A Mocidade gravou no último dia 22 de outubro o seu samba para o álbum oficial do Carnaval de 2025, no Century Estúdio. A Estrela Guia de Padre Miguel levou alguns de seus componentes integrantes para gravar a faixa da escola, que levará o enredo “De volta para o futuro – Sem limites para sonhar”, dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, para a Sapucaí no próximo ano. O CARNAVALESCO conversou com alguns integrantes da escola, entre eles, mestre Dudu, que começou falando sobre o andamento empregado para a gravação da escola.

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Foto: Divulgação/Rio Carnava

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“Fico feliz pela obra que foi entregue para gente. Acho que os compositores estão entendendo que a nossa bateria é diferenciada e muito cadenciada. E nós botamos andamento na gravação de 138 BPM (batidas por minuto) e ficou perfeito com o nosso samba”.

Veja o clipe feito pela Mocidade para o samba-enredo de 2025

Dudu comentou sobre bossas utilizadas na gravação da escola, destacando que, somado a gravação da escola, deu a oportunidade de observar as paradinhas para o samba da escola. “A gente não perdendo a nossa característica, me lembrou muita coisa do passado, até botando a paradinha na hora que fala da mão que faz a bomba. Depois da escolha do samba para cá, começamos a estudar mais a obra e abriu muito a mente. Além dessa gravação aqui, a escola produziu uma, que me deu a oportunidade também de gravar outras paradinhas. Sei que vai ser sucesso”.

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Mestre Dudu. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O mestre comentou sobre estar mais uma vez a frente da “Não existe mais quente” em uma gravação para o álbum oficial da Liesa: “É sempre bom entregar o melhor para a nossa escola. Fico feliz em mais uma vez comandar essa bateria de mestre André, mestre Coé, mestre Jorjão. É motivo de muito orgulho. Eu sempre conto histórias, que não passava na minha cabeça ser mestre de bateria e de um tempo para cá eu comecei a acordar, enxergar e acho que está em boas mãos. Venho fazendo um belo trabalho. Não é à toa que estão vindo os resultados, juntamente com a minha direção”.

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Mauro Amorim, diretor de carnaval. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Mauro Amorim, diretor de carnaval da Mocidade, destacou que a gravação oficial visa emocionar o torcedor da Verde e Branco, destacando como é emocionante presenciar a gravação do samba do qual destacou o techo que mais mexe com ele: “É uma gravação para mexer com a emoção do independente. É um trabalho realizado dentro dos padrões que a Liga estipula de igualdade para todas as escolas, mas cada uma vai dar seu tempero especial. A parte: ‘Naveguei, no afã de encontrar eu me emocionei’ vai emocionar o torcedor. É um samba aclamado pela escola, foi consagrado por unanimidade dentro de todos os segmentos, o que mostra uma escola unida. É muita emoção estar aqui vivendo este momento que a Mocidade está atravessando e é um pré-carnaval que remete muita esperança a todo torcedor independente”.

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Jorge Cardozo, responsável pelo arranjo. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O maestro Jorge Cardoso foi o responsável pelo arranjo da escola para a gravação e explicou como elaborou e pensou o mesmo em cima do enredo e do samba escolhido: “A primeira coisa que a gente faz quando vai fazer um arranjo é ler a sinopse do enredo. Depois ver o que a gente pode usar musicalmente dentro do samba-enredo. Esse é um enredo que lembra os carnavais da Mocidade e faz uma alusão ao futuro. É um samba com a letra muito inspirada, bem feita, dentro do enredo, com uma melodia muito bonita, rica. Quando você tem um samba com uma melodia rica, facilita mais para quem vai fazer o arranjo, porque é a melodia que te dá os caminhos para você fazer harmonia e fazer aqueles truques e paradinhas. É muito bem construído e vai render muito mais, e, principalmente, com a escola sendo a primeira a se apresentar na terça de carnaval, ele vai trazer um ar de novidade. As pessoas vão sorrir e se sentir bem”.

Zé Paulo, intérprete da Estrela Guia, contou como foi sua preparação para botar a voz na faixa oficial do samba: “A gente trabalha com fono, faz aula de canto, descansa bastante, apesar dos períodos corridos e curtos. Bebi bastante água, mas o que preocupa é a mudança de tempo. Toda hora está calor, faz frio, chove, a gente entra no ar condicionado, sai de ar condicionado. É ter cuidado com a imunidade para não baixar. E o restante é tudo parte técnica mesmo: fono, aula de canto e concentração”.

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Intérprete Zé Paulo. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O cantor também destacou trechos do samba que mais mexem com ele: “Acho que na primeira: ‘Será que é de ter carnaval sem minha cadência? Alas em tom digital no fim da existência’, é muito bonitq. É uma frase, um trecho que mexe muito comigo. Mas no final do samba: ‘naveguei no afã de me encontrar, eu me emocionei. Lembrei da corda bamba que atravessei. São tantas as viradas dessa vida’. Além de fazer parte do enredo, contempla qualquer pessoa que passa por um motivo difícil e está vivendo isso, ou já viveu. As pessoas vão se identificar bastante com essa parte, é a que vai mais emocionar. O samba pede um pouco de técnica e pede muito de emoção. Ele é dramático em certas partes. Tem tem um apelo mais emocional, mais interpretativo”.

Zé Paulo falou sobre a expectativa que ocorria em relação à escola escolher uma obra que fosse para o lado do Caju, de 2024. O cantor falou sobre sambas populares e como o fenômeno foi um momento único para o carnaval: “São sambas de propostas diferentes. A gente, infelizmente, não teve nenhum samba de apelo popular como Caju, neste ano, que eu acho que faz falta para o carnaval. É totalmente o oposto do caju, mas tem momentos de popularidade. É um samba muito mais denso, com muito mais desenvolvimento crítico. Pode acontecer e se tornar popular por alguns motivos e detalhes que ele tem. Mas acho que o Caju foi um momento único até para o carnaval, há muito tempo a gente não vivia isso no carnaval e de uma hora para outra o samba acaba viralizando e entrando para a história do carnaval. O caju não é um samba campeão do carnaval, mas é um samba campeão de audiência. As escolas têm que aproveitar isso. Toca em roda de samba, toca em outros países, toca em outros estados”.

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Compositor Léo Peres. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Léo Peres, um dos compositores da obra de 2025, comentou sobre a importância do samba para ele: “É uma obra muito importante. A nossa parceria veio de uma vitória em 2018, o samba da Índia, também um samba muito bom, e a gente veio batendo uma trave nas últimas disputas e, graças a Deus, esse ano deu tudo certo. É um samba bem completo, que propõe e entrega muito ao enredo. Tem uma questão social muito grande, em prol do meio ambiente, da sociedade. Possui dois refrões muito fortes, uma saída de segunda muito forte. Se encaixa e dialoga a cadência e o andamento da ‘Não Existe Mais Quente”.