Compositores: Guilherme Sá, Zé Paulo, Bil-Rait “Buchecha”, Felipe Filósofo, Leandro Paulo, Belle Lopes, Paulo Oliveira e Alan Rabelo
Resistir pra existir sem medo!
Punho cerrado pelo mundo inteiro
Na Academia do povo preto
Me manifesto porque sou Salgueiro!
Nasci do tronco e do ventre em agonia
No temor da travessia
Abayomi ninou sussurros de dor
Sobrevivi, persisti e lutei
Na contramão da história branca me criei
Legado deste chão que me pertence
Sou griô na insurreição da nossa gente
Batuqueiro Quilombola, não aceito esmola
Na minha gira, pus racismo na poeira
A negritude não é uma fantasia
Que se desfaz no amanhecer da quarta-feira
“Cinzas voam no rosto de quem as jogou”
Recuso o abuso que silencia o tambor
Se a pedra rolar, Xangô vai segurar
Risco pemba, ergo a bandeira de Oxalá
Sou fundamento, o saber das Yabás
Preservo o sabor pelas mãos de quem faz
Lá no alto do Morro… Caxambu me ensinou
A desafiar a vida, ser um versador
E driblar preconceitos tendo a luz de um vencedor
A liberdade ainda terá seu papel principal
Minha escola é Palmares, onde canta um negro Sabiá
Sou verso de amor de Mãe Conceição
A trilha sonora da favela
Revela na paz que não me inclui “Um defeito de cor”
Transformando luto em luta contra a segregação
Racistas não passarão!