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Série Barracões: Portela celebra Milton Nascimento em procissão de luz e cor

André Rodrigues e Antônio Gonzaga conduzem a escola em um desfile que une a obra do artista mineiro à tradição da agremiação de Madureira

André Rodrigues e Antônio Gonzaga preparam seu segundo Carnaval à frente da Portela. Na edição anterior, a dupla conquistou a avenida com o enredo emocionante “Um defeito de cor”, inspirado no livro homônimo da escritora Ana Maria Gonçalves. Unidos desde que assumiram a Águia Altaneira – André já havia estreado no Grupo Especial ao lado de Alexandre Louzada, após passagens por escolas de acesso, enquanto Gonzaga debutou no carnaval carioca em 2024 –, eles anunciam agora uma homenagem a outro ícone da negritude brasileira: Milton Nascimento. Com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol”, a dupla promete transformar a Sapucaí em uma jornada poética pelas veredas do artista mineiro.

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A Inspiração: Exaltar a Negritude e os Sinais do Destino

Em entrevista, os carnavalescos revelaram como surgiu a ideia de celebrar Milton, figura central da cultura nacional. Antônio Gonzaga destacou: “Sempre tivemos a missão de exaltar personalidades negras que moldam a identidade brasileira. Milton é parte da nossa trilha sonora vital. No ano passado, suas músicas embalaram nosso processo criativo. E, no Desfile das Campeãs, quando ele apareceu no camarote da Portela e postou um vídeo assistindo nosso enredo, interpretamos como um sinal: era a hora de levá-lo ao trono que merece”.

O Enredo: Uma Obra que Atravessa Gerações

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André explicou que o enredo não se limita a dados biográficos, mas investiga como a música de Milton ressoa nas pessoas: “Nosso foco é como sua obra atravessa vidas. Não buscamos detalhes pessoais, e sim entender por que ele merece ser enredo da Portela. Conversamos com ele para captar sua essência criativa, não para coletar informações. Queremos mostrar por que seu trabalho é divino para tantos”.

A Procissão: Do Asfalto às Montanhas de Minas

A ideia de uma procissão de Madureira até Minas Gerais nasceu de devaneios e da música “Bailes da Vida”. Antônio detalhou:“Milton já viajou o mundo cantando para todos. Agora, é a vez de irmos até ele em agradecimento. A obra dele é repleta de movimentos: trens, estações, romarias. Essa travessia simboliza o reconhecimento de um legado que une o físico e o espiritual”.

Alegorias e Fantasias: A Magia do Amanhecer ao Anoitecer

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Sobre o visual do desfile, a dupla adiantou: “Cada setor representa um momento do dia – manhã, tarde, noite e alvorada. As alegorias têm personalidades distintas, mas são conectadas por símbolos que remetem à procissão. As fantasias reforçam essa jornada, com cores e elementos que dialogam com a passagem do tempo”.

Desafios no Barracão: Entre Atrasos e Grandiosidade

O processo de produção não foi fácil. André admitiu: “Foi árduo colocar este Carnaval em pé, especialmente com atrasos nas verbas. Mas agora respiramos aliviados. Queremos que o portelense sinta orgulho, independente do resultado. A Portela merece competir no topo”.

As Parcerias: O Fio Condutor da Obra de Milton

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A dupla destacou a relevância das colaborações na carreira do homenageado. André ressaltou: “Milton compôs para amigos, povos e causas. Essa noção de parceria é um pilar do enredo. Assim como ele, a Portela caminha unida, celebrando a diversidade que nos move”.

O Trinômio Perfeito: Portela, Milton e a Força do Povo

Para Antônio, o trunfo está na síntese de grandezas: “A Portela sendo Portela, Milton sendo Milton e o povo em comunhão. Essa união resultará em algo histórico”.

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Com a promessa de um desfile que mistura tradição e ousadia, a Águia altaneira prepara-se para alçar voo rumo ao sol – guiada pela música de um dos maiores artistas do Brasil.

Conheça o desfile da Portela

A Portela levará para a Sapucaí cinco alegorias, dois tripés, e 27 alas. Os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga explicaram ao CARNAVALESCO a setorização do desfile da Águia de Madureira.

Setor 1: “O primeiro setor da Portela é a Portela saindo em procissão, então traz alguns aspectos do subúrbio, a Portela se enfeitando para sair nessa grande processão, essa grande travessia para encontrá-lo”.

Setor 2: “O segundo setor é o sol a pino, aquela parte entre a manhã e a tarde e basicamente trata sobre essas emoções a flor da pele, sobre esses momentos, sobre a emoção de ouvir e de relacionar as canções do Milton Nascimento e as suas próprias vidas, então a gente tem ali as baianas falando sobre Maria Maria, nós temos os encontros, por exemplo, em Duas Sanfonas, enfim, temos Vendedores de Sonhos, que é uma ala importante também para narrativa de desfile”.

Setor 3: “O terceiro setor trata dessa relação com a Terra de maneira geral, a Terra nos diversos sentidos, tanto matéria física, quanto território, quanto terra como ideia, como pertencimento, então vai falar sobre identidades, sobre povos originários, sobre os ribeirinhos, sobre os quilombolas e a gente termina com uma alegoria que faz referência à relação do Milton com o Oxalá e com a própria Terra”.

Setor 4: “O quarto setor, que é o setor da noite, que é o setor onde a gente faz essa brincadeira sobre a noite vai representar também esses períodos mais difíceis, esses períodos de repressão e tal, e como a música do Milton Nascimento ajuda essas pessoas a passarem por esse momento difícil, então terão ali muitas músicas que foram trilhas desse momento de resistência, então a noite é uma metáfora para esses momentos difíceis e a gente termina o setor com alegoria sobre o milagre dos peixes e sobre a esperança de encontrar o sol após essa noite”.

Setor 5: “E a gente fecha o desfile com a procissão chegando a Minas Gerais, a procissão sendo recebida pelos festejos locais, os festejos de três contas, a gente tem folia de reis, tem tambores de minas, a gente encontra essas lembranças, essas memórias do próprio Milton e a gente encontra ele finalmente nesse grande altar dourado, esse grande sol”.

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