Além da escolha da obra que embalará a homenagem a Rita Lee, a final de samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel contou com ações que chamaram atenção do público, como estandes de massagem, maquiagem, cabelo e um que bombou muito: o de tatuagem gratuita, comandado por Renato Nascimento, o Renatinho Tattoo, famoso tatuador que é cria de Padre Miguel. Com fila e senhas distribuídas ao longo da festa, os torcedores puderam eternizar na pele símbolos da escola em flashes como a Estrela Guia da Mocidade, o mascote castorzinho, a palavra “Mocidade”, além de referências ao enredo de 2026, como uma guitarra, uma mãozinha de rock e os icônicos óculos de Rita Lee.

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Renatinho contou que não costuma tatuar em eventos, mas abriu uma exceção especial para a Mocidade.

“Sou muito torcedor da Mocidade. Sou cria de Padre Miguel. Já trabalho como tatuador há 23 anos, por isso muita gente da área me conhece. Não costumo fazer tatuagem em muitos eventos, só quando é algo especial. Achei que meu estande não ia ficar tão cheio, mas me surpreendi. Foi gigantesco, e gostei de ver a galera saindo toda tatuada por aí”, disse o profissional.

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Escola de samba de Guaratinguetá prestigia a festa

Entre os que encararam a agulha estava um grupo de amigos que veio de São Paulo e faz parte da Acadêmicos do Campo do Galvão, escola de samba de Guaratinguetá. A bateria deles, a “Ritmo Quente”, tem como madrinha a tradicional “Não Existe Mais Quente”, da Mocidade. A engenheira mecânica Thawany Santos, 28 anos, madrinha da Ritmo Quente, destacou a ligação com a escola carioca.

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“Nossa bateria foi convidada pelo Mestre Dudu para prestigiar o evento. Tanto a Padre Miguel quanto a Não Existe Mais Quente são nossas madrinhas. É um amor imenso! No desfile de 2024, completamos 50 anos e homenageamos a Mocidade no nosso enredo, com um sample no samba, e a nossa bateria saiu vestindo um terninho que continha o símbolo da verde e branca. Esse amor é coletivo: meu e de toda a nossa escola”, contou.

Sobre a tatuagem escolhida, Thawany disse: “Eu e meus amigos vamos fazer a mesma estrela no antebraço, simbolizando nossa amizade e também a Estrela Guia da Padre Miguel”.

Ao lado dela, a amiga e diretora de chocalho da Ritmo Quente, Ticiana Marcolino, 34 anos, também fez questão de participar.

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“Tenho a honra de ser a primeira diretora mulher da minha escola. Nossa ala é quase 100% feminina e é o orgulho da nossa bateria. Viemos de van de Guaratinguetá para cá e já sabíamos da ação. Decidimos fazer juntos a Estrela Guia como homenagem à nossa madrinha e também como símbolo de união”.

O amigo do grupo, Jefferson Araújo, 31 anos, aproveitou para tatuar a estrela da amizade e defendeu a tatuagem como forma de expressão.

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“É a primeira vez que venho à Mocidade, a convite das meninas, e estou gostando muito. Aproveitei para fazer a tattoo de amizade. Acho ótimo quando eventos promovem tatuagem de graça, porque quebra preconceitos. É uma questão cultural. Ações como essa aproximam a população da arte de tatuar, o que acaba tirando esse paradigma de que pessoas tatuadas não prestam. Vi pessoas de todas as idades na fila. Eu mesmo tenho várias tattoos feitas em eventos”.

Tradição passada de pai para filho

Esse espírito de união também esteve presente em outra tatuagem coletiva da noite. Paulo César, 66 anos, cria de Padre Miguel, desfilante da Mocidade desde os 14 anos, decidiu marcar na pele a palavra “Mocidade” ao lado do filho, o passista Diogo Nunes, 35 anos.

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“O ar que eu respiro é Mocidade. Meu sangue é verde e branco. Sou Padre Miguel raiz, sou independente de coração, e já queria tatuar algo da minha escola há um bom tempo”, declarou Paulo.

Diogo completou: “Já estou na escola há 22 anos. Amo a Mocidade e escuto os sambas todos os dias. Essa tatuagem com meu pai foi muito especial. O sangue é verde e branco igual ao dele”.

Amor à escola estampado na pele

Morador de Padre Miguel, Wellington Cafaro, 25 anos, escolheu tatuar “Mocidade” no pescoço.

“Eu sempre quis fazer uma tatuagem para homenagear a escola. Aproveitei que tinha a opção com o nome e fiz logo no pescoço, para todo mundo ver. É a primeira vez que vejo uma iniciativa assim, estou achando um espetáculo”.

Seu marido, o advogado e coreógrafo Rodrigo Avellar, 46 anos, também não deixou passar a oportunidade.

“Sou sócio-proprietário da escola, vivo aqui. Quando vi que tinha a opção com o nome da Mocidade, falei: ‘É hoje que vou eternizar minha escola na pele’. É uma ação que democratiza a tatuagem, porque nem todo mundo tem condições de pagar. E ainda feita pelo Renatinho, que é super famoso em Padre Miguel e no Brasil, tatuando várias celebridades”.

Já o assistente administrativo Rodrigo de Araújo, 33 anos, morador de Bangu, que também tatuou o nome Mocidade no braço, contou que foi surpreendido pela iniciativa.

“Não sabia que teria tatuagem. Foi uma surpresa. A Mocidade sempre inova. O amor à escola é parte da minha vida e da minha família, e eternizar isso na pele foi emocionante”.