InícioSérie OuroSinopse do enredo da União de Jacarepaguá para o Carnaval 2023

Sinopse do enredo da União de Jacarepaguá para o Carnaval 2023

Soam os tambores de África – do Reino de Congo – suntuoso e soberano. Das terras da velha Angola, Guiné e Benim, de Dongo, Matamba, Cassange, Cabinda e Quissama. Uma África em berço dourado. Nobre e ancestral em sua raiz. Onde cada aldeia carregava um herdeiro da bravura do seu povo. Terra de heróis e heroínas. Berço de guerreiros e guerreiras. Protegidos e forjados pela espada de ferro de Ogum. O senhor da guerra em tempos de paz.

logo enredo2023

Eis que tamanha riqueza não seria esquecida. As praias são tomadas por invasores e a costa africana não resiste. A grande calunga navega trazendo os filhos dessa África poderosa para o Brasil com correntes no pescoço e argolas no pés. Um oceano de lamentos e preces… Ao aportar, negros escravizados são expostos na dor em pleno cais do valongo no Rio de Janeiro e feito mercadoria são vendidos e guiados para o Vale do Paraíba do Sul.

Ordens dos barões do café: plantar, colher e servir. Na fonte de ouro verde do Brasil – o cafezal – eram escravos de ganho e mucamas abandonados perante a tanta crueldade. O capitão e senhor das terras Manuel Francisco Xavier e sua esposa Francisca Eliza Xavier enriqueciam por braços negros e nas madrugadas ouvía-se o estalar das chibatas contra qualquer rebeldia. Mas, o ato de um capataz despertou a inssurreição negra. O sangue africano fervia sobre a dor de cada irmão.

Dois heróis surgiriam no Vale do Paraíba do Sul. Quebrem as correntes! Fujam das senzalas! Era o povo preto em rebelião. Vozes libertárias ecoavam e conduziam o sentimento e o ideal de ser livre novamente. Manoel Congo e Marianna Crioula encorajaram e conduziram mata adentro todos aqueles que sonhavam com a liberdade. Resistência. Bravura. Heroísmo. Um quilombo. “Morrer sim, entregar não!”. Lutar em um tempo em que ser livre nunca foi um direito. Acender a centelha da coragem em um tempo onde enfrentar é resistir.

Nas terras do vale do café reside a herança cultural da luta quilombola. Vassouras e Paty do Alferes guardam em seu ventre o legado de dois heróis da liberdade. Hoje, no antigo Lago da Força, atual centro histórico de Vassouras, há o Memorial Manoel do Congo e em Paty do Alferes, encontra-se o Centro de Assessoria Jurídica Popular Marianna Crioula – além de inspirar artistas em obras como o filme “Ngangula, o ferreiro de Paty” de Pedro Sol; o documentário “Marianna Crioula – Um Grito de Resistência” e a peça “A saga de Manoel Congo e Marianna Crioula – Os Heróis da Resistência” de Ricardo Andrade Vassíllievitch. Vassouras e Paty do Alferes também são o berço de manifestações africanas deixadas pelos escravos em sua história no vale do café. Terra de capoeiras, jongueiros e maculelês.

Que a luta e os nomes de Manoel Congo e Marianna Crioula sejam lembrados pra sempre no axé das nossas baianas, na pulsação da nossa bateria, na ancestralidade da nossa velha guarda e na voz de todo componente. Que o ideal de liberdade e igualdade racial viva e viver é resistir. Jacarepaguá evoca suas raízes ancestrais nesta noite de coroação ao rei e a rainha do vale do café. Salve Manoel do Congo e Marianna Crioula! Salve os heróis da liberdade!

CARNAVALESCOS: LUCAS LOPES E RODRIGO MEINERS

- ads-

Vigário Geral brilha no Estrela do Carnaval com prêmios e celebra as apostas feitas na equipe

A Vigário Geral foi uma das grandes vencedoras da premiação do Estrela do Carnaval 2025, conquistando as placas de "Melhor Comissão de Frente" e...

Mocidade Unida da Mooca celebra aniversário e presidente diz que escola está preparada para abrir a sexta em 2026

A quadra da Mocidade Unida da Mooca foi palco, no último sábado, da celebração de seus 38 anos, com apresentações das coirmãs Barroca Zona...

Mangueira embala novo ciclo com reeleição de Guanayra Firmino e projeto ambicioso para 2026

A Estação Primeira de Mangueira já traça seus próximos passos com entusiasmo após a reeleiçao da presidente Guanayra Firmino para mais três anos de...