Com ensaios elogiados, enredo emocional e a despedida do intérprete Neguinho da Beija-Flor após 50 anos de Sapucaí, a Beija-Flor de Nilópolis chega ao Carnaval 2024 com a ambição de reconquistar o título. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente da escola, Almir Reis, detalha os preparativos, reflete sobre a pressão por vitórias, revela bastidores da homenagem ao histórico carnavalesco Laíla e defende a gestão do presidente da Liesa, Gabriel David. “Estamos prontos para mostrar que a Beija-Flor ainda é gigante”, afirma.
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Como avalia o pré-carnaval da Beija-Flor até aqui?
“Quando idealizei o enredo, tive uma reunião com Anísio e Gabriel, que abraçaram o projeto. No início, questionei a aceitação do público, mas priorizei minha comunidade, especialmente após o 8º lugar em 2023. Assumi a responsabilidade pelos erros passados e hoje me sinto realizado. Não sabemos o resultado final, mas até aqui, superamos expectativas”.
Os ensaios foram considerados os melhores em uma década, comparados à era Laíla. Isso motivou a escola?
“Sem dúvida. A receptividade da comunidade confirmou que estamos no caminho certo. Aprendemos com Laíla e Anísio que a comunidade é o coração da agremiação. Se mantivermos o mesmo nível na avenida, disputaremos o título com força”.
Há cobrança interna pelo título? Como lida com a pressão externa, especialmente nas redes sociais?
“Anísio e Gabriel não me cobram porque conhecem meu trabalho. Durmo na escola, vivo o samba. Quanto às críticas, ignoro. Redes sociais são tóxicas: pessoas falam o que não diriam pessoalmente. Foco em fazer um Carnaval à altura da história da Beija-Flor”.
Como a família Laíla se comportou quando soube da homenagenm?
“Foi tranquilo. Conversei com a viúva, Marli, que se emocionou. Até ajudamos a resolver pendências familiares. Ela pediu apenas que a família tivesse um lugar de destaque no enredo, o que respeitamos”.
Qual a expectativa para a despedida de Neguinho da Beija-Flor?
“Já chorei só de imaginar. São 50 anos de Sapucaí! Ele precisa se controlar na avenida, pois ainda é competição. Mas, acima de tudo, quero honrar o ser humano que ele é. Terá sempre portas abertas na escola”.
A contratação de Marquinho Marinho foi acertada?
“Foi uma das melhores decisões. Substituir Laíla era um desafio, mas acertamos. Ele traz energia nova”.
Como vê a gestão de Gabriel David na Liesa?
“Ele revolucionou a escola. Mesmo podendo estar em Miami, escolheu ficar aqui. Sofre críticas, mas é natural: sucesso incomoda. Com ele, temos mais recursos e profissionalismo”.
Qual o trunfo do desfile de 2024?
“O canto será nosso ‘“rolo compressor’. A comunidade está engajada, lotou a quadra nos ensaios. Queremos emocionar, como sempre fizemos. O nível está altíssimo. Escolas que não brigavam antes hoje são favoritas”.