O ano de 2022 foi o ano do retorno. Depois de não haver desfile em 2021 e as escolas demorarem mais de dois anos para voltarem a desfilar na Marquês de Sapucaí, em 2023, a esperança está com o carnaval voltando para a sua data e este sendo mais um grande sinal de normalidade após os duros momentos em que todos vivemos com a pandemia de Covid. Com um carnaval quase diretamente ligado no outro, para alguns dos profissionais da festa, as celebrações de fim de ano são um momento para descansar um pouco da correria. É o caso este ano do intérprete da Imperatriz Leopoldinense, Pitty de Menezes, que fará sua estreia no Grupo Especial em 2023. Pitty contou que terá um ano novo diferente e pra lá de especial.
“Normalmente para a gente que é sambista, as escolas são convidadas para fazer show por empresas, festas privadas, geralmente a gente faz show, eu geralmente viajo. Mas esse ano, graças a Deus eu acho que vou passar com a minha família, meu filho Lorenzo que nasceu esse ano, com a minha filha Maria Isabel que vai embora para Portugal ano que vem, vou fazer esse ano novo muito especial para mim e para minha família, vou passar com eles”, conta o cantor.
Em um momento de descanso após as grandes emoções que viveu em 2023 tanto na Porto da Pedra quanto em sua nova escola, a imperatriz, Pitty revelou o que costuma comer nestas festividades e o que espera para o Brasil em 2023.
“Eu como tudo, ano novo não tem aquele negócio específico, eu como tudo, até o arroz com passas (risos), deixo bem claro essa polêmica aí (risos). Eu procuro sempre vestir roupas brancas, que possam trazer paz para o próximo ano, sempre peço paz e saúde que o resto a gente corre atrás. Estou muito esperançoso, acho que o Brasil vem para ser feliz de novo. Uma grande vitória nas eleições e eu tenho muitas esperanças que o presidente vá fazer um bom governo para todos, para o carnaval, para a cultura, para a economia. Estou ansioso que dê tudo certo, a gente tem filhos aí, e desejamos que o Brasil volte a sorrir”, explicou o intérprete.
O mestre-sala Raphael Rodrigues do Paraíso do Tuiuti também tem preferido usar o ano novo para descansar e recarregar as energias.
“No início eu até fazia muito show. Mas depois eu pedi encarecidamente para que não me escalasse para shows. Só realmente quando houvesse 100% de necessidade. Mas enquanto não tivesse necessidade, eu queria não participar, porque o ano novo é aquele momento de se concentrar, se renovar para o próximo ciclo que vai se iniciar. Eu prefiro passar meditando, rezando, independente de onde eu esteja, eu gosto de viajar, ou gosto de estar em um lugar que só tenha eu e as pessoas que estão comigo, sem muita bagunça. E depois que vira o ano, aí a gente começa a fazer bagunça. Eu costumo estar bem tranquilo, sozinho, antes de romper o ano eu gosto de ir para o meu canto, rezo, faço as minhas preces, chamo pelos meus orixás e sigo em frente”, esclarece o mestre-sala.
Indo para o seu segundo carnaval no Paraíso do Tuiuti, Raphael também contou ao site CARNAVALESCO o que deseja para o próximo ano.
“Um desejo hoje, não vou nem ser egoísta, eu acho que é o desejo de todo mundo. É mais humanidade, mais respeito, um com os outros, esse é o principal. Hoje o patriotismo está tomando conta do Brasil, então que as pessoas tenham mais respeito, mais paciência uns com os outros”, deseja o profissional.
Já para sua porta-bandeira, Dandara Ventapane, com quem vai defender o pavilhão do Tuiuti pela segunda vez em 2023, o ano novo será uma boa oportunidade para se apresentar e continuar levando a bandeira do samba para todos os lugares.
“Geralmente eu passo o ano novo fazendo show, trabalhando, alguns anos foram com carnaval, outros foram cantando, mas sempre com muito samba. Isso me deixa muito feliz estar sempre representando, levando a nossa bandeira. Eu geralmente passo de branco, eu gosto de manter o branco que é isso, a gente tem que estar sempre pedindo mais leveza, mais paz, mais axé para o nosso ano. Se eu tiver que pedir algo(para o próximo ano), eu pediria a nota quarenta com certeza”, arrisca Dandara.
A oportunidade de trabalhar e ganhar um dinheirinho a mais também é especial para mestre Rodney. O comandante da Bateria Soberana conta que gosta de passar o natal com a família, mas no réveillon é o momento oportuno para a realização de eventos com a Beija-Flor.
“Natal é mais família, mas o ano novo a gente usa para trabalhar. E aí a gente sempre tem algum trabalho, graças a Deus a Beija-Flor tem cinco réveillons para fazer. Tem Itatiaia, Três Rios, tem no Ribalta, no Monte Líbano, Copacabana. O réveillon então é para trabalhar e o natal é família. A gente, graças a Deus, sempre foi privilegiado com relação a ter um camarim com muita fartura. Sempre tem muito conforto e dá para aproveitar um pouco “, revela o artista.
Mestre Rodney também explicou ao site CARNAVALESCO que não tem superstições especiais de Ano Novo e apresentou também aquilo que deseja para o próximo ano.
“Eu passo com a roupa de trabalho, mas a minha superstição é ter Deus na cabeça e no coração. E sempre desejando o bem para o próximo, eu acho que dá sorte. Fazer o bem, faz bem. Para 2023, em primeiro lugar, eu pediria saúde, que espante de vez essa pandemia, que não venha mais, que todo mundo tenha o que comer em casa. O mais importante é você ter alguma coisa em casa para comer. Imagina no natal , no ano novo a pessoa não ter nada para comer. É muito triste. E por isso que natal é mais família, eu fico em casa, porque infelizmente eu não tenho os meus pais”, colocou mestre Rodney.
Já o vice-presidente da Portela, Júnior Escafura, acredita que poderá estar mais próximo da família durante a virada, ainda que não descarte a possibilidade de algum compromisso com a Portela, afinal de contas, no próximo ano, a Majestade do Samba completa um século de existência.
“Réveillon é sempre complicado, às vezes a Portela tem muitos eventos e a gente tem de se dividir para poder participar, mas quando a gente pode a gente tenta passar com a família, porque a gente já fica praticamente esse período difícil sem ver filha, sem ficar com a mãe, com as tias, então a gente tenta ficar com a família. Mas se tiver que trabalhar também, o dever nos chama e com a Portela a gente está acostumado a fazer tudo e mais um pouco”, esclarece Escafura.
O dirigente da Águia de Madureira também conta que as cores da Portela estão sempre presentes no seu visual de fim de ano e pede mais união das pessoas como um desejo para o próximo ano.
“Roupa sempre é branca e azul. Sempre é bom estar com as cores da Portela pra gente entrar o ano de 2023 com muita sorte que é o ano do centenário. A primeira coisa que eu penso é desejar muita saúde para todos nós, paz para todo planeta que é o que a gente precisa, muito amor, que todos tenham mais um pouquinho de amor, se cada ser humano tiver um pouquinho mais de amor, o amor vencerá. A esperança, a expectativa é sempre que a gente tenha um país melhor para o nosso futuro, para os nossos filhos, nossos sobrinhos, para os nossos parentes, para que todos tenham um Brasil cada vez mais forte e unido, o Brasil precisa de união”.