Terceira escola a pisar na Marquês de Sapucaí na noite desta segunda-feira, a Acadêmicos do Salgueiro levou o circo para a Avenida. Com o enredo “O Rei Negro do Picadeiro”, a agremiação contou a história do artista circense Benjamim de Oliveira e surpreendeu com a irreverência de suas alegorias e fantasias. Na concentração, os componentes estavam animados com a nova proposta da escola e confiantes de que o décimo título da agremiação será em 2020.
Logo no setor 1 da vermelha e branca estavam as feras. Integrantes da ala Makulelê, dirigidos por Carlinhos Salgueiro, interpretaram leões e leoas, com roupas que mesclavam as características do animal e a indumentária de gladiadores. A bailarina Rih de Castro, de 31 anos, afirma que a escola a surpreendeu.
“Há alguns anos, o Salgueiro apresentou enredos fortes, de matrizes africanas. Agora, ele veio com um tema colorido e descontraído, que nos permitiu brincar mais o carnaval. Aposto no título da escola, o acabamento dos carros e das roupas está perfeito! Eu adorei o meu setor”, disse.
Já, Andreia Moreira, 39 anos, contou que a maquiagem utilizada em várias alas foi o toque final que faltava para as fantasias. A componente também disse que o salgueirense sempre desfila para ganhar, porém esse ano ela sente algo diferente, uma confiança no trabalho da descola devido a toda a estética e bom acabamento que ela viu na concentração.
“Quando no vestimos bem, isso reverbera em nosso exterior. Com fantasias não é diferente! Acredito no primeiro lugar da escola e creio que meus amigos componentes também. Impossível não sentir isso vestindo com algo tão bonito”, ela completou.
Na décima segunda ala da escola o sentimento era o mesmo. “A escola vai para a Avenida com muita alegria! As cores fazem a diferença. Está muito emocionante. A energia está tão boa que eu consigo me arrepiar sem nem ainda ter pisado na Marquês. Eu tenho certeza que o Salgueiro vai arrebentar no desfile. Ele veio para voltar como primeiro lugar no sábado das campeãs”, afirmou a integrante Adriana Postigo, 51 anos, ainda na concentração. Ela representou os músicos ciganos que tocavam nos circos.
A agremiação teve seu conjunto de fantasias e alegorias assinados pelo carnavalesco Alex de Souza, que repaginou e sofisticou uma temática de picadeiro antigo.
“A escola nunca fez um enredo de circo, nunca teve um tema desse e isso já é um diferencial. É algo ‘pra cima’, mais astral, de colorido, de movimento, de efeito e de corpo”, ele afirmou, em entrevista dada ao site CARNAVALESCO semanas antes do desfile. A proposta de estética “vintage” do artista pôde ser vista em vários setores do Salgueiro, o que claramente promoveu um sentimento de escola campeã em muitos componentes.