Por Marcos Marinho e Gabriel Radicetti
A temporada de ensaios técnicos das escolas de samba do Grupo Especial começou no sábado passado, na Marquês de Sapucaí. Unidos de Padre Miguel, Tijuca e Mocidade abriram o primeiro dia de treinos com um público de 40 mil pessoas no Sambódromo, segundo a Liesa.
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O Boi Vermelho chamou a atenção do público presente no Sambódromo. Para o torcedor da Mangueira, Cleiton Sobreira, de 36 anos, a escola da Vila Vintém foi o melhor ensaio da noite. “Padre Miguel é uma escola que eu já gosto muito desse samba, um dos melhores sambas do ano. É um samba que pega muito, a escola estava cantando muito, veio com muita garra, mostrando que não vai voltar fácil para a Série Ouro. Ela veio para permanecer no Grupo Especial. Várias vezes eu chorava, cantava junto com a escola, vibrava com a escola, o melhor ensaio da noite foi o da Padre Miguel”, avaliou o bailarino e professor de dança afro.
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O promotor de justiça Mário Eduardo Nascimento, de 66 anos, considera que a UPM sustentou o samba durante toda a avenida. “[A escola] não deixou cadência nenhuma cair e não deixou buracos, como outras escolas que passaram depois dela. O único ponto ruim foi a entrada na avenida, porque todo mundo queria ver a UPM e lá atrás começaram invadir dentro da escola”, disse ele, que desfilará pela escola este ano.
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O advogado André Luiz Gomes de Freitas, de 48 anos, no entanto, teve uma visão diferente. “No começo eu achei ela fria, depois começou a evoluir. Os componentes não estavam cantando. Eu achei que por ter um samba bom, empolgante, que deveria vir muito melhor, mas as primeiras alas estavam sem empolgação nenhuma”, pontuou o torcedor da Mocidade.
Em relação à Tijuca, segunda escola da noite, Mário elogiou a cadência do samba, enquanto o estudante de educação física Peterson Oliveira da Silva, de 20 anos, destacou a bateria do mestre Casagrande. Os entrevistados, no entanto, pontuaram questões no quesito de Harmonia.
“Os componentes não cantaram o samba direito”, disse Mário. “Eu senti que faltou a empolgação da UPM”, concordou Peterson. “Achei que foi uma escola que não canta, não acho que é um samba que empolga a Sapucaí. Uma quantidade exagerada de musas que não tem samba no pé”, destacou Cleiton.
Para a pequena Evelyn dos Santos Francisco, de 11 anos, que desfila pela UPM, a comissão de frente e a ala das passistas da Tijuca foram pontos altos do treino da escola do Morro do Borel.
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Fechando a primeira noite de ensaios, a Mocidade prestou homenagem à carnavalesca Mária Lage, que faleceu recentemente, e emocionou os torcedores da verde e branco e das co-irmãs. “O ponto alto da escola é que ela tinha dois carnavalescos maravilhosos. O Rio de Janeiro perdeu muita coisa com as partidas de Márcia Lage, Rosa Magalhães e Laíla”, reverenciou Mário. O servidor público, no entanto, notou uma queda na cadência da escola após o refrão. “E ela também não fez as paradinhas que ela faz. Todo mundo espera a paradinha na Mocidade”.
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Já Peterson elogiou a bateria do mestre Dudu e a presença da comunidade. “A Mocidade empolgou, a bateria do mestre do Dudu deu um show à parte. Foi um desfile alegre, todo mundo conseguiu se divertir. A gente não sabe como está a plástica da escola, porque hoje foi muito comunidade, bateria, mas, sendo sincero, eu gostei”, comentou. Para ele, no entanto, há o que aperfeiçoar na escola da Zona Oeste: “Pode melhorar a harmonia, porque é difícil escutar de lá de cima. Só que gente tem que pensar também que o som do desfile é um pouco diferente”.
O público elogiou a organização dos ensaios técnicos de 2025. “Eu achei a organização do ensaio muito boa. Foi sem perrengue, inclusive, os horários de início e de término. Claro que a gente sabe que atrasa um pouquinho, não tem jeito, mas eu achei o cronograma foi comprido. É claro que não é dia de desfile oficial que sempre tem um monte de galera passeando no meio da pista da Sapucaí, mas eu fiquei com a sensação de que isso também tá sendo cuidado. A gente estava num lugar muito confortável e conseguimos ver tudo”, avaliou Cleiton.
Neste sábado, dia 01 de fevereiro, acontece o segundo dia de ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí. Passarão pela avenida o Tuiutí, Beija-Flor e Mangueira. A previsão do início é às 19h.
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