Por Gabriella Souza
O fim do ano é o momento no qual as realizações, desejos e projetos do ano que passou e do ano que virá são postos na ponta do lápis. Para ajudar nas boas vibrações e não deixar nada atrapalhar os projetos desejados, muitas pessoas apostam nas superstições na hora da virada e não abrem mão de usar aquela cor especial ou botar em prática uma superstição, para ajudar na hora de realizar o que pretende. Para a chegada de 2020, os sambistas contam quais seus rituais para o Réveillon e quais são as cores que apostam para dar aquela ajuda na concretização de seus sonhos.
Bianca Monteiro, rainha de bateria da Portela, fala que a oração é o seu principal meio de se conectar com as boas energias que virão no próximo ano.
“Sempre peço nas minhas orações que o próximo ano seja em paz, penso muito nos outros também. Peço que todos nós possamos viver com dignidade. União e honestidade com o trabalho é o que mais desejo para nosso carnaval. Para o Ano Novo eu gosto de passar de branco, gosto muito de atrair paz, é o que a gente precisa. Podendo ter paz de espírito e em todas as áreas da vida, conseguimos tudo. A minha superstição é virar o ano mesmo em oração, pedindo à Deus e aos Orixás que me protejam e à todos que estão ao meu redor”.
Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira declara esperar que o Ano Novo possa sempre ser um momento de renovação e de grandeza espiritual dentro do coração de cada pessoa e que junto com o espírito natalino, essa energia conquiste mais o coração das pessoas, de forma que elas consigam pensar um pouco mais nos outros o ano inteiro, não só no Natal. Fala também que não dispensa o amarelo para passar a virada, sua cor predileta para o dia.
“Eu sempre gosto de passar a virada de amarelo ou em algum tom dourado, todo ano. Eu acho o amarelo além de ser uma cor viva, ele traz muita energia positiva para mim. Eu convivo muito no carnaval de verde e rosa, amo essas cores, mas escolho essas outras para virar o ano, isso mesmo é uma superstição para mim. Eu tenho um contato muito grande com a espiritualidade, possuo um amor especial pela força do universo e acho que o amarelo do Sol representa luz e gosto de virar o ano buscando exatamente isso”.
Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor, diz que não costuma pedir nesse momento, mais agradecer. E que se for para pedir seria mesmo sempre ter saúde, para seu filho também. Assim como mais paz para povo, com fé de que a vida do brasileiro vai melhorar. Diz que assim como Evelyn, aposta no dourado e confessa ter seus rituais na virada.
“Para passar a virada do ano eu sempre gosto de vestir branco ou dourado, é certo, todo ano. Nas superstições sempre como uvas verdes, tenho uma folha de louro no corpo, pulo sete ondas se estiver próxima ao mar. Quando não estou na praia, eu vou à alguma no dia seguinte e pulo as ondas sempre orando muito e agradecendo. Muitas pessoas gostariam de ter um pouco do que nós temos e ser um pouco do que nós somos, então é mesmo agradecer”.
Junior Scafura, integrante da comissão de carnaval da Portela, fala que não sai muito do tradicional das cores de Ano Novo e que sempre busca estar com a mente em paz para trazer bons momentos ao ano que chegará.
“Para o Ano Novo a cor predominante que uso é sempre branca. Às vezes até combino com um azul ou amarelo. São, sem dúvida, as minhas cores preferidas para passar o Réveillon. Já na superstição gosto mesmo é de meia noite estar com pensamentos positivos e vibrando boas energias. Para poder entrar no novo ano com muita energia e fé”.
Ciça, mestre de bateria da Viradouro confessa não se importar com roupas novas ou cores nessa data e que pelo visto, preza pelo conforto.
“Eu não tenho essa vaidade não. Passo o Natal e a virada em casa mesmo, de chinelo e nem me preocupo muito com roupas novas ou cores especiais”.
O mestre-sala e a porta-bandeira da São Clemente, Fabrício Pires e Giovanna Justo apostam mesmo é na cor de sua escola para vestir na hora da virada. A porta-bandeira confessa seguir alguns rituais na hora da virada.
“Esse ano eu vou de amarelo, geralmente é branco também. Não sei o motivo da minha escolha dessa cor, talvez seja porque a cor da escola, que gosto e acho muito bonita”. Eu não costumo ter superstições, mas só agradeço muito, peço saúde para mim e toda minha família, rezo na hora da virada e fica tudo em paz”, conta o mestre-sala.
“Eu sempre visto ou branco ou amarelo, não tem outras cores melhores. Depende muito do meu humor no dia que eu vou comprar, mas sempre escolho uma das duas. Tenho também minhas superstições, gosto de passar na praia para pular as setes ondas e jogar palmas para Yemanjá”, confessa a porta-bandeira.
Emerson Dias, intérprete do Salgueiro confessa não ser muito supersticioso na virada, mas que ainda segue algumas tradições, assim como Matheus Machado, mestre-sala do Império Serrano que diz não se preocupar muito com superstições, mas que no final acaba cedendo.
“Tenho minhas manias mas não sou muito fanático com isso. Procuro mesmo é colocar uma roupa clara, e, sem dúvida, nova. Creio que atrai mais energias positivas para começar o novo ano”, fala Emerson Dias.
Seja qual for a roupa ou as superstições para a chegada do novo ano, os sambistas deixam claro que o importante é estar em sintonia com as boas vibrações na hora da virada e de estar perto das pessoas que gostam.