InícioGrupo EspecialViradouroSexta ala da Viradouro retrata guardiões espirituais do quilombo de Malunguinho

Sexta ala da Viradouro retrata guardiões espirituais do quilombo de Malunguinho

A Unidos do Viradouro foi a terceira escola a se apresentar nesta primeira noite de desfiles do Grupo Especial de 2025, no Sambódromo carioca. A escola de Niteroi levou à avenida o enredo “Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos”, sobre o líder quilombola pernambucano que viveu durante o século XIX e tornou-se cultuado como entidade afro-indígena. A sexta ala do desfile, denominada “Sentinelas da Mata”, homenageou os pajés e encantados que protegiam o quilombo.

“Nós somos os guardiões da mata. Quando o carnavalesco nos explicou o que significava, foi muito encantador o estudo que ele fez e me senti honrada por estar desfilando nessa ala. Destaco o colorido da fantasia. Esse verde da mata explica bem o que é que a gente está significando, dentro do enredo”, disse a aposentada Sandra Tancredo, de 65 anos, em seu oitavo ano pela Viradouro.

sandra

“Representar um guardião espiritual do quilombo de Malunguinho é uma responsabilidade. Eu espero que o público reaja de uma maneira positiva. E que a quarta estrelinha brilhe pra gente. Estou mega ansiosa”, afirmou a dona de casa Isabel Cristina Caxeiro, de 56 anos, que desfila na Viradouro desde 2018.

A escolha do enredo despertou nos desfilantes a consciência acerca da importância da função pedagógica da escola de samba, que, ao dar visibilidade a questões sensíveis da sociedade em que está inserida, convida o público à reflexão e ao aprendizado.

“Poderiam mostrar mais isso nas escolas para as crianças aprenderem, contar a história, porque muita coisa fica escondida. Eu não sabia da história. Fiquei sabendo agora, por causa da Viradouro”, confessou Isabel.

Isabel

“Muita gente depois de hoje vai conhecer realmente quem é Malunguinho. Não sabe ainda, mas vai conhecer e vai ver a importância dele no folclore, no espiritual”, apontou Sandra.

“A importância de levar Malunguinho para a avenida é a gente nunca esquecer da raiz, da onde a gente veio. A cada ano que passa, a Viradouro vem mostrar pra gente da onde a gente veio, porque o povo brasileiro é misto, ele é misturado. Você vem, você desfila e você mostra o seu sangue ancestral”, finalizou a doméstica Sheyla de Santos, de 54 anos, que já ultrapassou 20 carnavais pela vermelho e branco de Niteroi.

sheila

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