Eduardo e Cristiane Unidos da ponteTerceira escola a desfilar na Marquês de Sapucaí nesta quarta-feira 20 de abril, a Unidos da Ponte apresentou o enredo ‘Santa Dulce dos Pobres – O anjo Bom da Bahia’. Colorida, a escola deixou para o seu último carro a pintura nas características cores azul e branco da escola. A alegoria mostrou a pluralidade religiosa do Brasil e uma homenagem ao ator Paulo Gustavo, devoto da santa.

Na frente do carro um pequeno devoto carregando a imagem da irmã Dulce, contornando toda a alegoria há uma referência às fitas do Senhor do Bonfim facilmente encontradas pelo centro de Salvador, capital da Bahia. Também nas laterais foi possível identificar a famosa pomba da paz. Na traseira foram colocadas diversas imagens do ator Paulo Gustavo e na parte superior duas esculturas, uma de irmã Dulce e a outra de Paulo Gustavo. Entre as esculturas, um belo portão, simbolizando a entrada do céu.

Esse carro que carregava a mistura religiosa e de origens que existem no Brasil, despertou alegria entre os componentes da escola e trouxe a esperança e pensamentos de melhoria da realidade em que estamos inseridos, como conta o componente Eduardo Martins ao site CARNAVALESCO.

“Primeiro o carro está lindo. Quanto a pluralidade, eu acredito que o carnaval é uma espécie de resgate das crenças e origens. O carnaval mostra que todo mundo é filho de Deus, todo mundo pode viver em paz e é isso o que representa esse carro. Esse carro lembra a gente de ajudar sem olhar a quem”, disse.

Andre unidos da ponteO carro e enredo da escola também são capazes de tocar e despertar o diálogo a respeito da saúde mental do ser-humano. No primeiro carnaval após os dois anos de paralização por conta do coronavírus, a psiquiatra Cristiane Souza falou ao site CARNAVALESCO sobre como a religião pode ser importante para a saúde do ser humano.

“Eu gostaria de dizer que eu estou muito feliz de estar desfilando nesse enredo, pois enquanto psiquiatra eu tenho percebido que a religião vem ajudando bastante as pessoas a encontrarem o bem-estar. Nos últimos dois anos os casos de desequilíbrio vêm aumentando e por isso é bom ver o carnaval mostrando diversas religiões” afirmou Cristiane Souza.

Também desfila na Ponte a professora Andrea. Oriunda da Guiana Francesa, veio ao Brasil para entender mais sobre sua ancestralidade, negritude e as múltiplas identidades que formam nosso povo. Para Andrea, o enredo que traz irmã Dulce, não toca especialmente no seu lado religioso, todavia, a sensibiliza em sua identidade.

“É a crença de que tudo que quisermos fazer em conjunto é possível”, resumiu.

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