A terceira escola a se apresentar nesta sexta-feira na Sapucaí, trouxe um desfile retratando críticas sociais que, mesmo no século 21, têm de ser debatidas e a resistência a esses ataques. No seu último carro apresentado “A resistência continua!” teve sua parte da frente representada por uma praça estilizada e o termo racismo sendo utilizado, a última alegoria do Salgueiro mostrou para os espectadores como é necessário estimular o debate sobre temas ligados à discriminação contra a população negra no Rio de Janeiro.
Para instigar ainda mais quem assiste ao desfile, na alegoria pudemos observar uma cena em que um grupo de manifestantes envolve a alegoria e ocupa o cenário urbano, formado pela praça estilizada e os prédios que a contornam. Reunindo as pessoas na praça e assim gerando uma mobilização, os protestantes se expressaram contra as injustiças e violências contra os negros e, firmando assim, o Morro do Salgueiro como lugar de resistência afro-brasileira até os dias atuais. Um dos diretores da Escola, em entrevista para o site CARNAVALESCO, contou alguns detalhes do carro.
“Esse carro é o desfecho do enredo, representou justamente a resistência contra o racismo. Pudemos contar na composição com vários personagens do movimento negro, a velha guarda da escola também veio nessa alegoria. É a representação do enredo”.
Em certo momento do desfile, o preconceito e o racismo são derrubados, no sentido literal da palavra, providos de cartazes e bandeiras, utilizando-se de algumas imagens e palavras de ordem, o grupo ocupou o obelisco que está localizado na praça. Já na parte traseira da quinta alegoria, a vermelho e branco trouxe um cenário inspirado na favela criada para o desfile de Skindô de 1984.
“Representar a luta antirracista, representar o povo preto, é muito necessário, é muito importante passar essa mensagem para o público e saber que a nossa luta continua e que nós não iremos para de lutar.”, comentou a a atriz Aline Dias que veio compondo a última alegoria.