A Acadêmicos de Vigário Geral, primeira escola a desfilar na na Marquês de Sapucaí, na noite desta sexta-feira, entrou na Avenida com o enredo “O Conto do Vigário”, questionando a história oficial brasileira. O vereador Tarcísio Motta (PSOL), que faz parte da Comissão Especial de Carnaval, da Câmara Municipal do Rio, veio em um dos carros e contou ao site CARNAVALESCO que há três anos vem lutando pela fiscalização e na tentativa de convencer outros vereadores de que o carnaval é um patrimônio da cidade, deve ser respeitado e servir como política pública.
“Estamos com um projeto de lei que já foi votado em primeira e esperando ser votada em segunda para transformar o carnaval como um direito cultural do cidadão carioca. Além disso, temos tentado fazer o debate para que a prefeitura não se negue a pensar e discutir a questão da verba para o carnaval. Como vereador de oposição apaixonado por carnaval eu faço o debate, desejando que a gente possa avançar para um projeto de cidade diferente”, conta.
O vereador considera muito complicado que o poder público não perceba que a verba pública injetada nas escolas de samba tem retorno em turismo, no espetáculo, fomenta trabalho e renda, e na perspectiva de fazer com que as escolas sejam pontos de cultura nas comunidades.
“A atual prefeitura não enxerga essa oportunidade importante e claro, fazer carnaval fica mais difícil nessa situação. Mas é um carnaval feito na raça, na resistência”, diz.
Tarcísio se declara um apaixonado pelo carnaval da Sapucaí e da Intendente de Magalhães. Para ele ter um enredo crítico é ótimo porque retrata a resistência do carnaval.
“O carnaval faz parte da história do Rio de Janeiro, a gente viu no ano passado a campeã do carnaval com um enredo totalmente crítico, o carnaval sempre foi conflito, sempre enfrentou os poderes públicos, que sempre tentaram controlar de alguma forma essa manifestação cultural. Me encantei com o enredo da Vigário exatamente por mostrar essa farsa pra quem não viu, por isso eu estou muito feliz de desfilar nessa escola hoje”, afirma.