Uma compreensão da arte da porta-bandeira. Essa é a proposta da oficina de bailado que Squel Jorgea, uma das porta-bandeiras mais festejadas do carnaval carioca, vai ministrar em 10 localidades do estado do Rio de Janeiro (Osvaldo Cruz, Japeri, Gamboa, Belford Roxo, Mesquita, Tijuca, Maricá, Niterói, São Gonçalo e Itaboraí), entre os meses de maio e agosto, com entrada franca. O projeto “Squel – Oficinas de Bailado de Porta-Bandeira” foi um dos contemplados pelo programa Transpetro em Movimento e recebe patrocínio da Transpetro por meio da Lei Rouanet.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Nos encontros, Squel vai compartilhar com os participantes sua experiência de mais de 30 anos na dança de cortejo. Serão apresentados conhecimentos teóricos sobre a origem e a história do Carnaval e da representatividade da porta-bandeira, práticas de dança em casal, gestualidade, utilização de adereços e indumentária, além do comportamento em quadra e na avenida. Em cada encontro, Squel estará acompanhada do mestre-sala Vinicius Jesus.

A oficina é voltada para mulheres a partir dos 14 anos, sejam elas cis ou trans, além de pessoas com deficiência, moradoras de periferias, comunidades ou em situação de vulnerabilidade social. O único pré-requisito é que as participantes tenham alguma experiência com dança. As inscrições podem ser feitas pelo link: https://forms.gle/fva1YY1fPFREwC4ZA Cada local terá duas turmas, de manhã e à tarde, com 30 vagas em cada.

Desde que começou no carnaval, há mais de 30 anos, Squel conta que muita coisa mudou, principalmente no que se refere à profissionalização e à visibilidade das figuras da porta-bandeira e do mestre-sala. “Antigamente, não tínhamos uma preparação física adequada. Muitas vezes, as fantasias são pesadas e precisamos transmitir graça e leveza, sempre com um sorriso no rosto. Para que possamos treinar aptas a desempenhar nosso papel, hoje contamos com uma equipe multidisciplinar com personal trainer, nutricionista e médicos. O preparo físico é fundamental”, relata Squel, que ganhará um documentário sobre sua trajetória. O filme “Squel – Memórias de uma Porta-Bandeira”, com direção de Celina Torrealba, está em fase de produção.

Squel define o papel da porta-bandeira como o de representante da escola de samba e da comunidade, carregando todo o símbolo, o nome e os núcleos da agremiação ao conduzir o pavilhão. “É uma função de enorme responsabilidade. O casal de porta-bandeira e mestre-sala é acolhido pela escola de samba e pela comunidade. Somos muito ativos, sempre transitando no coletivo e no cotidiano das pessoas. Temos uma importância que não é apenas artística, mas também social”, completa.

“As oficinas têm a capacidade de manter ainda mais viva a história do Carnaval carioca e encontrar nas portas-bandeiras um exemplo de defesa da comunidade onde as escolas de samba surgiram. Nesse sentido, essa parceria é fundamental para nós, pois, além de contribuir para divulgar ainda mais o conhecimento sobre essa festa nacional tão importante para os brasileiros, ajuda mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica, propiciando mais perspectivas de futuro, emprego e renda por meio da cultura”, afirma o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci.

Agenda
24 de maio – Japeri (Academia da Saúde)
7 de junho – Mesquita (Casa da Juventude)
14 de junho – Tijuca (Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro)
21 de junho – Maricá (Casa de Cultura de Maricá)
28 de junho – Niterói (Quadra da Unidos de Cubango)
5 de julho – São Gonçalo (Clube da Terceira Idade – Amor e Fraternidade)
19 de julho – Belford Roxo ( Instituto Cidadania Plena)
26 de julho – Gamboa (MUHCAB – Museu da História e da Cultura afro-brasileira)
2 de agosto – Itaboraí (CIEP Manilha)
9 de agosto – Madureira (Quadra da Portela)