728x90
InícioSão PauloQuesitos ligados ao histórico samba-enredo se destacam em ensaio técnico da Tom...

Quesitos ligados ao histórico samba-enredo se destacam em ensaio técnico da Tom Maior

Bateria reeditou a famosa paradinha com coreografia na Monumental e carro de som comandado por Gilsinho teve grande exibição no Anhembi

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Gustavo Lima, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

Qualquer que seja o motivo, uma música eternizada é capaz de protagonizar momentos inesquecíveis. No carnaval não é diferente. Reeditando um samba-enredo inesquecível embalado por um intérprete inspirado e uma bateria conceituada, a Tom Maior fez o segundo ensaio técnico para o enredo “Uma nova Angola se abre para o mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade!”, originalmente apresentado em 2009, que será o quinto a desfilar no domingo de carnaval (02 de março), no Grupo de Acesso I.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

Comissão de Frente

Se, no desfile de 2009, o quesito entrou para a história do carnaval paulistano com as agruras da Guerra Civil Angolana como tema, nada melhor que se inspirar nela: os componentes de 2025 vieram fantasiados com muito verde-oliva, tal qual um exército. Havia um personagem de destaque inteiramente fardado, os bailarinos que estavam no chão vinham com coletes e calças listradas e quem estava no tripé (inteiramente descaracterizado) vinham com camisas militares. Tal inspiração no histórico desfile reeditado, entretanto, acaba por aí: a coreografia idealizada por Yaskara Manzini é bastante alegre e com muitos sorrisos e danças para festejar – ao contrário da que passou pelo Anhembi há onze anos, ideaizada por Luiz Mario Vicente.

TomMaior et ComissaoFrente 1

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A indumentária de Ana Paula Sgarbi e Ruhanan Pontes já deixava claro qual escola estava iniciando o ensaio técnico: a porta-bandeira estava inteiramente de amarelo, enquanto o mestre-sala veio majoritariamente de vermelho – cores da agremiação. Os já conhecidos giros bastante céleres da dupla se fizeram presentes, tal qual a simpatia, os sorrisos e a sincronia obtida por mais um ciclo carnavalesco completo juntos. E assim foi, com tudo funcionando à perfeição, em três dos quatro módulos de jurados. No segundo, no momento em que ambos estavam se apresentando, uma corrente de vento tentou atrapalhar um dos giros – o pavilhão vermelho e amarelo foi bravamente defendido por Ana Paula, que rapidamente voltou a desfraldá-lo. Destaque, também, para Ruhanan, que executava movimentos de kuduro – ritmo tradicional angolano.

TomMaior et PrimeiroCasalAnaPaulaRuhanan

Ruhanan exaltou a dupla com a porta-bandeira e refletiu sobre a temática desenvolvida pela agremiação: “A evolução já está no nosso sistema, no nosso enredo. Tentamos falar de uma nova Angola. Portanto, a gente está se renovando.Oo enredo é reditado, e acho que estamos em cima disso, de renovar essa Angola, de renovar essa escola, para ela voltar para o lugar que ela tem que estar. Estamos fazendo isso junto, estamos completando 15 anos de parceria e, nesses 15 anos, a gente sempre fala de não cair na mesmice. Sempre tentamos evoluir cada vez mais. No primeiro e no segundo ensaio técnico nós evoluímos. Tivemos um probleminha com o talabarte nesse, mas a gente trocou muito rápido, o jurado não teria visto. Foi tudo bem”, destacou.

Já Ana Paula comemorou um desafio superado: “Eu gosto muito da nossa coreografia de cabine. É um desafio para mim. Não precisa ajustar mais porque a gente já trabalhou bastante. É um avanço do espaço coreográfico e eu estou girando muito, é um desafio e conseguimos superar isso. Temos que manter esse trabalho até o desfile – falta pouquinho. Está tudo certo”, tranquilizou.

Harmonia

Conhecida por ser uma escola de canto forte, um dos tantos segredos para que a agremiação tenha ótimo desempenho em tal quesito começa no esquenta. Com a execução do hino da escola e do samba-exaltação de maneira irrepreensíveis pela Tom 30, comandada por Mestre Carlão, e pelo carro de som (comandado por Gilsinho e com cantores conhecidos no carnaval paulistano, como Dida Mattos e Beah), os componentes já entram empolgados. O samba-enredo reeditado, certamente o mais lembrado da história da agremiação, idem. O resultado, como não poderia ser diferente, foi ótimo: um canto uniforme e forte ao longo de toda a avenida, com todos os componentes colaborando.

TomMaior et InterpreteGilsinho 2

Diretora-Geral da Tom Maior, cuidado da direção de Carnaval e também de Harmonia da instituição, Erica Ferreira aproveitou pare relembrar uma data importantíssima para a agremiação: Temos mais um ensaio, mas de quadra. Tem algumas coisinhas pra ajustar, mas estou muito satisfeita, muito orgulhosa da nossa comunidade. Hoje comemoramos os 52 anos da Tom Maior – que foi ontem, mas a festa foi hoje. Sinto que melhoramos em relação espaçamento, ao andamento, e hoje estávamos com um contingente praticamente igual ao que vamos realmente colocar na avenida. No primeiro ensaio nós não estávamos com os carros, com à medida que seria a original – e hoje nós estávamos. Agora, é manter a alegria, o foco, o canto e principalmente a garra e o amor dessa nação, dos soldados e dos guerreiros vermelho e amarelo”, pontuou.

Evolução

TomMaior et LogoEscola

Mais do que acostumada a desfilar no Grupo Especial e ter mais tempo para se apresentar, a Tom Maior teve uma gestão de relógio destacável, com todos os componentes evoluindo a contento – e, aqui, também está inclusa a liberdade para que eles estejam mais leves para brincar e curtir o samba, apesar do staff da agremiação ficar sempre atento ao alinhamento de cada grupo. Quando os componentes chegaram aos setores E e F (os mais próximos da Dispersão), a impressão é que a agremiação segurou o ritmo, para fazer com que os últimos desfilantes aproveitassem ainda mais os derradeiros instantes do ensaio técnico.

Samba

TomMaior et 21 1

Unanimemente o samba-enredo mais conhecido dos 52 anos da Tom Maior, a canção, novamente, foi o alicerce de uma sólida apresentação vermelha e amarela. Com a potente voz de Gilsinho cada vez mais à vontade na agremiação da Zona Oeste paulistana e a Tom 30 comandada pelo mestre (e presidente) Carlão, a bateria, inclusive, entrou no espírito da reedição e também trouxe para o Anhembi, 16 anos depois, a convenção inspirada em ritmos africanos seguida de evoluções especiais na Monumental. O canto, forte e uniforme, foi ainda mais ouvido nas primeiras alas da agremiação – como a Tô no Tom e a Tom a Tom.

Gilsinho, por sinal, gostou do que viu e ouviu da agremiação: “Cantamos bem para a escola, cantamos o samba todo mundo juntinho, todo mundo fechadinho. Deu certo, o pessoal gostou bastante, a bateria sacudiu, foi tudo perfeitinho. Eu sou até suspeito para falar do samba, ele é conhecidíssimo pela cidade inteira, um samba que é muito bonito, tem uma construção muito bacana. Eu gosto para caramba desse samba aí! Foi muito bom a Tom Maior ter reeditado esse carnaval de 2009, facilitou bastante o trabalho. Vamos embora, vamos fazer o melhor possível já que faltam alguns dias para chegar nesse Anhembi e arrebentar!”, pontuou o intérprete.

TomMaior et 15

O intérprete também pontuou algumas questões ligadas aos companheiros de microfone: No carro de som não mudou nada, cantamos do mesmo jeito. Acho que a escola que mudou um pouco, cantou mais. Achei bem mais empolgada que no primeiro ensaio. Ensaio é para isso: no primeiro fizemos um teste, no segundo ensaio consertamos tudo. Mantivemos tudo que vínhamos ensaiando no carro de som, já estamos trabalhando desde outubro praticamente. A gente já sabia o que tinha que fazer”, comentou.

Carlos Alves, o Carlão, presidente da Tom Maior e mestre de bateria da Tom 30, foi outro componente importante a refletir sobre o ensaio técnico: “A tendência, quando você faz os exercícios de repetição, é sempre melhorar. Creio que nós chegamos no último ensaio técnico de uma maneira bem aceitável quanto ao andamento e à parte técnica. Agora, é esperar o desfile para repetir esse trabalho no dia que vale. Na bateria, o conjunto dos naipes se encontram e eles têm uma harmonia entre si. Esse é nosso forte”, ponderou.

TomMaior et PresidenteMestreCarlao

Outros destaques

À frente da Tom 30, a rainha Andréia Gomes (madrinha) e Pâmella Gomes (rainha).

No carro de som, uma homenagem a Jurandir Motta Santos, o Jura, diretor de bateria e um dos integrantes da Direção de Carnaval da agremiação – além de participar de outras agremiações. Vale pontuar, também, que esse foi o primeiro ensaio técnico da agremiação após o falecimento de Lígia dos Santos Campos, integrante da Velha Guarda da instituição e mãe de mestre Sombra, da coirmã Mocidade Alegre.

Veja mais imagens do ensaio

TomMaior et 3 1 TomMaior et 8 TomMaior et 4 1 TomMaior et 9 TomMaior et 10 1 TomMaior et 11 1 TomMaior et 17 1 TomMaior et 18 TomMaior et 22 1 TomMaior et Baiana TomMaior et DestaqueChao 1 TomMaior et CarnavalescoFlavioCampello 2 TomMaior et ComissaoDeFrente1 TomMaior et DiretoraHarmoniaLais TomMaior et MadrinhaAndreiaGomes TomMaior et RainhaPamela

- ads-

Aclamada pelo povo! Mayara Lima, rainha de bateria do Tuiuti, e a arte de sambar

Um dos grandes destaques do carnaval do Rio de Janeiro, Mayara Lima, rainha de bateria do Paraíso do Tuiuti, conquistou o título após impressionar...

Série Barracões: Tijuca busca transformação, reverencia sua juventude e pavilhão ao contar história de Logun-Edé

Edson Pereira foi o primeiro carnavalesco a ter o contato renovado para o Carnaval 2026. Demonstra a confiança que a escola, através do presidente...

Freddy Ferreira: ‘ensaio técnico profundamente emocionante da bateria do Império Serrano’

Um ensaio técnico profundamente emocionante da bateria "Sinfônica do Samba" do Império Serrano, sob o comando de mestre Vitinho. Foi possível flagrar alguns ritmistas...