Recentemente, o apaixonado por carnaval em São Paulo foi contemplado com duas grandes novidades. Uma delas foi o lançamento do projeto audiovisual, coordenado pela empresa Sala 22, pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, a proposta principal foi aproximar os áudios do formato “ao vivo”, além de reforçar os elencos das escolas, com a ampliação dos corais e a participação de rainhas, passistas e músicos. Até o momento, o projeto tem alcançado grande repercussão nas plataformas de streaming e recebido elogios nos comentários dos vídeos publicados no YouTube.

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Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Outra novidade foi a Festa de Lançamento dos Sambas-Enredo, que voltou a registrar lotação máxima. Neste ano, o evento contou com show do cantor Xande de Pilares, apresentação dos minidesfiles das 32 escolas e outras atrações, proporcionando uma experiência ainda mais completa ao público presente na Fábrica do Samba.

O CARNAVALESCO conversou com o presidente Renato Remondini, Tomate, da Liga-SP, que detalhou esses dois temas. Ele avaliou o projeto audiovisual dos sambas-enredo de 2026 e comentou sobre o futuro dos minidesfiles.

Clipes audiovisual: Investimento para o sambista

É o segundo ano consecutivo que a Liga-SP investe em um projeto audiovisual de alto nível. Com estúdio profissional e elencos das escolas de samba presentes, a proposta se aproxima cada vez mais do formato “ao vivo”. O presidente Tomate destacou que ainda há pontos a serem aprimorados no áudio, mas elogiou o resultado final, especialmente a participação das escolas do Grupo de Acesso 2.

“Neste ano, tivemos a felicidade de contemplar as 32 escolas, todas com a mesma qualidade de gravação. Acredito que as escolas do Acesso 2 se sentiram muito respeitadas nesse sentido, o que foi extremamente positivo. Trata-se de um projeto de custo elevado, mas não encaro isso como um gasto, e sim como um investimento da Liga. Quando falamos em Liga, falamos, na verdade, de um investimento das 32 escolas, sempre pensando em melhoria e crescimento. Mais uma vez, a Liga se coloca como vanguarda em propostas relevantes, o que resulta em um trabalho fantástico. O visual ficou incrível e, em relação ao áudio, entendemos que ainda há pontos a melhorar, algo que vamos aperfeiçoando a cada ano. No ano passado, o projeto era menor. Neste ano, foi mais amplo, com elencos maiores. A ideia é seguir evoluindo para que o audiovisual tenha cada vez mais a cara do ao vivo. Esse é o nosso sonho: Transformar a gravação em algo que se aproxime de um grande espetáculo ao vivo. Com a tecnologia cada vez mais avançada e as possibilidades que temos, acredito que conseguiremos avançar ainda mais nos próximos anos”, declarou.

Crescimento incessante dos minidesfiles

A Festa de Lançamento dos Sambas-Enredo, antiga “Festa do CD”, é o maior evento do pré-carnaval. As escolas de samba de São Paulo foram pioneiras na criação dos minidesfiles na Fábrica do Samba, iniciativa que se espalhou pelo Brasil. O evento, tradicionalmente realizado próximo ao Dia Nacional do Samba, costuma registrar lotação máxima, o que gera desafios para a Liga-SP. Uma das alternativas seria a realização no Sambódromo do Anhembi, porém, na mesma data ocorre o Grande Prêmio da Fórmula E no local.

Segundo Tomate, existe a possibilidade concreta de dividir a festa em dois dias, dependendo da aprovação dos presidentes das escolas filiadas à Liga-SP.

“O público tem participado cada vez mais, com lotação máxima na Fábrica do Samba. Isso, inclusive, gerou alguns desafios, já que o sambista está participando de uma forma jamais vista. É algo muito positivo, mas que também traz consequências. A Fábrica do Samba começa a ficar pequena, e, neste momento, não é possível realizar o evento no Anhembi por conta da Fórmula E, que acontece no mesmo período. Enquanto houver esse impasse de datas, o Sambódromo fica inviável. Caso, no futuro, a Fórmula E mude de local dentro da cidade de São Paulo, o Anhembi pode voltar a ser uma opção. Por ora, existe uma proposta dos presidentes, junto com a diretoria da Liga-SP, de realizar o evento em dois dias. Neste ano, por exemplo, começamos às duas da tarde e houve pessoas que chegaram para trabalhar às dez da manhã e saíram apenas às oito horas do dia seguinte. Por isso, há, sim, a possibilidade de dividir o evento em duas datas. Essa decisão precisa da aprovação unânime ou da ampla maioria dos presidentes, e acredito que o caminho seja esse”, completou.