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Referências! Rodrigo Negri e Priscilla Mota fazem balanço sobre o uso de inovações nas comissões de frente

Rodrigo Negri e Priscilla Mota falaram ao CARNAVALESCO sobre caminhada na Viradouro, relação com as questões tecnológicas para o quesito, e o que podemos esperar da comissão de frente da Vermelho e Branca de Niterói

O casal Rodrigo Negri e Priscilla Mota são os responsáveis pela comissão de frente da Viradouro desde a preparação para o carnaval de 2023. Os coreógrafos que tem uma carreira vitoriosa na sua trajetória do carnaval ajudando na conquista de diversos títulos por diferentes escolas, como Unidos da Tijuca, Mangueira e o campeonato do último carnaval na Viradouro, além de diversos prêmios pelas comissões de frentes criadas e coreografadas por eles. O CARNAVALESCO conversou com os artistas sobre o trabalho da dupla.

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O casal de coreógrafos começou falando sobre a atuação na Viradouro, e como eles casaram bem seus momentos profissionais com o bom momento pelo qual a escola de Niterói passa.

“A Viradouro hoje é uma escola amadurecida em todos os aspectos. É uma escola muito estruturada, em que depois de 15 anos de carreira, nossa quarta escola, em que parece que a gente está em um momento certo de carreira. Juntou um momento bom da escola com um momento bom da nossa carreira de maturidade, de entender o quê funciona, de entender a importância dos processos. É uma escola que não mede esforços para viver os nossos processos, e todos os processos de todos os quesitos”, iniciou Priscilla Mota.

“Acho que o bacana também é que a gente encontrou uma equipe muito coesa. Uma equipe que troca muito conosco nas questões artísticas. É uma parceria que a gente vinha buscando ao longo dessa nossa trajetória e que achamos que finalmente encontramos esse time aqui na Viradouro”, pontuou Rodrigo Negri.

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O trabalho com o diretor executivo, Marcelinho Calil, também foi comentado, tendo destaque a forma com que ele trabalha com a comissão de frente da escola em busca do melhor para o segmento comandado pelo casal.

“O Marcelinho é um presidente que entende de carnaval, e ele é muito participativo, extremamente parceiro de tudo que a gente faz e de todo mundo, não só da comissão de frente. Ele ama a comissão de frente, é um quesito que ele curte. Ele é muito atuante no nosso processo e exigente também, mas o bom é que nós também somos exigentes, então normalmente quando ele vem com uma questão, ou a gente já pensou, a gente agrega isso”, explicou Priscilla ao tratar do modo de trabalho em conjunto com o diretor executivo da escola.

“Normalmente são super pertinentes as questões, que muitas vezes fazem a gente refletir e pensar sobre o projeto. É um parceiro que a gente conta muito durante o projeto, para conseguir finalizar, e que as opiniões dele são sempre válidas”, disse Rodrigo sobre o trabalho.

O carinho dos componentes da Vermelha e Branca de Niterói foi o próximo ponto da entrevista, assim como a forma com que a agremiação convive e busca realizar o carnaval a ser levado para a Marquês de Sapucaí.

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“Acho que a maturidade traz para nós um senso de caminhada. Porque muito se fala para quem assiste carnaval no resultado, na nota, no prêmio, no campeonato. Mas de nada vale tudo isso se você não tem uma boa caminhada, uma boa temporada, e um bom ano. E eu acho que aqui na Viradouro todos nós somos extremamente exigentes com a nossa performance. Do Marcelinho, ao Alex, e ao Tarcísio, e isso a todo mundo, todos os quesitos. Mas nós também temos muito respeito e amor pelo nosso ofício, e uns pelos outros. Então isso faz com que o dia a dia de tanta exigência seja mais leve. Nós sabemos que a gente tem amigos para contar, pois às vezes a gente precisa mudar a rota. Mas existe um entendimento, porque todo mundo sabe aqui que a grande estrela no final é a própria Viradouro”, afirmou a coreógrafa.

“Quando sempre tem alguma questão no caminho, o time todo se abraça e fala, vamos juntos pra gente tentar resolver essa situação. Mas eu acho que é isso. Apesar da gente saber da expectativa em relação à escola, a gente percebe que o processo é leve, sabe? Não é um processo que é aquele por acesso desgastante, é um processo leve que acho que isso é fundamental para que a gente consiga desenvolver o nosso trabalho também”.

Sobre o trabalho com Tarcísio Zanon, carnavalesco da escola, a dupla pontua a boa interação e a parceria, além da forma coletiva de criar as comissões que a Viradouro levou e levará para a Passarela do Samba, com Priscilla destacando a conexão na forma que cada um entre o trabalho do outro.

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“O Tarcísio, ele é um encantado. Ele é intuitivo, ele é parceiro, a gente aprende muito com ele, que está em franca evolução. Quando a gente acha que ele já entregou tudo, ele vem e surpreende a gente. O trabalho é uma parceria linda, ele ouve, ele entende. Não só nos ajuda a resolver, mas ele entende a forma que a gente pensa e hoje a gente entende a forma que ele também pensa. E ele é otimista, um criador otimista, isso é muito bom, porque às vezes a gente fica naquela expectativa, será que a gente faz? Ele fala que vai dar certo, vambora, vambora. E, realmente, ele não larga a nossa mão durante toda a caminhada. Trabalhar com ele é fantástico”, disse Priscilla, pontuando principalmente o otimismo do carnavalesco.

“É bem coletivo essa criação. A gente vem sempre com uma proposta e a gente discute muito se isso funciona, se isso não funciona, às vezes ele também traz uma ideia, e a gente discute muito. É um trabalho muito coletivo, ele é muito parceiro em todos os detalhes. A gente sempre procura estar ali, Tarcísio, o que você acha, o que você pensa disso? Acho que essa parceria é o fruto desse sucesso desses dois últimos anos de trabalho”, afirmou o coreógrafo.

A iluminação cênica da Sapucaí foi comentada pela dupla, falando sobre a utilização dela para as comissões de frente como mais um elemento para ser utilizado pelas escolas para seus desfiles.

“Acho que é mais um elemento que vem para somar. Além de pensarmos agora não só no projeto em si, a gente agrega mais um elemento que é a iluminação cênica. Então, quando a gente pensa no projeto, agora, a gente tem que pensar no todo, não só ali na parte estrutural, da dança, do tripé, mas mais esse elemento que vem para agregar no carnaval. Acho que vem para somar de uma maneira também que não roube o trabalho, mas ele vem para poder potencializar o nosso trabalho”, observou Rodrigo.

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“Acho que é um elemento que tanto pode exaltar como prejudicar, se você não souber usar. Então, realmente, desde o início do projeto do desfile, não só da comissão, a gente fica trabalhando para fazer o bom uso da iluminação, para que seja um fator que venha a agregar ao projeto que já é bom da sua célula”, explicou Priscilla.

O casal, responsável por diversas imagens marcantes do carnaval carioca ao longo dos anos, falou sobre essa responsabilidade de acabar marcando muitos desfiles com algo trazido pela comissão de frente ensaiada por eles, e como buscam fazer o melhor trabalho de abrir um desfile de uma escola sem a preocupação de gerar esta imagem, mas sim, realizar o melhor para a agremiação.

“A gente não faz a comissão de frente pensando em criar a imagem do carnaval, mas entendemos a importância da comissão de frente para abrir um desfile. Uma boa comissão de frente é um caminho muito importante para um bom desfile. O jeito que eu e o Rodrigo fazemos, que é aquela coisa de tentar resumir o desfile inteiro, ajudar o público a entender o que virá, os setores, de que forma, como é que essa história é resumida para que ele já curta o desfile de outra maneira. A gente pensa muito nisso, de como vamos trazer o espectador, como vamos melhorar a experiência do espectador em relação ao desfile, porque o espectador tem que participar. Entendemos que esse é o papel da comissão de frente. A gente acha que é, a gente não sabe se é o certo, mas é o jeito que a gente faz. Para a Viradouro, tem funcionado. É mais difícil dessa forma, porque você acaba tendo que, em pouquíssimo tempo, fazer coisas inacreditáveis. Mas é bom quando, no final, isso vira a imagem do desfile, porque é sinal que deu certo”, afirmou a coreógrafa, contando um pouco sobre a intenção do trabalho do casal com a mensagem a ser contada pela comissão de frente.

“Mas também traz uma pressão normal, que a gente já está acostumado. E a gente não tem essa pretensão de buscar todo ano a imagem no carnaval. São apostas. Eu acho que vem dando certo, e é reflexo de muito trabalho. A gente vai tentar buscar isso também para esse carnaval, e acho que também é um estilo de comissão que a gente vem desenvolvendo ao longo dos anos, que é pensar essa coisa de sintetizar o enredo. Eu acho que isso é um ponto positivo”, concretizou Rodrigo.

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Priscilla comentou sobre a questão da superação deles mesmos, como o casal encara uma pressão em se superar ao pisar na Sapucaí no ano seguinte, destacando que esta superação pode ocorrer de diversas formas, a partir do enredo a ser contado.

“A gente abandonou um pouco essa ideia de superação, porque eu acho que nosso trabalho está a serviço do enredo. E cada enredo nos guia de alguma forma. Então, às vezes a gente vai se superar na imagem, em um item específico. Às vezes ele vai se superar na mensagem. Às vezes ele vai se superar no sentido da reação do público. Não tem uma fórmula, mas a gente sempre pensa em dar o nosso melhor, mas a serviço da Viradouro e daquele enredo específico. A gente nunca vai passar por cima disso para marcar de alguma forma. Se a gente marcar é mais um ganho, mas a ideia é servir a abertura do desfile do Tarcísio”, salientou a bailarina.

Questão dos tripés

“Voltando a falar no público, acho que ele é nosso principal objetivo. A gente precisa ajudar a escola a fazer um grande desfile, fazer uma grande comissão de frente pertinente ao enredo, mas não podemos esquecer que precisamos impactar o público. Eu estou falando de jurado também, porque os jurados também são seres humanos, e se a gente impacta o público, o jurado vai se impactar também. Acho que o uso dos tripés vai muito em relação ao que você quer dizer. Nós já viemos com comissões sem tripé também, e totalmente pertinente com o nosso enredo, não faríamos diferente. Mas acho que o tripé traz mais possibilidades de recursos para que você traga mais ainda o público para essa experiência. Trazendo recursos, por exemplo, como o uso do gerador, que é a energia que a gente usa para iluminação. Você precisa iluminar o seu tripé, você tem que trazer a tecnologia para dentro do seu palco. É um teatro, é um espetáculo, o carnaval é um espetáculo. E eu acho que o bom uso do tripé com senso de tamanho, com senso de você poder privilegiar a visão do público, ele é bem-vindo”, abordou a coreógrafa.

“A gente tem um elemento, uma nova ferramenta de iluminação, precisa de um gerador. O artista tem a liberdade de criar sua comissão com o tripé, é uma escolha do artista, não uma composição”, destacou Rodrigo.

“Voltando à discussão, que naquela época eu e o Rodrigo fomos veementemente contra, talvez poucos, mas nós fomos contra, eu acho que você não tem que proibir o que não é obrigatório, e nunca foi obrigatório você usar. Realmente, ali ficou um pouco fora de contexto, até a reclamação. Até hoje não entendo o porquê aconteceu, até porque no mini-desfile a gente viu várias escolas com tripé, e se é uma coisa que não faz tanta diferença, a gente não precisa usar. Mas eu achei a discussão totalmente fora do contexto, tanto que uma semana depois caiu por terra, e estamos aí com todas as comissões com tripé novamente. E reiterando, eu e o Rodrigo somos totalmente contra a qualquer tipo de padronização. Não existe padrão para a arte, você não vai dizer qual o tamanho que a escultura tem que ter, você não vai dizer para o pintor o tamanho que o quadro dele tem que ter. Você pode dizer a quantidade de componentes, você pode dizer ter algumas regras, mas padronizar uma altura, padronizar que tem que ter, padronizar que não tem que ter, aí você pode chamar uma pessoa só para fazer todas as escolas que não vai fazer a menor diferença”, comentou Priscila falando sobre todas as questões que envolvem o uso do elemento alegórico pelas comissões de frente.

Por fim, o casal segredo compartilhou um pouco do que podemos esperar da comissão de frente da Viradouro para o Carnaval 2025, destacando que será uma apresentação potente da escola de Niterói.

“Pensando nessas duas últimas comissões, a gente teve essa preocupação mais um ano, de fazer essa síntese do enredo. Acho que é uma comissão muito valente, ela tem uma força muito grande. É uma comissão mais enérgica, ela vem com mais força. Diferente da Rosa, que era mais singela e poética. No ano passado era bela, tinha também a força das guerreiras, mas esse ano ela tem uma potência, é uma comissão muito potente”, finalizou Rodrigo.

“Malunguinho está nos guiando, nos mandando sinais, nos dando afirmações, e a gente está ouvindo esses sinais, a gente está trabalhando muito incansavelmente. Ontem a gente saiu daqui às quatro, e às dez da manhã a gente já estava aqui. É um trabalho que está nos exigindo muito, mas acho que vai valer muito a pena, o público não vai se arrepender, o torcedor da Viradouro vai ficar orgulhoso. É bem potente”, encerrou Priscilla.

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