A Marquês de Sapucaí já vem se preparando para contar com um novo sistema de som para o próximo carnaval. Sob responsabilidade da empresa BMX Eventos, o novo som da Avenida já vem sendo testado há algum tempo, mas um teste em especial ocorreu nos desfiles em comemoração ao Dia Nacional do Samba, no último fim de semana. O CARNAVALESCO conversou com Francine Almeida, empresária responsável pela BMX e, por consequência, por toda a estrutura do novo som da Passarela do Samba, para saber o que esperar do sistema e da estrutura que atenderá as escolas.

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som bmx
Francine Almeida, empresária responsável pela BMX. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Francine falou sobre como surgiu o convite da Liga para a empresa e como estão os desafios para implementar esse novo sistema na Avenida, principalmente em questões como retorno, delay e equipamentos. Ela destacou que o projeto vem trazendo uma tecnologia mais atual para o sistema de som que a Sapucaí terá, sendo um grande desafio, na visão dela, para todos os envolvidos, da empresa às escolas, passando pela Liesa.

“Já trabalhávamos para a Liesa fazendo os camarotes, prestando outros tipos de serviço de sonorização em espaços menores, e eles fizeram essa solicitação para a gente. Começamos a estudar o que seria feito, como era o projeto, percebendo que o projeto podia evoluir, porque o som estava parado há muitos anos com o mesmo equipamento e sistema. Hoje já existe uma tecnologia muito mais avançada, sugerimos fazer esse avanço e eles toparam. É um desafio grande, porque nunca ninguém fez isso no mundo, se você procurar referência, não existe. Estamos com o desafio de afinar e ajustar as coisas, porque tudo é um teste: tanto para a empresa quanto para a Liesa e para todas as escolas”, declarou.

Francine prosseguiu destacando o trabalho de retirar o carro de som e a atuação com outros sistemas para aprimorar a sonorização, buscando atender o que cada escola deseja para sua ala musical. Ela afirmou que é um desafio que a equipe está empenhada em superar.

“Tiramos o carro de som e estamos trabalhando com outro sistema de delay. Está sendo um desafio bacana, porque a galera comprou a briga. As escolas estão satisfeitas com a mudança, com a atenção que estamos dando, porque descobrimos também que não havia uma atenção à escola no sentido de: o que você quer, como você gosta? E estamos correndo atrás de fazer isso. É desafiador, mas também é gratificante ver o quanto estamos conseguindo trazer evolução para o samba do Rio de Janeiro, que é o maior espetáculo da Terra”.

A empresária também falou sobre o som baixar quando a bateria estiver desfilando pela Avenida, destacando um sistema que reduz automaticamente a captação por onde os ritmistas passam, trazendo o benefício de tornar mais clara a compreensão de onde a bateria está.

“Temos um sistema automatizado que, por onde a bateria está passando, segura um pouco o próprio som dela e deixa mais voz e harmonia para que fique mais equilibrado, e para que também não haja nenhum tipo de delay que provoque erros no andamento. Estamos preparando isso e temos certeza de que será muito bom e que vai dar certo”.

Francine explicou ainda a melhor posição dos integrantes do antigo carro de som — agora as alas musicais das escolas, em relação à bateria, justamente com o fim do uso do veículo nos desfiles. Ela pontua que não há uma posição obrigatória, mas o ideal é que o time de harmonia venha atrás da bateria, como de costume, por alguns motivos.

“A gente recomenda por uma questão de que a frente da bateria normalmente é composta por chocalho e instrumentos muito agudos. Isso pode entrar no microfone dos cantores e causar algum tipo de microfonia, e prezamos por evitar isso. Então, manter atrás é importante. Porém, operacionalmente, tanto faz, porque entendemos que o bloco formado por bateria, harmonia e cantores é um bloco único, que representa o ponto zero do delay. Então, pode vir em qualquer lugar, mas recomendamos que venha atrás para que o som dos cantores fique mais claro”, declarou.

Por fim, Francine afirmou a importância dos testes para evitar problemas nos dias de desfile e reforçou que a empresa sempre buscará o melhor resultado possível para o espetáculo.

“Começamos a nos preparar quando acabou o carnaval deste ano, desde março. Fizemos um teste na Avenida no dia 5 de junho, e esse teste já mostrou muita coisa para a gente; foi ali que começamos a desenhar o projeto. Estamos nos preparando com testes mesmo, como aqui no minidesfile do Dia Nacional do Samba, e esperamos realizar outros testes, como nos ensaios técnicos, com a passagem de som. Isso tudo vai ajudar a afinar e ajustar as coisas, e não paramos de pensar nos dias de desfile, porque esse é o nosso objetivo: entregar o melhor possível nesses dias”.