O diretor de carnaval Thiago Monteiro atendeu a imprensa na quadra e falou das dificuldades previstas para o desfile de 2020 no aspecto financeiro. Ainda sem previsão de subvenção, o dirigente revela que a escola readequou seu projeto no início e usou o termo ‘responsabilidade fiscal’ para designar o carnaval do ano que vem.
“O desafio é muito grande. Se no ano passado o cobertor era curto, esse ano nem cobertor existe. O segredo é não contar com nada que não está previsto. É um projeto muito responsável. Lá atrás fizemos adequações orçamentárias para fazer um desfile competitivo, com responsabilidade fiscal”.
Em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO, Thiago ressalta que a principal proposta da Grande Rio é resgatar aquela escola dos anos 90, que apostava em temáticas com densidade cultural.
“A Grande Rio dos anos 90 era uma escola raiz, que cantou em samba que dava um banho de cultura. Identificamos que resgatar isso era um anseio da comunidade e de todo o mundo do carnaval. Nosso enredo foi muito bem aceito, nossa equipe só recebe elogios. Estamos trazendo de volta a Grande Rio que sempre foi querida pelos seus antigos carnavais”.
Thiago Monteiro rasga elogios à dupla de carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad. Segundo o dirigente, eles não são uma aposta, mas uma realidade e confessa que se não fosse na Grande Rio estariam em outra agremiação do Especial.
“Na minha visão eles são uma realidade já. Não coloco o Gabriel e o Léo na categoria de apostas. Eu os acompanho há muito tempo. Sempre olhei para eles. Se não viessem para a Grande Rio receberiam a oportunidade em outra escola do Especial”.
Embora o novo regulamento do Grupo Especial preveja uma redução no tamanho dos desfiles, a Grande Rio não pretende fazer cortes em seu projeto. Thiago explica que a agremiação vai desfilar com seis alegorias, mais um acoplamento e os três tripés previstos pelo regulamento.
“Nossa ideia é não fazer nenhum tipo de redução. Serão seis alegorias e três tripés. Tecnicamente a redução de cinco minutos com três paradas vai dar no mesmo. São 30, 40 metros de escola só a bateria. Mas também não dá para passar batido. É preciso ter muita responsabilidade com isso. O Fafá precisa apresentar o seu trabalho”.
Responsabilidade na escolha do samba
O diretor de carnaval revela que pretende fazer na Grande Rio ensaios setorizados de alas, além dos já tradicionais ensaios gerais. Thiago deixou claro que a escolha da escola cumpre parâmetros técnicos e que um samba-enredo não possui as mesmas características de outras obras musicais, uma vez que é uma composição que precisa atender a um julgamento. O dirigente ressalta a qualidade da safra que a escola recebeu.
“A gente esteve o tempo todo atento a tudo que poderia acontecer. A escolha foi feita com muita responsabilidade, através de várias mãos. Demos um grande passo hoje para o nosso carnaval. Tivemos a tranquilidade e o cuidado necessários .Nunca passou pela nossa mente a possibilidade de junção. A safra tinha muita qualidade. O samba campeão está atrelado ao enredo. A música de um desfile é diferente daquela que escolhemos para ouvir em casa. Nosso samba é bonito, atraente melodicamente e possui uma letra adequada ao nosso tema. Escolhemos um quesito”.