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Série Barracões: Violão como espelho da alma brasileira no carnaval da União do Parque Acari

Escola irá contar a história do instrumento que embala a cultura brasileira

Poucos dias para o desfile oficial, a escola de samba União do Parque Acari está a todo vapor em seu barracão, preparando os últimos detalhes do enredo que promete emocionar o público: “Cordas de Prata: o retrato musical do povo”, tema que exalta o papel do violão na música popular brasileira. O carnavalesco Guilherme Estevão e os trabalhadores da agremiação trabalham incansavelmente para transformar a avenida em um verdadeiro espetáculo sonoro e visual.

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Durante a pesquisa sobre o enredo, Guilherme destaca: “O mais relevante foi mostrar como o violão, de alguma maneira, engloba o Brasil inteiro. O povo brasileiro se apropriou dele, transformou-o e adaptou influências externas ao nosso jeito. O violão, por si só, é algo que o brasileiro tomou para si e tornou-se o mais nacional dos instrumentos. A pesquisa revelou como ele se tornou afetivo, presente nas casas, nos bares, nos saraus e nas praias – um símbolo do cotidiano das pessoas”.

O enredo traça uma cronologia do violão, explorando como ele penetrou no íntimo do brasileiro e se tornou síntese da identidade nacional. “O grande trunfo é a relação da comunidade de Acari com o violão. Somos uma escola com histórico de enredos musicais, e o violão está enraizado no dia a dia daqui, o que cria uma conexão emocional forte”, ressalta o carnavalesco.

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Além da carga afetiva, Guilherme enfatiza a pluralidade estética da narrativa: “Conseguimos retratar ‘Brasis’ distintos, o que amplia nosso leque criativo”. Com três alegorias, 20 alas, 3.500 componentes e um elemento alegórico na comissão de frente, ele explica: “Os carros são totalmente diferentes, e as alas ganharam um colorido diverso, refletindo a versatilidade temática do violão”.

Antes de retornar à Série Ouro, Guilherme Estevão foi carnavalesco da Estação Primeira de Mangueira. Brinca que, do verde e rosa, herdou o rosa e agregou um toque de amarelo, simbolizando aprendizados adquiridos no Grupo Especial. “Fazer parte da Mangueira foi fundamental. Todo Carnaval é um aprendizado, e esses dois anos no Especial me trouxeram maturidade. Agora, na Série Ouro, mantenho o mesmo cuidado e carinho que dedicaria a qualquer escola, seja na Intendente ou no Grupo Especial”, afirma.

Arte e superação no barracão

Localizado na Zona Norte do Rio, o barracão da escola transformou-se em um canteiro de arte. Esculturas de violões representando diferentes estilos musicais e alegorias que homenageiam mestres do instrumento ganham vida. Para contornar desafios financeiros, a agremiação investiu em estamparia própria. “Na Série Ouro, o orçamento é mais apertado e o prazo curto. Por isso, otimizamos materiais como acetato, fitas de cetim e elementos reflexivos, além de focar em projetos de luz e estruturas vazadas com movimento”, explica Guilherme.

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Conheça o desfile

Primeiro setor: Cordas do Tempo – “Mostramos a origem não brasileira do violão, fruto da fusão de culturas. Começa como um instrumento divino na Índia, usado com penas de pavão, e migra para a Europa medieval, chegando ao Brasil pelas mãos de portugueses”.

Segundo setor: Das Elites ao Povo – “O violão desembarca aqui como símbolo da nobreza, usado por jesuítas e bandeirantes. Mas o povo o reinventa, tornando-o parte de sua expressão cultural, longe dos salões aristocráticos”.

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Terceiro setor: A Coroação pelo Samba – “É quando o violão se populariza de vez: nos cordéis, nas violadas gaúchas, nas modinhas e no chorinho. Marginalizado pela elite, ganha status de ícone nacional através do samba, unindo morro e asfalto. A tropicália, a bossa nova e a música nordestina reforçam seu legado. O desfecho é uma ode aos mestres que eternizaram o violão na cultura brasileira”, conclui Guilherme.

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