Festa no Zaca. O samba-enredo do Tucuruvi, assinado pelos compositores Macaco Branco, Prof. Carlos Bebeto, Djalma Santos, Chiquinho Gomes, Dr. Marcelo, Denis Moraes e Marcelo Faria, foi escolhido pelos leitores do CARNAVALESCO como o melhor de 2025 do Grupo Especial de São Paulo. A escola recebeu 35,2% dos votos. A Esttrela do Terceiro Milênio teve 31,7%. A Acadêmicos do Tucuruvi será a 5ª agremiação a desfilar no sábado de carnaval, dia 1º de março de 2025, pelo Grupo Especial Paulistano, onde apresentará o enredo “Assojaba – a busca do Manto”.
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A Águia de Ouro teve 5,3%, os Gaviões da Fiel com 5,1%, a Dragões da Real com 4,7%, a Barroca com 4,5%, a Mocidade Alegre com 3,5%, a Mancha Verde teve 2,4%, o Vai-Vai com 1,6%, Camisa Verde e Branco 1,4%, Tatuapé e Colorado do Brás com 1,2% (cada) e Rosas de Ouro e Império de Casa Verde com 1,1% (cada).
Gratidão à comunidade e segmentos
Ao CARNAVALESCO, o vice-presidente e diretor de carnaval, Rodrigo Delduque agradeceu a votação, a comunidade, a parceria vencedora e o trabalho que o intérprete Hudson Luiz vem realizando. “É com muita satisfação e com muita alegria que nós recebemos esse presente do site, essa enquete que a Tucuruvi está entre os sambas mais queridos do carnaval paulistano. Quero agradecer a parceria do Macaco Branco e companhia, todos os compositores que mais uma vez nos apresentaram essa obra maravilhosa, agradecer ao Hudson também, que está levando essa obra para todos os espectadores, para todos os sambistas do carnaval e agradecer a comunidade que vem cantando, que vem dando essa pitada de energia para que o samba venha crescer cada vez mais. Muito obrigado e vamos rumo ao carnaval”, celebrou.
Detalhes técnicos, declaração ao pavilhão e desejo de realizar o sonho
Um dos compositores do samba-enredo, Prof. Carlos Bebeto, falou sobre todo o sentimento de ter a sua obra como hino da agremiação da Zona Norte para 2025. O escritor fala muito sobre realizar o sonho da escola e destaca a história da composição junto de sua parceria. “A Tucuruvi realizou o nosso sonho e nós temos que ajudar a realizar o sonho da Tucuruvi. A composição do samba de 2024, com toda humildade, mudou a escola de patamar. A forma que passaram a ver a escola está sendo diferente. Por isso o sarrafo para compor o samba de 2025 ficou muito maior, só que nós estávamos extremamente felizes e gratos. Quando nós pegamos a sinopse, começamos a ter várias ideias e deu muito certo. O refrão e o contra refrão o pessoal berra. O refrão de cabeça, que é a tradução do ‘essa é a grande volta do Manto’ ficou incrível. Para coroar isso o Manto voltou para o Brasil e, se tudo der certo, vamos ganhar esse título”, declarou.
Dennis Moraes, outro atuante na composição, exaltou a conexão que vem tendo com a agremiação, justamente pelo bicampeonato nas eliminatórias. “Para somar essa resposta, é exatamente por essa afinidade que nós estamos tendo com a escola, os sambas estão encaixando, e algo maior está nos agraciando com o poder de fazer belas canções aqui no Zaca”, disse.
Para realizar a letra da canção, Carlos Bebeto foi além da sinopse. O professor foi atrás da história do Manto e estudou uma determinada obra da Glicéria Tupinambá, que é importante artista e líder indígena que está engajada com o enredo da escola. Bebeto relatou que diante do estudo, encontrou a frase que resume o tema que a Tucuruvi irá levar para a avenida. “Eu comecei a estudar muito a Glicéria Tupinambá e os trabalhos que ela fez. Ela realizou uma apresentação que se chama ‘Kwa yepé turusu yuriri’, que é a tradução de ‘essa é a grande volta do Manto’. Foi até exposto pela Funai e pelo Ministério da Cultura. Eu li e uma frase me chamou atenção: ‘Mairamê yegaçawa unhëë ki ikatara tupinambá’ e tem tudo a ver com o enredo, pois diz que ‘quando eu canto, digo que o encantado é tupinambá’. Colocamos no samba-enredo, toda a parceria aprovou e deu muito certo”, contou.
Carlos Bebeto declarou que por experiências negativas tendo participações em eliminatórias dentro de outras agremiações, não quis mais participar de concursos no carnaval paulistano. Porém, no samba do ‘Ifá’ em 2024, a sinergia foi tanta que acabou virando um torcedor da escola, bem como toda a parceria e, de acordo com ele, o time só irá participar de eliminatórias na própria Cantareira. “Nós somos compositores da Vila Isabel e quando nós viemos para São Paulo, eu e o Macaco Branco tivemos algumas experiências que não quero lembrar, o que é normal. Foram bem ruins. Mas quando o Macaco me chamou para fazer ‘Ifá’, eu me identifiquei com a Tucuruvi. Eu quero ajudar a realizar esse sonho. Eu fiz amigos e nossa parceria se orgulha de falar que é Tucuruvi. Obviamente que se a gente fosse compor em outras escolas, aumentaria a chance de nós fazermos histórias, mas o que queremos mesmo é ter identidade, e nos encontramos aqui na Cantareira. Com todo respeito, não queremos fazer composições em nenhuma outra escola que não seja a Tucuruvi”, comentou.
O compositor Dennis Moraes já teve a oportunidade de vencer sambas em outras entidades, mas exaltou o tratamento da comunidade do Zaca com a parceria. “Eu já tive a felicidade de compor outros sambas aqui em São Paulo e ser campeão do carnaval, mas realmente a Tucuruvi tem um tratamento ímpar conosco. É sincera, cordial e isso não tem jeito. É primordial para um compositor receber todo esse acolhimento, por isso dedicamos todas as nossas forças para essa agremiação”, afirmou.
Por fim, Moraes enalteceu o entrosamento que o intérprete Hudson Luiz vem tendo com o mestre de bateria Serginho. “O casamento do mestre Serginho com o Hudson, parece que eles nasceram para fazer as nossas obras. O Hudson já vem fazendo um bom trabalho no Rio e ele deu mais vida ainda e elevou o nível da obra, assim como fez com ‘Ifá’. É um cara que estuda muito, trabalha com sua ala musical e esbanja todo o seu talento”, finalizou.