Por Vinicius Vasconcelos
A tradicional verde e branco de Madureira resolveu mais uma vez ser vanguarda no que se refere ao quesito enredo e principalmente em samba-enredo. Apesar de possuir uma ala de compositores com nomes consagrados na história do carnaval, acatou a ideia de Paulo Menezes de transformar a eterna música de Gonzaguinha “O que é, o que é?” em trilha sonora para construção de um desfile de escola de samba no Grupo Especial. Escolha essa que dividiu a opinião entre os sambistas imperianos que estavam se concentrando para passar na Marquês de Sapucaí, na noite deste domingo.
Calu, componente da histórica ala dos cabelos brancos do Império confessou a equipe do site CARNAVALESCO que apesar de ter gostado da iniciativa, prefere a disputa de samba-enredo.
“Estamos na torcida para que a adaptação da música em samba-enredo funcione e nos traga notas boas. Mas, a minha opinião é que o mais correto numa escola de samba é que se tenha disputa de samba-enredo, para que nossos poetas não fiquem órfãos. Acredito naturalmente que a partir da escolha do Império em ter tomado a atitude sirva de inspiração para outras agremiações. Só que não mudo a minha opinião. Como integrante da ala dos cabelos brancos prefiro a disputa”.
O antigo mestre-sala da escola Cizinho, que desfilou em 1988 e 1994 exaltou a coragem do Império e acredita que seja forma de inspiração para os próximos anos.
“É muita coragem do Império. É uma tradição da nossa escola inovar assim como foi em 82 com ‘Bumbum paticumbum Prugurundum’. Foi uma novidade naquela época e todo mundo criticava a nossa forma de samba-enredo. O resultado foi um Império campeão. Esse ano sabemos das nossas limitações, não está nos nossos planos levar o campeonato mas que vamos dar um trabalho na Avenida isso é certo”.
A componente Edna Eugênio, que pertence a velha-guarda do Império, afirma que prefere as disputas de samba-enredo mas não desaprova a escolha da escola para 2019.
“É uma novidade para o mundo do samba prestigiar um cantor da MPB. Só que eu prefiro as disputas de samba principalmente pelo clima gerado em torno da competição. Apesar disso hoje estou feliz com o que estou vendo e pode ser que se torne tradição nas demais escolas”, finalizou.