Resgatando o seu passado, a Mocidade reflete sobre o futuro na avenida resgatando sua identidade. Na volta do carnavalesco Renato Lage à escola, onde ganhou três dos seis títulos da escola, a Verde e Branco da Zona Oeste faz tem como enredo um tributo aos seus anos de glória e a relação bem sucedida com o Mago, apelido de Renato.
O futurismo sempre esteve presente na história da Mocidade. Em 1985, por exemplo, a escola brilhou com o enredo “Ziriguidum 2001, Um Carnaval nas Estrelas”. Essa característica foi ainda mais marcante com Renato Lage, responsável por consolidar a estética high tech na Verde e Branco, com carros vazados e uma estética vanguardista, que sempre causava surpresa e comoção ao virar o joelho da Sapucaí.
Para muitos independentes, o enredo de 2025 tem a intenção de presentear esses independentes, que desde meados dos anos 2000 pedem a volta desses enredos e da estética do Mago. Em resumo, é uma oportunidade para o independente se reconectar com aquele seu eu jovem, apaixonado por essa escola diferenciada. É um carnaval para o independente se reencontrar com sua fase vencedora. É um carnaval para o independente se reconectar com sua identidade.
O CARNAVALESCO ouviu alguns componentes da concentração da escola e a felicidade de ter o Renato Lage novamente na escola é unânime e as expectativas estão nas alturas.
“A volta do Renato é algo maravilhoso! Nós estávamos esperando isso há muito tempo. A Mocidade ama o Renato, também estamos bem doídos com a partida da Márcia, mas foi o tempo dela. O que mais me chamou a atenção aqui foram os carros que estão divinos, é a marca registrada do Renato, então está bem dentro do enredo. A volta para o futuro e não esquecendo do passado. O carro dos Flintstones está maravilhoso, achei encantador! Está tudo maravilhoso. Estou torcendo muito para termos uma boa colocação, quiçá, campeões. O Renato está sempre à frente do seu tempo, talvez ele seja aquariano. Mas com ele de volta à nossa escola, a nossa emoção está no auge, estamos muito encantados com o enredo, com as alegorias. Será um verdadeiro reencontro da Mocidade com a sua própria identidade, com a sua história”, disse a componente da velha guarda, Regina Maranches, de 75 anos e componente da escola há 8.
“Sou Mocidade há vida toda, vi o Renato chegar, sair e agora vê-lo voltar é maravilhoso. Acredito que esse enredo que ele criou trouxe paz. Essas fantasias trazem paz para a gente, são lindas, um trabalho maravilhoso. O trabalho do Lage sempre trouxe essa estética tecnológica, essa coisa de luz, carro vazado e eu acho maravilhoso, esse é o caminho para o futuro”, afirmou Miriam Bastos, aposentada de 64 anos de idade.
Há 17 anos na Sapucaí pela Mocidade, Thais estava tremendo na concentração e apaixonada pelos carros da escola.
“Para a gente que ama a escola e que viu tudo que o Renato fez pela gente, é muito emocionante estar aqui e poder fazer parte disso tudo de novo. Ele é um gênio. Se a gente está aqui hoje, se a gente é o que a gente é hoje, tem muito a mão dele e também da Márcia. Então, é como estar nas nuvens, estou torcendo para que tudo dê certo e a gente faça o melhor, se Deus quiser. Tudo que relaciona a tecnologia no carnaval, começou com ela, com toda modéstia, óbvio, e respeito a todas as outras, mas fomos o espelho para que as outras viessem fazer isso depois, é uma honra para gente e tê-lo de volta. Eu estou olhando aqui emocionada porque é uma coisa que eu, quando criança, vi nos outros desfiles e eu estou podendo participar. Então é muito emocionante, eu estou muito feliz. Olhando essas fantasias, os carros, as luzes de led, a gente vê a Mocidade e se você olhar, ela acesa ou ela apagada, você sabe que quem fez foi o Renato. A gente que vive a escola o ano inteiro, fica feliz por tudo que acontece com ela, então eu estou nervosa, me tremendo, mas estou muito confiante que vai dar tudo certo e que a gente vai fazer um carnaval muito bonito, se Deus quiser”, contou Thais Mallet, recepcionista de 31 anos.
A justificativa do enredo defende que a escola está fazendo uma viagem intergaláctica até sua estrela guia, onde ela se reconecta com o seu brilho mais intenso, o de uma estrela ainda jovem despontando na passarela do samba, foi dessa maneira que a Mocidade viveu os seus anos de glória na década de 90. E hoje pisa na Sapucaí saltando mais uma vez para o futuro, trilhando caminhos desenhados pelas estrelas que de qualquer maneira, fará com que a escola se encontre com o seu passado, com a própria identidade, soberana, singular e visionária.
“A escola está linda, as fantasias estão leves, dá para evoluir. Esse enredo é a cara da escola, ela revoluciona com os carros, ela chegou trazendo muita coisa nova e sempre trouxe muita surpresa. Então vai ser lindo, podem esperar, quem está na arquibancada nem imagina, meu filho, o coração está acelerado e louco para entrar na avenida, para evoluir. Aquele povo todo na arquibancada vai gritar. É maravilhoso, é uma sensação maravilhosa. Dá vontade de chorar quando na avenida”, disse Kátia Narciso, de 60 anos, desfilando há 11 pela Mocidade.
É uma unanimidade, a Mocidade pisa na avenida em 2025 reencontrando sua história, suas glórias e características que já fizeram sua estrela brilhar.
“É o primeiro ano que eu desfilo na Mocidade, mas eu sou independente desde que nasci, moro em Bangu e estou sempre lá na Vila Vintém. Eu achei maravilhoso a volta do Renato, porque ele sempre trouxe títulos para a gente. Tomara a Deus que esse ano seja mais um. Eu adorei essas coisas cósmicas que falam do espaço cideral, além das cores, a vibração do pessoal que está dançando, é tudo maravilhoso. O enredo e a volta do Renato é um encontro da Mocidade com sua própria história, a gente sempre falou de futuro, ela sempre teve essas cores neon, sempre esteve a frente no tempo dela. Então estrear na minha escola esse ano vai ser uma emoção única no mundo. Que a gente esteja lá junto com a mesma animação que a gente veio nos ensaios técnicos e agora vai ser nota 10, com certeza”, contou a professor Marilene de Castro, professora de 66 anos.
Com isso, a Mocidade ressurge em busca de sua memória, inovação e paixão. O retorno de Renato Lage não é só a retomada de uma estética vanguardista, mas também a reconexão da escola com sua essência. Entre luzes, cores e emoção, a Verde e Branco da Zona Oeste reafirma sua identidade e mostra que, ao revisitar o passado, é possível projetar um futuro ainda mais brilhante.