O som da Marquês de Sapucaí, alvo de críticas recorrentes nos últimos carnavais, está prestes a passar por uma transformação definitiva. Em entrevista ao podcast “Sambapod”, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David, revelou que uma nova estrutura de áudio está sendo testada com o objetivo de revolucionar a experiência sonora dos desfiles.
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A proposta vai muito além de ajustes técnicos: trata-se de um redesenho completo de como o áudio é operado durante os desfiles. Segundo o presidente da Liesa, o novo modelo elimina completamente o uso do tradicional carro de som, peça central da condução musical das escolas desde os primórdios do Sambódromo.
“Há três semanas, tivemos uma bateria na Sapucaí. Montamos um som inteiro. Fizemos uma nova testagem, com som radicalmente diferente. Tudo será absolutamente novo. Não teremos mais carro de som. Será todo mundo com fone, o pessoal terá o retorno ali, por questão operacional”, contou Gabriel.
O operador de som da Sapucaí, segundo Gabriel, já havia identificado que o carro de som representava apenas um custo, sem oferecer ganho efetivo na operação sonora. A reformulação inclui mudanças em todos os componentes: caixas de som, sistema de conexão, mesa de áudio e o retorno para os músicos e intérpretes.
O desenvolvimento do novo modelo contou com a colaboração de profissionais altamente especializados da área musical e integrantes das próprias escolas de samba, em um esforço coletivo para enfrentar um dos maiores gargalos técnicos do espetáculo carnavalesco.
A proposta da Liesa pode representar uma mudança de paradigma na forma como o maior espetáculo da Terra é sonorizado. A promessa é que a inovação melhore a clareza do som, reduza problemas técnicos e amplifique a qualidade musical dos desfiles, algo reivindicado há anos por sambistas, intérpretes e amantes do carnaval.