O domingo (05 de outubro) de Sol e calor na cidade de São Paulo teve um anúncio importante na Vila Nova Savoia, na Zona Leste da cidade. Na quadra da Imperatriz da Pauliceia, agora oficialmente chamada de Palácio da Imperatriz, a Princesinha da Zona Leste apresentou, de maneira oficial, o samba que embalará o desfile de “Congá, o altar sagrado da minha fé”, desenvolvido pelos carnavalescos Leandro Santana, Francis Santos e Fran da Vila, que será o segundo a ser apresentado no Grupo de Acesso II – pelotão que desfilará no dia 07 de fevereiro. A canção foi composta por Léo PZ, André Valencio, Sukata, Daniel Rizzo, Pingo Nascimento, Vitor Neto, Wil, PH, Jadson Fraga e Tubino. Presente em eventos importantes para as escolas de samba paulistanas, o CARNAVALESCO entrevistou figuras importantes da agremiação para descobrir detalhes e buscar a repercussão em volta da canção.
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Pedidos, experiência e elogios
Diretor da ala musical da Imperatriz da Pauliceia, Eduardo Formiga destacou o que a agremiação, que realizou uma eliminatória interna, pediu para os grupos interessados em inscrever sambas na disputa: “O que a gente passou para os compositores é que queríamos um samba leve, um samba solto, e que agregasse ao propósito que o trio de carnavalescos pediu da sinopse. Um samba com muito axé, com muita alegria e explosão para contagiar não só a escola como também os simpatizantes e a galera que vai estar nos assistindo na nossa noite de desfile, se Deus quiser”, destacou.
A parceria vencedora tem alguns nomes que fazem parte do grupo que costuma assinar sambas do Barroca Zona Sul – agremiação que se especializou em desenvolver temáticas afro e canções premiadas. Para Formiga, a familiaridade dos nomes em questão ajudou a Imperatriz da Pauliceia: “Todas essas experiências deles agregaram demais para o nosso samba. Quando chegou aqui, a gente ouviu e logo pensamos que esse samba vai brilhar na avenida. A gente foi ouvindo tudo, eliminamos algumas coisas e outros sambas, incluímos outras e vimos que era esse. Quando afunilou a disputa, a gente sentou e viu que já não tínhamos mais dúvidas em relação ao campeão da disputa. Foi só levar para o estúdio e a criação saiu como a gente imaginava. O filho está pronto, agora é só soltar para a galera. E eu espero que a galera curta, goste e cante com a gente”, destacou.
O próprio diretor musical inaugurou uma lista de pessoas importantes na Imperatriz da Pauliceia que elogiaram o samba-enredo: “A gente ficou emocionado com o samba finalizado. É um samba muito bom, agregou demais à expectativa que a gente tinha. Ele já chegou muito legal e ele finalizado é ainda melhor, com alguns ajustes que foram feitos. A ala musical está fazendo um trabalho em conjunto com a bateria, que deu uma somatória super positiva para a gente fazer esse trabalho para 2026, se Deus quiser”, comemorou.
Falando em elogios…
Maralice Lazarini, presidente da Imperatriz da Pauliceia, também fez elogios à obra, detalhando a presença de outros quadros importantes na composição: “Gostei do samba! Foi um samba que nós trabalhamos bastante, nós nos empenhamos muito. Teve muita gente colocando a mão: os compositores foram sensacionais, eles adequaram bem ao que a gente queria. O Dom Junior ajudou bastante os meninos, ele e a Rafa estiveram sempre em cima dos trabalhos na composição. Foi um trabalho a muitas mãos, mas ficou muito bacana, eu estou muito satisfeita”, afirmou.
Com a palavra, os citados
Um dos citados pela presidente Mara (como é popularmente conhecida), Dom Junior, intérprete da agremiação, também fez elogios à obra: “Eu gostei demais! Para mim é um grande samba, é um dos melhores sambas do Grupo de Acesso II. Estou muito feliz, é uma parceria diferente quem fez a composição. Tivemos muitas conversas entre nós, da escola, e os compositores em geral (em especial aos campeões, obviamente) para chegar nesse samba que estamos apresentando hoje. É um samba que, tenho certeza, vai levar a gente ao Grupo de Acesso I”, prometeu.
Rafaella Rocha, popularmente conhecida como mestra Rafa, ritmista-mor da Swing da Pauliceia, bateria da instituição, também celebrou o enredo como um todo: “Eu estou muito feliz! Esse samba é como se fosse um presente. O enredo é muito expressivo e muito significativo, principalmente para mim, que sou da religião, entendo a história de como as pessoas sofreram para ter o sincretismo e tudo mais. É um samba muito legal, muito para cima e muito gostoso para bateria trabalhar. É um samba que traz muitas possibilidades. Eu não poderia estar mais feliz”, destacou.
Enredo citado, carnavalesco entrevistado
Integrante do trio de carnavalescos da Imperatriz da Pauliceia e responsável direto pela condução do enredo (que, obviamente, dá origem ao samba), Leandro Santana foi mais um integrante da Princesinha da Zona Leste a elogiar a obra: “Eu amei, eu adorei! É um grande samba, tenho certeza que a comunidade (e não falo só da Imperatriz, falo do samba paulistano no geral) vai ficar muito feliz com o que a gente apresentou aqui hoje e vai apresentar na avenida. O samba é incrível!”, destacou.
Leandro, por sinal, observou que a temática também sofreu algumas modificações por conta da canção: “É natural a gente ter encontros para poder alinhar melhor o enredo com o samba, mas isso é uma via de mão dupla. O enredo nunca é fechado em si. Ele está sempre, também, em transformação – justamente por conta das possibilidades que o samba pode trazer para a gente enquanto criação do nosso visual. A gente alinhou tudo nesse sentido. A gente fez alterações no enredo com base no samba também buscando preservar a obra sonora – que é muito boa. Todas as muitas conversas que tivemos com os compositores foi muito harmônica para fazer a melhor obra para a Imperatriz da Pauliceia”, comentou.
Por fim, o carnavalesco afirmou que o trio representado por ele deu total liberdade para os compositores da eliminatória: “As alterações que nós solicitamos foram pontuais. Não teve nenhuma questão objetiva que a gente tenha falado que precisava ou não precisava ter. A gente conversou com muita naturalidade com todos eles, mesmo. A obra que a gente está levando para a Avenida é muito próxima da que os próprios compositores criaram. Os ajustes foram pequenos, foram mais pontuais”, finalizou.
Mais sobre o evento
Além da apresentação do samba-enredo, a tarde no Palácio da Imperatriz teve uma série de outras atrações. A festividade começou com a formatura da escolinha da bateria – com ritmistas de várias faixas etárias, diga-se. O terreiro foi oficialmente aberto com o hino da agremiação e pontos de Ogum e Iansã.
Os novos casais da agremiação (o mirim, formado por Breno e Laura; o terceiro, por André Gogoi e Isabella Bueno; e o segundo, por Fernando Cunha e Gabriella Giovana) foram apresentados para a comunidade, e o pavilhão de enredo também foi trocado.
Logo na sequência, um dos grandes momentos da tarde: a coroação de Kamila Simioni, nova rainha da Swing da Pauliceia. Além de sambar, ela também discursou para os presentes. E, por fim, enquanto o samba-enredo de 2026 era apresentado, os segmentos da Princesinha da Zona Leste se apresentaram – comissão de frente, Ala das Baianas, Velha Guarda, Ala das Crianças e Passistas e Malandros.