exposicao rosa 3Professora, artista plástica, cenógrafa e figurinista, essas são algumas das outras profissões da consagrada carnavalesca Rosa Magalhães, que é homenageada na exposição “Uma Delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães”, no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, no Centro do Rio de Janeiro.

A exposição conta com peças do acervo e um pouco da trajetória de Rosa nas escolas de samba por onde passou, mostrando principalmente a singularidade artística da carnavalesca. O curador Leonardo Antan conta como surgiu a ideia de homenagear Rosa Magalhães em forma de exposição.

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exposicao rosa 4“Eu já trabalho no carnaval, tenho um projeto chamado Carnavalize, já fizemos pequenas exposições que duraram um dia e contaram com a Rosa. Nessas exposições homenageamos o Fernando Pinto e o Arlindo Rodrigues. A partir daí e eu vi a necessidade de crescer esse projeto. Veio o nome da Rosa, por ser uma pessoa viva e em atividade. A exposição está dentro desse projeto, de abraçar o carnaval em outras instituições e vertentes, levar o carnaval para outras circulações”, explicou.

O curador afirma que a exposição é uma homenagem em forma de leitura poética.

“A exposição promove uma releitura sobre o universo. É uma grande obra em homenagem a Rosa, não é uma exposição memorial ou que tenta produzir a carreira da Rosa linearmente. É uma homenagem em forma de leitura poética sobre o universo da Rosa” complementou o Leonardo Antan.

exposicao rosa 6Com peças exclusivas feitas especialmente para a exposição, Antan diz que convidou artistas contemporâneos e carnavalescos para fazerem parte dessa produção. Segundo ele, o intuito foi fazer o contraponto dos trabalhos de Rosa e o conceito artístico protagonizado pela carnavalesca.

A artista plástica Colombiana, Maria Andreia, contou como recebeu esse convite e afirmou mesmo sendo de outra nacionalidade, conhecer o trabalho de Rosa Magalhães.

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“Eu trabalho principalmente com pintura. Recebi o convite do Leonardo, ele achou pertinente essa conversa entre coisas que eu pinto e o trabalho da Rosa, que tem muito a ver com o imaginário de universos exóticos, indígenas. O nome do meu trabalho é Diego el Diablo?. Me sinto muito honrada de fazer parte dessa homenagem”.

exposicao rosa 2O carnavalesco Jorge Silveira, atualmente na São Clemente, revelou como surgiu a ideia de fazer uma leitura relativa ao trabalho de Rosa Magalhães.

“Coube a mim fazer um brincadeira com o aspecto indianista do trabalho dela. Me remeti ao desfile dela de 1994 na Imperatriz, que ficou icônico com a comissão de frente dos leques. Me inspirei na última alegoria daquele carnaval, que trazia uma biblioteca abraçada pela floresta. Fiz uma estante abraçada pela mata em homenagem a ela. A Rosa é um ícone de todos nós, ela é imortal para o carnaval”, declarou o carnavalesco da São Clemente, que contou como estreitou sua relação com a homenageada.

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“Eu tenho uma história pessoal com ela, a substitui em dois momentos, uma no carnaval de São Paulo, que ela fez a Dragões da Real e depois na São Clemente, que ela me antecedeu. Tenho uma relação de carinho muito grande com ela, é uma honra homenageá-la e uma honra maior ainda é ver que ela está produzindo o carnaval”.

exposicao rosa 1O também carnavalesco Jack Vasconcelos, responsável pelo Paraíso do Tuiuti, afirmou que resolveu estudar na Escola de Belas Artes quando descobriu que Rosa Magalhães era professora de lá e falou sobre a influência que a carnavalesca tem em sua carreira.

“As pessoas sabem do meu histórico com a minha mãe na Imperatriz. Ela foi baiana da escola, hoje em dia é da Velha Guarda. É a escola que eu desfilei na minha adolescência, nesses enredos da Rosa. O Leonardo Antan percebeu essa influência do trabalho da Rosa no meu jeito de fazer carnaval, e ele está corretíssimo, a Rosa pra mim é minha referência profissional. A minha referência artística é a Rosa Magalhães”, afirmou Jack.

exposicao rosa 14O carnavalesco do Paraíso da Tuiuti relatou também sobre sua peça na exposição.

“Eu fiquei muito feliz, inclusive, quando ele falou do carnaval do Jegue (Imperatriz 1995), que pra mim é uma das obras primas da Rosa. Esse humor e essa ironia que ela tem nos enredos, era muito latente no jegue, e está muito presente no meu trabalho. Tem tudo a ver com peça, remete também ao carnaval deste ano que eu estou falando de um Bode do Ceará. É um sonho poder realizar isso”.

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É claro que a anfitriã do evento não poderia faltar. Rosa Magalhães autografou livros e contou a emoção que é ter uma exposição em sua homenagem.

exposicao rosa 7“A exposição está muito bonita, gostei muito, o lugar também é lindo, esse prédio é muito bonito. É o fruto de dedicação, porque deve ter sido muito difícil trazer as coisas pra cá, colecionar todas essas coisas, numa época confusa. Época de carnaval sempre é assim, com esse tempo que não sabe se chove ou se faz calor e no meio disso tudo, ele (curador Leonardo Antan) e a equipe conseguiram fazer um trabalho muito bonito. A qualidade das obras que estão aí, não é uma coisa amadorística e colegial, é uma coisa séria e muito bonita”, disse Rosa Magalhães.

exposicao rosa 13A atual carnavalesca da Portela relatou também como está sendo a preparação do Carnaval 2019.

“Está uma dificuldade muito grande, o carnaval está sofrendo. Por enquanto, o carnaval da Rosa Magalhães em 2019 é uma incógnita, estamos esperando essa verba que não sai nunca”, lamentou Rosa.

 

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