A Acadêmicos do Sossego pretende melhorar sua colocação e apresentação de desfile em 2022. Em 2020, a escola ocupou a oitava colocação da Série Ouro, com o enredo “Os Tambores de Olokun”, que teve o desenvolvimento dos carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques, que assumiram o trabalho faltando apenas 15 dias do desfile oficial. Agora, a escola do Largo da Batalha, em Niterói, optou pela contratação do carnavalesco André Rodrigues. Desenvolvendo o enredo “Visões Xamânicas”, o artista pretende levar para a avenida uma história atrelada ao presente e ao futuro. A ideia de falar sobre essa temática surgiu durante a quarentena, quando ele leu algumas reportagens falando sobre o processo de reestruturação de alguns lugares naturais com o afastamento da ação humana. Com as reportagens, André começou a ler o livro do líder Yanomami, Davi Kopenawa, e baseado na leitura ele começou a desenvolver o enredo.

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“Li o livro, quis fazer um enredo sobre a vida do Davi, pois é tudo místico já que tem a transformação dele em pajé. Procurei fazer algo mais ficcional, parecido com uma fábula e criei o meu próprio pajé. Que vai ter algumas visões a partir do encontro com os ancestrais, após a infusão de ervas e tudo mais. Quando ele encontra com os espíritos é contemplado com várias visões, sendo elas: as visões de destruição da terra, as visões de profecias indígenas que falam sobre o fim do mundo e a última sobre como podemos consertar esse planeta”.

Focando mais na cosmologia índigena,a parte mais interessante durante a pesquisa do enredo, segundo ele, foi entender a relação deles com o templo, cultura e natureza. Sendo totalmente diferente da nossa cultura ocidental e também no que acreditamos, pois eles possuem um outro tipo de vivência. “É muito importante ler e entender essa relação deles com esse templo místico, com o templo do sonho e essa relação com o etéreo. E como tudo é ao redor deles, da relação com a natureza”, conta André.

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André Rodrigues permitiu deixar o mundo mais lúdico e sonhado. Já que o enredo se passa no mundo dos sonhos, como respeito para retratá-los. Pois esse não é o local de vivência dessa cultura do artista. Para ele, o grande trunfo do desfile do Sossego é estar pronta.

“Um carnaval bem feito, bem acabado independente de feio ou bonito, desde que dê orgulho para as pessoas que participam desse projeto, é o grande trunfo. Entregar uma Sossego mais encorpada, organizada e pensar na escola é o mais importante agora. Não pensar no que pode acontecer, nos fatores externos. No momento temos que pensar em fazer a escola melhor, desfilar bem e que passe tranquila na Sapucaí”, diz o carnavalesco.

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Muitas pessoas estão elogiando a plástica da escola e durante a visita da equipe do site CARNAVALESCO, foi possível notar o que já vem sendo falado. Para o carnavalesco da agremiação é diferente, pois ele não consegue falar sobre o próprio trabalho.

“É um trabalho muito dedicado, de bastante organização não só da minha parte, mas também da direção da escola. Isso tudo aqui é o resultado de vários encontros de dedicação de trabalho, não é só o que eu faço”, relata.

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Até chegar na versão final do carro abre-alas da escola, André fez umas quatro versões, tendo que se organizar e readaptar. E também fazendo orçamentos para que esteja dentro do possível gasto pela escola e no tempo para montar as alegorias. As pessoas podem esperar da Sossego um trabalho que foi e está sendo feito até o desfile com muito carinho e dedicação de todos os envolvidos. Talvez, o maior desafio durante a carreira do carnavalesco até o desfile do Sossego, está sendo terminar bem todo esse trabalho realizado. O artista expõe sobre esse desafio. Segundo o carnavalesco, ele está bastante ansioso para o desfile e satisfeito com tudo.

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“Fazer essas negociações bem, do eu perco e ganho. Não consigo ver de uma maneira unilateral, tem um conjunto de vários fatores, de pessoas que participaram”.

Entenda o desfile

O Sossego irá levar para avenida o enredo “Visões Xamânicas”, desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues. Baseado na cosmologia indígena, a agremiação promete vir melhor no carnaval deste ano. A escola do Largo da Batalha vai encerrar os desfiles do primeiro dia da Série Ouro.

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Primeiro setor: “A primeira visão. O que nós fizemos de uriri”.
Segundo setor: “A segunda visão. A pajelança universal”.
Terceiro setor: “Terceira visão. Descerá de uma estrela, o índio guerreiro”.
Quarto setor: “Quarta visão. Um novo dia virá”.

Ficha técnica
Número de alegorias: 3 alegorias e dois tripés
Número de alas: 17 alas
Número de componentes: 2.000
Carnavalesco: André Rodrigues
Diretora responsável do barracão: Alessandra Guedes
Ferreiro chefe: Augles Ferreira da Silva
Carpinteiro chefe: Fernando de Paula Rosa
Escultor chefe: Augles Ferreira da Silva
Pintor chefe: Gereca Pantoja
Eletricista chefe: Antonio Ferreira da Silva
Mecânico chefe: Antonio Ferreira da Silva
Iluminação: Alan Carvalho
Adereço/alegoria 1: Márcio Pessoa
Adereço/alegoria 2: Márcio Pessoa
Adereço/alegoria 3: Cláudia Costa
Adereço/tripé: Cláudia Costa
Efeito de água: Jamaica e Sérgio Pina

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