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‘Se não voltarmos nas campeãs, não entendo mais nada de carnaval, afirma mestre Casagrande

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

A Unidos da Tijuca entrou na avenida com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino Que Velho Respreita”, a Unidos da Tijuca encerrou seu desfile em 77 minutos. A estreia de Edson Pereira trouxe uma escola com boas soluções estéticas, principalmente nas fantasias, que tinham uma leitura satisfatória e com bons acabamentos. O samba, muito elogiado no pré-carnaval, passou muito melhor que nos ensaios técnicos, com grande domínio de Ito Melodia e um canto excelente da comunidade do Borel.

Comandada pelas estreantes Ariadne Lax e Bruna Lopes, a comissão de frente “Tudo Começa no Orum” trouxe a origem da saga de Logun-Edé no mundo espiritual dos orixás. Após cruzar a linha de chegada, as coreógrafas falaram com o CARNAVALESCO sobre o acolhimento que receberam da comunidade e o trabalho apresentado na avenida.

“Nosso primeiro ano na Unidos da Tijuca e fomos muito bem acolhidas pela comunidade e por toda a direção da escola. Estou muito feliz com o resultado do trabalho apresentado. Foi um período de muito ensaio, muita ralação e conseguimos entregar um lindo desfile”, disse Ariadne Lax.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Nossa sensação é de dever cumprido. De dever cumprido nas quatro cabines, com o público e ter passado essa história linda de Logun-Edé para avenida. Foram muitos ensaios, a reta final foi muito cansativa, mas a equipe foi sensacional”, completou Bruna Lopes.

O casal Matheus André e Lucinha Nobre representou a conexão entre Orum (mundo espiritual) e Ayê (terra) através de fantasias bipartidas: tons claros acima (Orum) e terrosos abaixo (Ayê), com búzios simbolizando a ligação entre as dimensões. A porta-bandeira falou de todo esforço que fez durante o pré-carnaval, as mudanças no estilo de vida e a certeza de que precisavam fazer um bom desfile para melhorar a impressão ruim que ficou da apresentação do ano passado.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Foi um desfile muito emocionante. Estou muito feliz com a parceria com o Matheus. Nós ensaiamos muito. Viemos de um resultado que não foi bacana ano passado. Estávamos consciente disso e trabalhamos em cima dos nossos erros. Eu e Matheus demos a mão um para o outro e nos seguramos quando começou a ficar difícil. Nossa intenção era chegarmos plenos no desfile e conseguimos. São 41 anos de carnaval. Comecei em 1984 e cada ano eu quero mais. Fico muito feliz e honrada com os elogios. Acho que todo mundo percebeu o esforço que eu fiz. Perdi 12 quilos, fiz toda uma reeducação alimentar, um tratamento ortomolecular. Hoje me sinto plena e com meu corpo forte”, declarou Lucinha.

O diretor de carnaval Fernando Costa falou sobre a mudança de ânimo que teve na Tijuca desde a escolha do enredo e se mostrou feliz pelo trabalho apresentado pelas coreógrafas da comissão de frente.

“Gostei muito do resultado do trabalho da comissão de frente. A cada apresentação que ela fazia o público aplaudia, gritava. Fiquei muito feliz pela Ariadne Lax e Bruna Lopes. Desde que lançou esse enredo a energia da escola mudou. Nós sentíamos as pessoas felizes na escola, cada ensaio que íamos fazendo as coisas iam crescendo e acho que hoje foi o ápice. O enredo ajudou, o samba ajudou, a comunidade queria esse enredo. Foi uma energia muito boa”, afirmou.

Outro ponto alto da escola foi a apresentação da bateria do Mestre Casagrande. É uma bateria conhecida por sua excelência e constância nas apresentações, levantou a Sapucaí e deixou Casagrande muito feliz. O mestre cravou que a comunidade tijucana vai estar no desfile das campeãs.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Fizemos o dever de casa. A bateria com a métrica que a gente toca, o andamento confortável para o samba e a recepção do público com a bateria foi muito boa. Estamos buscando resgatar o que a Tijuca era. Tinha muita gente da comunidade desfilando, o último carro só tinha pessoas da comunidade e foi muito legal. Tenho certeza que estaremos nas campeãs. Se não tivermos, aí eu não entendo mais nada de carnaval”.

A ausência sentida na bateria foi da rainha Lexa, que precisou se afastar após problemas durante a gravidez. Em fevereiro, a cantora perdeu sua primeira filha, a pequena Sofia, três dias após seu nascimento. Dessa forma, a Unidos da Tijuca optou por desfilar sem rainha em respeito à cantora. Coube a Juliana Alves apresentar a agremiação. Fazendo seu retorno à avenida em posição de honra, a atriz desfilou pela agremiação depois de muitos anos e emocionou o público com a sua volta.

“Esse desfile me encheu de orgulho desde o barracão. Esse desfile foi a consagração da nossa esperança. Todo mundo sabe o amor que eu tenho pela Tijuca e o orgulho da minha comunidade. Quero que os tijucanos tenham a honra de desfilar nas campeãs”, declarou.

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