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Tigre de Guerra ruge na Sapucaí em bom ensaio da Porto da Pedra

Por Luiz Gustavo e fotos de Magaiver Fernandes  (Coloboraram Allan Duffes, Guibsom Romão e Raphael Lacerda)

A Porto da Pedra realizou seu ensaio técnico no último domingo mostrando que possui credenciais para novamente brigar pelo título da Série Ouro após conquistar o acesso em 2023. Com quesitos consolidados, a escola fez um ensaio muito firme e de ótima organização. Foi de longe a escola com maior contingente de desfilantes na noite, e seus componentes cumpriram o papel de evolução e harmonia com total correção. Com tantos veteranos de avenida, o destaque maior ficou para uma estreante no posto principal na agremiação, a porta-bandeira Pietra Brum de apenas 16 anos, que enfrentou a quebra do mastro de sua bandeira quando se apresentava para a primeira cabine de jurados. Apesar de obviamente ter ficado mexida com o fato, Pietra seguiu a apresentação segurando a bandeira sem mastro e bailando firme, mostrando garra, resiliência e talento.

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Neste embalo a Porto da Pedra será a quinta escola a desfilar no sábado de carnaval, trazendo o enredo “A história que a Borracha do Tempo Não Apagou”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes.

“O ensaio foi excelente, de alto nível, a galera cantou muito. Temos que corrigir algumas coisas, ensaio é para isso, para nós corrigirmos os erros. Mas foi muito satisfatório, atendeu a expectativa. Um exemplo de correção é o apoio do nosso primeiro casal, que tivemos um problema com o mastro da primeira porta-bandeira. Se o apoio tivesse trazido mais um mastro, tudo seria mais fácil. Isso são coisas que temos que corrigir. O único problema foi esse. Isso foi ensinamento”, explicou Aluizio Mendonça, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

Porto da Pedra 12

Coreografada por Junior Scapin, a comissão de frente da Porto da Pedra realizou uma apresentação de muito bom nível em todas as cabines. Em mais uma coreografia de temática indígena na noite, os integrantes exibiram uma evolução muito dinâmica,
com boa dança e passos bem sincronizados, tanto nos movimentos individualizados quanto nos passos em que rolavam interações entre os componentes, com todos os momentos bem concatenados. O que não funcionou tão bem foi o efeito de fogo saindo de tubos, em duas cabines um dos tubos não funcionou; na cabine final o efeito não foi utilizado.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Porto da Pedra 18

Com todo o problema com a bandeira no primeiro módulo, o casal Rodrigo França e Pietra Brum superou o susto e seguiu firme nos demais módulos. Na segunda cabine Pietra apresentou um pouco mais de nervosismo, com menos vigor em seu bailado e nos giros, mas nas duas cabines restantes ela recuperou o seu ritmo e obteve um desempenho de ótima qualidade, sendo conduzida por um excelente Rodrigo, que esteve impecável em
todos os módulos de apresentação. Pietra estreará em 2025 como primeira porta-bandeira, após dois anos fazendo parte do segundo casal da escola. Rodrigo vai para seu oitavo ano como mestre-sala principal da Porto da Pedra, estreou na função em 2018.

“Foi um ensaio ótimo. É a minha primeira vez aqui na cabeça da escola. E poder vir ouvir o canto da escola ali, no pé do ouvido, é uma sensação maravilhosa. Independentemente de tudo, eu estou muito orgulhosa do que a gente fez. Acredito que sempre tem algo para ajustar, sempre tem alguma coisa, a gente está no trabalho firme desde junho, quando eu fui apresentada, sendo assim, acredito que ainda tem algumas coisas para ajustar até o desfile, mas a gente está limpando a coreografia com o tempo. E o meu mastro quebrou! Logo no começo do setor 1, eu já senti ele dando uma viradinha, eu até cheguei a comentar com a minha irmã, mas não tinha mais o que fazer, ele teve que ir na força, mas acabou sendo um ensaio de superação. A Bárbara me emprestou o mastro dela, meus harmonias amarraram, firmaram o mastro com o pavilhão. E eu quero muito agradecer a Bárbara pelo carinho, eles vieram ali do nosso lado gritando o ensaio todo”, disse a porta-bandeira.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Porto da Pedra no ensaio técnico

“A minha escola não tem o que reclamar, é essa energia. Vocês sabem que a Porto da Pedra é a cara do Grupo Especial. O mastro dela quebrou, acontece! O importante é que ela não largou o sorriso. A dança não saiu do corpo dela. E a gente fez uma boa passada com a escola. A gente mesclou um pouquinho da coreografia oficial e do ensaio. A entrada é essa para a gente saber se vai bater juntinho com a comissão de frente. O final também é esse. Mas no meio a gente deu uma impactada para o público sentir que não é só aquela melancolia e que tem um pouquinho mais de pegada”, completou o mestre-sala.

Harmonia

Se não foi um canto tão explosivo, a escola passou com quase todas as alas com o samba na ponta da língua, não apresentando maiores dificuldades no quesito. Os momentos de canto mais forte foram no trecho final a partir do verso “borracha nenhuma pode apagar a nossa história” e no refrão principal, onde a escola mostrava mais empolgação. Mesmo com trechos onde o canto parecia arrefecer um pouco, a Porto não teve alas caladas, os componentes seguiam com a letra afiada.

Porto da Pedra 78

“É uma comunidade aguerrida. É uma escola de samba que tem sangue nas veias. Um sangue que pulsa forte mesmo. Ainda mais agora neste ano em que ela veio do descenso. É uma escola que vem pra Avenida mordida. Um samba que é uma aclamação, mas de guerreiro mesmo. Um samba maravilhoso. Uma bateria como essa, uma comunidade como essa, só pode dar isso: um baita ensaio técnico de muita pressão. A gente fica muito feliz. Para nós que estamos aqui dentro curtindo e vendo a evolução e euforia dos componentes. Agora, do lado de fora, a parte técnica, é com quem comenta carnaval e vai dizer se foi bom ou se foi ruim. Mas para nós, foi maravilhoso. A única coisa que vai acontecer é que quando vierem as fantasias, a escola vai ficar um pouco mais pesada – o que é normal. Mas já ensaiando desse jeito, você vê que os caras estão com vontade mesmo. Vai ser um baita desfile, com toda certeza. Podem aguardar no sábado de Carnaval a Porto da Pedra brilhando e tentando galgar uma coisa que ela acabou de perder, que é voltar ao Grupo Especial”, garantiu o intérprete Wantuir.

Evolução

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Excelente quesito da escola de São Gonçalo. A vermelho e branco se mostrou muito organizada e passou com tranquilidade pela pista, dando aos seus componentes a oportunidade de brincarem no final do ensaio. A Porto da Pedra teve o maior contingente da noite com alguma folga e soube trabalhar com este número maior de pessoas sem deixar a evolução mais pesada ou tendo que acelerar no final. A escola manteve um
ritmo bem agradável em toda a sua passagem pelo Sambódromo, com alas bem aproximadas deixando a Porto compacta. Uma ótima apresentação em termos de evolução.

Samba

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O samba de Guga Martins, Gustavo Clarão, Passos Junior, Cristiano Teles, Cadu Cardoso, Wendel Uchoa, Abílio Junior, Tangerina, Marcelo Moraes, Marquinho Paloma, Ailson Picanço e Leandro Gaúcho passou bem pela Sapucaí. Wantuir contribuiu bastante para o bom desempenho da obra com uma atuação muito segura junto com seu carro de som, o samba teve um bom encaixe com sua voz. O samba da Porto da Pedra acabou obtendo um desempenho compatível com a harmonia da escola, se não esquentou maciçamente os componentes, se manteve firme sem quedas durante todo o ensaio. O andamento imposto pela bateria de Mestre Pablo casou bem e manteve a obra com qualidade.

Outros Destaques

A citada bateria comandada por mestre Pablo mostrou um casamento perfeito entre arrojo, precisão e afinação dos instrumentos. É uma bateria das mais redondas do grupo, com bossas de difícil execução, mas que fluem maravilhosamente bem. Pablo ressaltou a felicidade com o trabalho da bateria e a força da escola.

“Já estamos com a bateria pronta, mas até o carnaval tem ensaio e a gente vai lapidando, quanto mais você vai passando aquele paninho no diamante mais brilhoso ele fica. A nota que eu dou é dez, se fossem 11 notas eu daria 11 notas dez pra bateria. Viemos aqui mostrar que o povo gonçalense é um povo de garra, de alegria, com vontade de voltar para o grupo Especial que lá é nosso lugar. Quanto à afinação da bateria gostei demais, tenho a ajuda de outros mestres amigos meus como o Washington (Inocentes de Belford Roxo), o Dinho Santos (ex-Renascer) que vieram me prestigiar aqui no ensaio. Só tenho a agradecer e dizer que estou orgulhoso dos meus ritmistas”.

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