O nível de desempenho dos quesitos das escolas do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro está muito alto, e isso passa pela atual campeã, Unidos do Viradouro. No último domingo, a Vermelha e Branca realizou mais um grande ensaio de rua, na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, em Niterói, e mostrou, sem a presença da comissão de frente e do primeiro casal, a força de seus quesitos de chão na briga pelo bicampeonato consecutivo. Do início ao fim do treino, tudo funcionou e se encaixou perfeitamente, dando indicativos de uma escola que parece já estar preparada para o desfile oficial. Em 2025, a Viradouro será a terceira escola a desfilar no domingo de carnaval e levará para a avenida o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.
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“É o padrão que a gente vem impondo, mais um ensaio de excelência. Mais um grande ensaio, mais uma semana de trabalho. É o que eu sempre falo, estamos buscando o ápice para a data certa. Sempre tem o que melhorar, é buscar uma escola sem nenhum tipo de problema, sem nenhum tipo de erro. É ajustar, aperfeiçoar, aperfeiçoar e aperfeiçoar. De uma maneira geral, um conjunto, uma escola como um todo. Isso serve para barracão, serve para quadra e para ensaio de rua. A escola, dentro do prazo, dentro da exigência alta que a gente vem impondo para cada momento, vem passando com excelência”, salientou o diretor-executivo da Viradouro, Marcelinho Calil.
Comissão de Frente e Mestre-sala e Porta-bandeira
A comissão de frente, comandada pelos experientes e gabaritados coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos do Viradouro, Julinho Nascimento e Rute Alves, foram poupados e não ensaiaram no último ensaio de rua da escola. A Viradouro, porém, marcou o tempo das paradas nas cabines de julgadores e ocupou o espaço com cordas e no caso do casal, com a presença dos guardiões e da ensaiadora Juliana Meziat.
Harmonia e Samba-enredo
Boa parte da força da Viradouro nos últimos carnavais passa, também, pela potência da comunidade da escola. Isso fica provado a cada ensaio de rua que a Vermelha e Branca realiza na Amaral Peixoto. Os componentes, mais uma vez, cantaram com muita força o samba-enredo da escola, das primeiras às últimas alas. Essa força da comunidade se soma ao carro de som comandado com maestria pelo intérprete Wander Pires e à bateria “Furacão Vermelha e Branco”, de mestre Ciça. O resultado é uma parte musical de altíssimo nível, de excelência.
A se destacar, ainda, a belíssima introdução feita pelo carro de som da Viradouro, com pontos de Malunguinho. O samba-enredo, de autoria de Paulo César Feital, Inácio Rios, Márcio André Filho, Vaguinho, Chanel, Igor Federal e Vitor Lajas, têm mostrado, a cada ensaio, muita força, sobretudo com a interpretação espetacular do intérprete Wander Pires. A obra tem conduzido com excelência os ensaios de rua da Viradouro.
O bis anterior ao refrão, “O rei da mata que mata quem mata o Brasil” e o refrão, “A chave do cativeiro// Virado no exu trunqueiro// Viradouro é catimbó// Viradouro é catimbó// Eu tenho corpo fechado//Fechado tenho meu corpo//Porque nunca ando só”, foram os trechos
mais cantados pela comunidade.
Evolução
Fluida, coesa e compactada, assim pode ser definida a evolução da Unidos do Viradouro no ensaio de rua. O treino contou com a organização que já é marca da escola. Alguns elementos foram utilizados para demarcar o espaço das alegorias no desfile oficial. Nenhum problema foi observado. Os componentes, presentes mais uma vez em grande número, desfilaram de maneira leve e coesa ao longo da Avenida Ernani do Amaral Peixoto. A escola demonstra estar pronta para o desfile oficial.
Outros Destaques
A bateria “Furacão Vermelho e Branco”, comandada por mestre Ciça, deu um show à parte na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, com ótima sustentação do ritmo e diversas bossas que contribuíram muito para o desempenho da escola. Em uma das bossas executadas pela bateria, no trecho do samba “acenda tudo que for de acender”, eram acessos sinalizadores vermelhos no meio dos ritmistas, dando um efeito muito especial na bateria da Viradouro.