As primeiras eliminatórias do concurso para a Corte do Carnaval do Rio de Janeiro de 2024 tiveram início na última terça-feira e irão acontecer até sexta na Cidade do Samba. Nos dois primeiros dias, o evento, totalmente gratuito, contou com forte presença de público. O site CARNAVALESCO ouviu algumas das pessoas que compareceram ao local sobre as mudanças no modelo de disputa e sobre o que é fundamental para que uma candidata ganhe o título de Rainha e de Princesa da folia carioca.
- VEJA AQUI: FOTOS DO SEGUNDO DIA // CANDIDATAS CLASSIFICADAS
- VEJA AQUI: FOTOS DO PRIMEIRO DIA // CANDIDATAS CLASSIFICADAS
Para a estudante de Nutrição e Dança, Ysabelle Carrulo, de 21 anos, o novo formato do concurso dá maior destaque para a ala de passistas das agremiações. De acordo com ela, muitas meninas oriundas das comunidades das escolas, que dificilmente teriam condições de disputar, ganharam uma chance de se aperfeiçoar e alcançar notoriedade no mundo do samba.
“Achei muito interessante abrirem não só para as escolas do Grupo Especial, mas sim para todas as agremiações, desde aquelas que desfilam na Sapucaí até as da Intendente Magalhães. Se não fosse isso, muitas meninas não teriam a chance de se mostrar, de ganhar visibilidade, e nem conseguiriam as oportunidades que o concurso já vem trazendo. Antes mesmo das eliminatórias, teve um workshop com grandes nomes da dança e do samba, e talvez algumas meninas nunca teriam a chance de chegar e poder se aprimorar mais, conhecer um pouco mais essa cultura, se não fosse o concurso. Então, eu acho que está sendo muito agregador pra todas. A tendência é que só melhore a ala das passistas daqui para frente e as meninas consigam sonhar mais, se dedicar e correr atrás dos seus objetivos”, pontuou Ysabelle, torcedora da Imperatriz Leopoldinense e da São Clemente.
A extensionista de cílios, Ihorrana Altaz, de 33 anos, seguiu a mesma linha de raciocínio e defendeu a ampliação do número de candidatas. “Tem que ter espaço para todas. Eu acho que quando limita, acaba ficando chato, afinal outras querem participar também. Então, essa mudança no formato abre bastante o leque. É algo bom, mesmo para quem não ganha o concurso, pois possibilita estar presente e concorrer a um mérito tão grande como ser a Rainha do Carnaval do Rio”, afirmou.
Quanto ao que é necessário para se ganhar o concurso, a professora Ana Lúcia Martins, de 64 anos, elencou alguns aspectos. “Uma rainha do Carnaval tem que, obrigatoriamente, ser carismática, ter samba no pé, e ser povão. Até porque se ela não for popular, nem combina com o posto. Outras características importantes são a elegância, saber falar e o gingado”, opinou a torcedora da Unidos de Bangu.
Torcedor da Portela, o administrador Leonardo Soares, de 28 anos, também apontou o samba no pé como requisito obrigatório para se pleitear a coroa de Rainha ou de Princesa do Carnaval. Ele ainda ressaltou que o fato de cada escola indicar uma postulante aos cargos permite que as vencedoras do concurso sejam pessoas com forte identificação dentro da comunidade onde estão inseridas.
“Um bom samba no pé é fundamental. Também é preciso ter comprometimento, disponibilidade e amor ao Carnaval. Acho que uma palavra para sintetizar isso tudo é pertencimento. Acho que é essa mensagem que a Riotur e a Prefeitura estão dando com esse concurso, convidando que todas as escolas indicassem uma representante. É algo que está sendo valorizado cada vez mais e as últimas cortes já indicavam isso, a importância da representatividade, do pertencimento, do envolvimento com o Carnaval”, avaliou Leonardo.
Fazendo coro aos demais, a atriz Ingrid Castro, de 23 anos, torcedora da Imperatriz, mencionou os pontos cruciais para uma candidata ser escolhida como Rainha do Carnaval. “É óbvio que não pode faltar muito samba no pé. É preciso saber acompanhar a bateria como ninguém. Uma verdadeira rainha tem que ter gingado, falar bem, ser um ótimo exemplo para o nosso Carnaval e um espelho para as futuras gerações. Quanto ao novo formato, é algo maravilhoso, porque vai dar oportunidade para quem realmente sabe sambar, quem entende o que é o samba. É um holofote para quem sempre quis conquistar o próprio espaço nesse mundo do Carnaval”, disse.
E além das alterações no formato do concurso, a organização do evento foi mais um motivo de elogio por parte do público que compareceu na Cidade do Samba. A pedagoga Mariana Pereira, de 28 anos, torcedora da Estação Primeira de Mangueira, destacou a fácil acessibilidade e a limpeza do local.
“A organização está muito boa. É o meu segundo ano acompanhando o concurso pessoalmente e posso dizer que melhorou bastante. Tem banheiro limpo, iluminação boa, segurança reforçada. Além disso, Centro do Rio é um lugar de ótimo acesso, então tem ônibus, VLT, táxi… Não falta opção nem para chegar e nem para ir embora”, relatou a mangueirense Mariana.