melódica na segunda parte do samba “Agora, a águia nos conduz do azul do céu”. O refrão principal também foi destaque, passando bem ma quadra “Sopra a voz de Oxalufã// Tem canto de alegria no ar// Na doce estrada a cada manhã// Portela vai, onde o artista está”. O refrão de meio também passou bem.