Não faltou entretenimento e diversão na segunda edição do Guardiões da Favela, que ocorreu no último sábado na Cidade do Samba. Além do espetáculo produzido pelas baterias das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo, o festival contou com uma tirolesa. O projeto foi resultado de uma parceria entre a Acadêmicos do Grande Rio e a prefeitura de Maricá e era gratuito.
Em cima das tradicionais bicicletas da cidade, as “vermelhinhas”, o público precisava pedalar para cruzar os 100 metros de cabo de aço que cruzavam a Fábrica de Sonhos. A travessia era registrada por um drone e a filmagem fornecida no final. Os únicos requisitos eram preencher um termo de responsabilidade e ter no máximo 100 kg. Segundo Oz Eneas, diretor de Live Marketing da STA.live, que presta serviços para a prefeitura de Maricá, a proposta foi levar para o carioca um pouco do que o município oferece e, ao mesmo tempo, enaltecer a Unidos de Maricá.
“A nossa escola se chama Unidos de Maricá. Daí fizemos esse trocadilho com a hashtag “Unidos por Maricá”, e trouxemos um resumo do nosso olhar social – tudo o que a cidade faz pelo povo. A bicicleta é um dos símbolos do nosso município, porque assim como os ônibus, a população utiliza sem ter que pagar nada. A ideia é trazê-la em uma forma de tirolesa, gratuita, representando essa entrega social”, explica Oz.
Apesar de bastante utilizada e elogiada por quem a frequentava, a tirolesa precisou ser fechada por conta das fortes chuvas e ventanias que atingiram a Região Metropolitana do Rio. Idealizador do festival, mestre Fafá, que comanda a bateria da tricolor de Caxias, revelou que a proposta inicial era colocar uma roda gigante. Devido ao alto custo e inspirados em uma ideia da Beija-Flor, a organização do evento buscou patrocínios para que a tirolesa fosse instalada.
“Foi uma ideia em conjunto. Vou confessar que iria ter uma roda gigante, só que o custo seria muito alto. Foi uma ideia nossa e até seguindo a ideia bacana que a Beija-Flor fez na quadra deles. Conseguimos esse apoio com a prefeitura de Maricá. Tivemos um probleminha com São Pedro, mas deu tudo certo”, contou Fafá.
Juntando o samba no pé com a aventura radical, o sambista Diego Tavares, 22 anos, universitário e torcedor da Portela, testou a tirolesa e aprovou. Para ele, seria importante mais iniciativas que oferecessem serviços gratuitos.
“Quando eu cheguei, achei que precisaria pagar para usar. Seria legal que outras coisas desse tipo fossem disponibilizadas nas escolas para mais público – principalmente o mais jovem. Espero que tenha nas outras vezes. O mais legal é que ao mesmo tempo a tirolesa mostra algo que o Rio não tem, que é o transporte público gratuito”, diz Diego.