Um Carnaval fora de época – ou, ao menos, uma prévia dele. A Cidade do Samba recebeu na última sexta-feira a “Noite dos Enredos”, uma pequena mostra do que as 12 escolas do Grupo Especial planejam levar para a Marquês de Sapucaí em 2025. A edição, que marcou o retorno do espetáculo após um período de dez anos, recebeu cerca de oito mil pessoas, segundo a Liga das Escolas de Samba (Liesa). Para entrar, era necessário doar 1 kg de alimento não perecível. Turistas e amantes do mundo carnavalesco que marcaram presença parecem ter aprovado o evento.
Contente com as apresentações, a turista de Florianópolis, Daniela Silva, de 49 anos, acredita que realizar outros festivais fora do período de desfiles é importante para integrar quem não acompanha o espetáculo. Apaixonada pela Beija-Flor de Nilópolis e Mangueira, ela nunca tinha ido à Cidade do Samba.
Vídeos: veja todas apresentações das escolas do Grupo Especial do Rio na ‘Noite dos Enredos’
“Eu adorei o evento e achei um espaço muito democrático. Acredito que poderia ocorrer mais vezes para que o público se aproxime desse evento gigantesco que é o carnaval do Rio. Hoje, nós turistas podemos conhecer a história do que vai ser levado por cada escola de samba. Acredito que deva ter outras vezes para aproximar a comunidade”, enfatizou a turista.
Daniela estava acompanhada do carioca e torcedor da Beija-Flor, Marcos Gileno, de 51 anos. Morador da capital catarinense desde os cinco anos, ele elogiou a segurança e a organização da festa. No entanto, afirmou que não conseguiu assistir todas apresentações por conta da distância para o palco.
“Estava sensacional. A festa foi maravilhosa e estava super organizada. O que poderia melhorar são os telões. Eles poderiam estar mostrando o palco, porque quem ficou mais atrás não conseguiu ver as apresentações”, avaliou Marcos.
Balanço: festa dos enredos do Grupo Especial do Rio para o Carnaval 2025
A tijucana Thaina Schueler, chefe de cozinha de 27 anos, também acredita que o “carnaval fora de época” ajuda a agregar pessoas de fora do mundo do samba. É o caso dela.
“É importante porque estimula que pessoas que não são do carnaval participem. Acredito que muitas pessoas que não são efetivamente do Carnaval vieram. Eu, por exemplo, não era do Carnaval e comecei a vir. A experiência foi muito boa. O que mais gostei foram as apresentações em si, porque o pessoal se empenhou. A Tijuca foi a melhor de todas e arrasou (risos)”, comentou Thaina.
Por outro lado, como nem tudo é perfeito, participantes também pontuaram críticas ao festival. Margareth Machado, advogada e torcedora do Salgueiro, reclamou do som e da vista para o palco.
“Achei boa, mas não gostei do som. Estava abafado e a gente não conseguia ouvir.A visão de quem não estava no camarote ficou prejudicada. No entanto, valeu a pena. De elogio, a segurança do evento foi muito boa”, afirmou Margareth.
Além das 12 escolas do Grupo Especial, a “Noite dos Enredos” também contou com a roda de samba do tradicional Cacique de Ramos. A festa só terminou durante a madrugada de sábado.