O último carro do Império da Tijuca, “No altar da feijoada emoldurados na fé” , representa o axé das feijoadas de Ogum pela obra de Caribé e pela fé da Império da Tijuca. Estão presentes na alegoria: a velha guarda e componentes fantasiados com as cores da escola. Além disso, o carro alegórico é bem colorido e tem um São Jorge imponente na frente.
O representante de São Jorge na alegoria foi Nedilson Safo, comerciário de 60 anos. Nedilson sempre frequenta feijoadas de escolas de samba, principalmente da Império da Tijuca.
“Os escravizados trouxeram a feijoada da África e está até hoje aqui (…) Ogum é um dos patronos da escola, o santo protetor e também está voltado para a feijoada. Eu me sinto honrado”, disse Nedilson.
José Alberto Matias, aposentado de 72 anos, ocupa o cargo de presidente da velha guarda da Império da Tijuca. Para ele, a ancestralidade da feijoada é o grande valor da feijoada.
“Na minha opinião, a feijoada para sociedade brasileira repercute muito por conta da ancestralidade. Nesse momento que estamos vivendo no nosso país, a ancestralidade é tudo (…) A velha guarda é o início de tudo. Se hoje a escola está aqui, é porque nós demos o primeiro passo”, falou Matias.
Lara Lima, educadora física de 53 anos, sempre desfila no carnaval. Esse ano, representando o axé da feijoada, Lara enfatizou o quanto o prato é versátil.
“Todo mundo pode comer feijoada. É uma coisa básica de fazer, dependendo dos ingredientes. Se você tem tudo, você faz uma boa feijoada. Mas, se tem um pouco, você também faz uma boa feijoada (…) É uma satisfação, um respeito pela escola”, expressou Lara.