A Dragões da Real se apresentou, na Festa de Lançamento dos Sambas-Enredo do carnaval de 2026, contando com a longeva parceria com Renê Sobral no comando da ala musical. O intérprete, que defenderá o pavilhão da escola da Vila Anastácio pela nona vez no Sambódromo do Anhembi, desenvolveu neste período um forte vínculo com a comunidade de gente feliz, conversou com o CARNAVALESCO sobre essa trajetória e a preparação em andamento para o próximo desfile.
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Trabalho para defender um tema diferente
O cuidado exigido por sambas que dialogam com universos culturais diferentes do habitual é importante na visão do intérprete. Renê não se recorda se já defendeu a temática indígena na Avenida, mas destacou que a adaptação vai além da melodia e da interpretação, passando também pela compreensão das palavras e de seus significados. Para o artista, tornar o samba acessível ao público é parte fundamental do trabalho.
“Agora perguntando assim, não me vem nada na cabeça não, de todos os enredos que eu já trabalhei (se já trabalhou com enredos indígenas), mas para mim está sendo maravilhoso. O enredo é maravilhoso, nós temos um samba de enredo ficou muito bom e estou muito feliz por isso. Geralmente, sambas que tem dos povos originários, tem a questão das palavras. É outra língua, algumas palavras são diferentes. Você tem que tomar um cuidado na hora de cantar para o samba não ficar complicado e para o povo cantar, essa é uma adaptação que você enfrenta. É um samba muito inteligente, ele não tem clichê, é um samba muito bom. Não é samba de oba-oba. A adaptação no caso é fazer com que o povo entenda o que está cantando. São palavras da língua indígena que são colocadas e às vezes as pessoas não sabem o que é, e tem que entender para poder cantar a pronúncia, juntamente com a melodia, para poder chegar no dia da Avenida e cantar direitinho”, afirmou.
Novo recomeço a cada ano
Vivendo seu décimo ano na Dragões, Renê Sobral falou sobre a necessidade de se manter motivado e criativo ano após ano, mesmo com a longevidade dentro da escola. Segundo o intérprete, a forma de evitar o desgaste é encarar cada novo enredo como um recomeço.
“Eu tenho um lance que parece que eu passo uma borracha a cada ano, e parece que todo ano eu estou chegando na escola. A cada virada de lua eu estou chegando na escola como se eu estivesse chegando naquele momento, e eu sempre faço isso, todos os anos. Virou o enredo, virou a lua, como se eu estivesse chegando na escola naquele momento”, explicou.
Afeto pela comunidade e relação com a presidência
O intérprete não escondeu o vínculo afetivo construído ao longo dos anos ao falar da comunidade da Dragões da Real. Para Renê, o comprometimento com a escola fortalece o trabalho no dia a dia e se reflete no desempenho da agremiação. “Eu vejo um povo muito aguerrido. O povo ama muito a escola e o que eu preciso eles estão ali para fazer pela escola. Eu sinto isso na comunidade”, exaltou.
Por fim, Renê Sobral comentou sobre a relação com o presidente Renato Remondini, apontando a confiança mútua como um dos pilares dessa trajetória duradoura na escola. “A relação é muito boa, uma relação profissional muito boa. Ele tem uma confiança plena no trabalho que a gente executa, tanto que estamos aí para quase dez anos de carnaval”, concluiu.









