Sem previsão de data e nem mesmo de como irá acontecer, tudo que envolve o próximo desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro trata-se de uma incógnita. Porém, mesmo em meio às incertezas, diversos artistas da festa seguem ativos e atuantes, no processo de criação e desenvolvimento do espetáculo.
A partir de hoje, o site CARNAVALESCO inicia uma série de entrevistas especiais acerca da produção e do planejamento do Carnaval de 2021. O primeiro nome entrevistado foi Alex de Souza, que no próximo desfile, irá assinar o seu quarto trabalho no Salgueiro. Confira abaixo:
CARNAVALESCO: Como tem sido o período de pandemia para você?
Alex de Souza: “Tenho cumprido a quarentena, mesmo assim, a preocupação continua. Espero que esse pesadelo termine”.
CARNAVALESCO: E como funciona o seu processo de criação do desfile em meio a tudo que está acontecendo?
Alex de Souza: “Da mesma forma que os anos anteriores: em casa, pesquisando e desenhando. Isso não foi alterado. A diferença é que não existe um calendário”.
CARNAVALESCO: De que forma o enredo do Salgueiro para 2021 (“Resistência”) dialoga com este atual momento?
Alex de Souza: “Resistência é unir forças. Assim como no enredo, é bonito ver a capacidade que o povo do samba teve em promover ações sociais, como a diretoria do Salgueiro e demais escolas de samba ou como a iniciativa do Wagner Gonçalves com o Barracão Solidário, no auxílio aos trabalhadores do carnaval”.
CARNAVALESCO: Qual a sua opinião acerca do adiamento dos desfiles de 2021?
Alex de Souza: “Já era de se esperar que não fosse ocorrer em fevereiro. A expectativa é se haverá condição de acontecer, ainda que de forma alternativa, ainda em 2021. Até agora não se chegou á uma vacina eficaz, daí até imunizar a população e recursos para garantir a realização… Ninguém tem resposta”.
CARNAVALESCO: Está preparado para fazer alterações no projeto, caso haja redução no número de alegorias ou outras mudanças no regulamento por exemplo?
Alex de Souza: “Quem trabalha com o carnaval, tem que estar preparado para tudo. Quem já enfrentou incêndio, interdição em barracão, dificuldades financeiras e todo tipo de adversidade que sofri e que outros carnavalescos sofreram, não se assusta com mais nada. Importante é se sentir seguro para realizar”.