Por Karina Figueiredo
“Tira o preconceito do caminho”. Com um samba-enredo que diz não ao racismo e a outras formas de discriminação, a Acadêmicos da Rocinha levou para avenida o planeta primata, a nobreza à flor da pele negra, as vivências urbanas e o estrelato negro, representado pela menção ao Teatro Experimental Negro – companhia brasileira que atuou de 1944 a 1961 – na terceira alegoria. O movimento foi idealizado por Abdias do Nascimento, representante da luta contra a marginalização das populações afrodescendentes.
O carro alegórico apresentou diversas fotos de personalidades brasileiras que compõem o cenário cultural e popular. O ator Milton Gonçalves, que já atuou em mais de 40 novelas, e ainda foi indicado ao Emmy Internacional, foi um dos homenageados. A atriz Cacau Protásio também foi lembrada na alegoria.
“O carro alegórico é uma representação cinematográfica em que o negro vence todo o preconceito e consegue chegar ao seu apogeu. Há inúmeras personalidades ilustradas no carro que são memórias do nosso cinema brasileiro”, afirmou Célio Santos, que acompanha a escola há pouco mais de um ano.
Além da representação de personalidades brasileiras por meio de fotografias, a alegoria também contou com individualidades europeias. “Nosso objetivo é protestar contra o preconceito. Nós lutamos por isso, e essa é a grande proposta da Rocinha. Por isso temos recebemos uma variedade de pessoas de outros países, também representadas no nosso carro”, disse Marcio Lopes, apoiador da escola.