A Acadêmicos do Grande Rio promoveu, na noite da última terça-feira, a segunda etapa do concurso para a escolha do hino oficial para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve mais uma vez presente e acompanhou essa fase da competição promovida pela tricolor de Duque de Caxias. Ao todo, oito obras se apresentaram e cada uma teve o direito a quatro passadas, sendo uma sem bateria e três acompanhandas pelos ritmistas. Entre as regras previstas no regulamento da disputa, as parcerias não puderam contar com intérpretes do Grupo Especial, além de não terem a obrigação de levarem torcida. A semifinal ocorrerá no próximo sábado, dia 23 de setembro.

granderio samba
Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Grande Rio

No ano que vem, a Grande Rio será a quarta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação irá em busca do segundo título de campeã da folia carioca com o enredo “Nosso destino é ser onça”, assinado pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A proposta é fazer uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria.

Parceria de Paulo Onça: A obra de autoria de Paulo Onça, Paulo Cesar Feital, Jefinho Rodrigues, Marquinho Índio, Ricardo Cabral e Yedo Simões foi a segunda a se apresentar na eliminatória da disputa promovida pela Grande Rio. O intérprete Bruno Ribas, da Unidos de Padre Miguel, foi quem conduziu o samba na quadra, que teve um crescimento em relação a etapa anterior. O ponto alto foi o refrão principal, com os versos “Bate o cajado nesse chão, ôô luar/ Pra fazer revolução, iluminar/ Mergulhei na Grande Rio, correnteza de paixão/ Lá vai meu coração”. O refrão do meio, “Urucum e jenipapo tingem o corpo brasileiro/Somos todos uma tribo sob a luz desse cruzeiro/ Pataxós, kamaiurás, guajajaras, guaranis/ Frutos nativos da mesma raiz”, também se destacou. Como ponto negativo, a obra sofreu com uma queda de rendimento durante a segunda estrofe. Quanto à torcida, a parceria trouxe um grupo animado, que pulou e vibrou. Já o canto teve altos e baixos, tornando-se mais forte nos refrões. Houve ainda a utilização de efeitos como chuva de papel picado e serpentinas.

Parceria de João Diniz: Dando prosseguimento as apresentações, a obra assinada por João Diniz, Jailson da Grande Rio, Fabrício Fontes, Fred Camacho, Diego Nicolau e Francisco Aquino foi a terceira na noite de eliminatória na quadra da Grande Rio. O intérprete Thiago Brito comandou o microfone principal da parceria, tendo o apoio de um time estrelado de cantores. Entre os nomes estavam intérpretes como Charles Silva, Leozinho Nunes e Diego Nicolau, que também é um dos autores da obra. Assim como na primeira eliminatória, o refrão principal, com os versos “Grande Rio vira onça, vira que eu quero ver/ Homem-bicho, bicho-homem/ Tenho fome de vencer/Resistir é lutar, sob a luz do luar/ O cajado bater/ Grande Rio vira onça, vira que eu quero ver/ Homem-bicho, bicho-homem/ Tenho fome de vencer/Minha escola ‘iá, iá’/ ‘Acabou de chegar’/ E devora você”, foi o ponto alto da obra. Destaque também para o trecho “Fera, eu tenho pressa a mata me espera/ Minhas pegadas mostram os caminhos/ O faro aguçado/ Olhar que arrepia, defendendo a cria/ Encanto caboclo”, presente na segunda estrofe do samba. Em relação a torcida, o grupo veio com bandeirões e bexigas nas cores da agremiação. Eles mostraram bastante empolgação, sambando e cantando, principalmente nos refrões.

Parceria de Derê: O samba composto por Derê, Marcelinho Júnior, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietinã e Eduardo Queiroz foi o quinto a se apresentar nessa segunda eliminatória do concurso de samba-enredo promovido pela Grande Rio. O intérprete Tem Tem Jr., voz oficial do Império Serrano, foi o responsável por defender a obra, que teve um excelente rendimento na quadra. Os refrões foram os grandes destaques, além do trecho de subida para o principal, com o versos “Kiô… kiô, kiô, kiô kiera/ É cabocla, é mão -torta/ Pé- de- boi que o chão recorta, travestida de pantera/ Kiô… kiô, kiô, kiô kiera/ A folia em reverência/ Onde a arte é resistência/ Sou Caxias, bicho fera!”. Em relação a torcida, a parceria contou uma das maiores da noite. Ornamentados com bandeiras e bandeirões nas cores da escola, os torcedores deram um show à parte, pulando e cantando muito ao longo de toda a apresentação.

Parceria de Elias Bililico: A sexta obra a se apresentar na eliminatória realizada pela tricolor de Duque de Caxias foi a assinada por Elias Bililico, Dunga, Doc Santana, Dinny da Vila, Sergio Daniel e Henrique Tannuri. O samba foi defendido na quadra pelo intérprete Ricardinho Guimarães, que se mostrou seguro na condução. Apesar dos esforços dele e do restante do time de cantores, a obra teve um desempenho apenas mediano. Um dos poucos pontos altos foi o refrão principal, com os versos “Jaguaretê caçador sou Grande Rio/ Minhas pegadas deixam marcas nesse chão/ Virei ‘onça encantada’ na aldeia/ Sangue de tupinambá na veia”. Em relação a torcida, eles vieram com bandeiras e bandeirões diversos, todos nas cores da Grande Rio. Ao longo do tempo de apresentação, o grupo se mostrou animado, porém o canto foi irregular, sendo um pouco mais forte somente nos refrões.

Parceria de Thiago Mainers: A obra composta por Thiago Meiners, Marco Moreno, Denilson Sodré, Bertolo, Domingos OS e Dilson Marimba foi a sexta a se apresentar na segunda eliminatória da disputa promovida pela agremiação de Duque de Caxias. O intérprete Igor Sorriso, voz oficial da Mocidade Alegre na folia paulistana, é quem teve a missão de defender a obra na quadra. O refrão principal, com os versos “Ôôôô ôôôô/ Panteão tupinambá, Grande Rio, eu sou/ Kiô kiô canidé-iouue/ Ouça o grito de Caxias ao rugido do tambor”, foi o ponto alto. Falando da torcida, com bandeiras nas cores da Grande Rio personalizadas com o número da parceria, o grupo mostrou sua força e fez bonito. Antes mesmo da apresentação começar, eles já entoavam a plenos pulmões o samba. Empolgados, os torcedores pularam e cantaram do início ao fim.

Parceria de Igor Leal: Encerrando as apresentações, o oitavo samba a se apresentar foi o de autoria de Igor Leal, Arlindinho Cruz, Diogo Nogueira, Inácio Rios, Igor Federal e Gustavo Clarão. Voz oficial da União da Ilha do Governador, o intérprete Nêgo foi o responsável por conduzir a obra, que teve um ótimo rendimento na quadra. Entre os pontos altos, o refrão principal, com os versos “Bate o cajado no chão… deixa rugir o tambor/ Caxias encarna… um povo devorador/ Pro nosso mundo não se acabar/ A encruzilhada protege o luar”, foi entoado a plenos pulmões. O trecho de subida para ele, “Eu vi a terra tremer… Jaguará, Maracajá/ Eu vi a terra tremer… Juremê… okê… ofá”, também chamou a atenção. Sobre a torcida, o grupo, um dos maiores da noite, fez um verdadeiro espetáculo na quadra. Com diferentes ornamentações, que incluíam cajados, bandeiras e cocares, eles sambaram e cantaram ao longo de toda a apresentação. Houve ainda a utilização de efeitos como chuva de papel picado.